Qual é a posição do judaísmo sobre inseminação artificial? É permitida a fertilização in vitro, em caso de todos os outros recursos falharem?
RESPOSTA:
O grande avanço tecnológico ocorrido na medicina e, em particular, no campo da inseminação artificial e da fecundação in vitro por si só não contradiz os princípios básicos judaicos. Nossos sábios aprendem do versículo "e irá curá-lo" que o médico deve lançar mão de todos os recursos para exercer sua função.
O paciente também tem o dever de cuidar de sua saúde, como ordena a Torá: "Cuidareis muito de vossa alma". Principalmente no caso em questão, em que o fato de um casal não poder ter filhos poderá afetar a harmonia do lar e impedir o homem de cumprir o primeiro mandamento da Torá, o de frutificar e se multiplicar.
Por outro lado, há várias limitações que a Halachá (Lei Judaica) impõe a um casal quando, esgotados os recursos naturais, opta pela inseminação artificial ou fecundação in vitro.
Abaixo algumas das principais idéias (há rabinos que a proíbem por completo):
- Sempre deve se aconselhar com um rabino competente, conhecedor das leis judaicas para saber como proceder.
- Um casal só pode realizar este tipo de fecundação se já estiver casado há dez anos e não tiver filhos da maneira normal ou, em último caso, quando os médicos concluírem que não há nenhuma outra forma de fecundação natural.
- O judaísmo proíbe totalmente o onanismo. O sêmen deve ser recolhido após o ato sexual entre os cônjuges.
- Só é permitido o uso de sêmen puro do marido e de nenhum outro doador, mesmo que seja para enriquecer o sêmen original.
- A fecundação in vitro só pode ser realizada quando a própria inseminação artificial não der resultado (por exemplo, a mulher tem uma obstrução nos ovários). Neste caso, só pode ser usado o óvulo da esposa, sendo proibido o uso de uma doadora ou mãe de aluguel. Neste caso deve ser utilizado sêmen puro do marido.
Há outras leis relacionadas com o feto desta fecundação e um rabino competente deve ser sempre consultado.