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RESPOSTA:
Faço idéia de sua preocupação, e seu desejo
de assegurar que seus filhos seguirão uma vida dedicada à
Torá. Desejo mostrar a você, porém, que querer cursar
a universidade para ganhar decentemente a vida não significa necessariamente
deixar o Judaísmo. Há muitos judeus maravilhosos, altamente
engajados, que não são rabinos ou professores, e estudam
diariamente, fazem caridade, abrem a casa para visitas e têm lares
calorosos, judaicos, dos quais D’us e o povo judeu podem se orgulhar.
Há muitos filhos de lares religiosos que deixam o Judaísmo
para trás. Porém a questão na verdade é outra:
como é possível que tantos filhos permaneçam observantes,
apesar das tentações de um mundo inteiro?
Portanto precisamos criar os filhos com um alicerce firme, forte o suficiente
para resistir ao mundo inteiro. Isso não é fácil,
é bastante complicado; cada situação é diferente,
e cada caso precisa ser tratado individualmente. Porém em termos
de orientações gerais, aqui estão alguns pontos:
1 – Nunca, nunca, diga a um filho para fazer o que você não
está fazendo – i.e., insistir para que rezem todos os dias
quando você não o faz, proibi-los de assistir à TV
enquanto você sai para ver um filme; dizer para nunca falarem mal
de um amigo enquanto escutam você fofocar… “Faça
o que eu digo, não o que eu faço” tem afastado muitos
filhos… Seja um exemplo permanente.
2 – O Judaísmo é maravilhoso, lindo, elevado, o melhor
produto no mercado. É muito bom ser um judeu religioso, praticante.
O Shabat é único. A Torá reanima a alma, as mitsvot
são libertadoras, a sabedoria dos mestres podem elevar e refiná-lo
ao longo da vida. Um judeu pertence a um povo que mantém um vínculo
eterno com o Criador do Universo. Os filhos devem estar expostos a declarações
positivas e sentimentos sobre seu Judaísmo. Quantas vezes as pessoas
dizem: “É difícil ser judeu”? As crianças
escutam quando você reclama, quando faz observações
negativas. Se uma criança escuta constantemente sobre as dificuldades
e provações que seus pais enfrentam em seus conflitos com
a prática religiosa, é de se admirar que decida procurar
um estilo de vida mais fácil?
3 – Uma criança certamente precisa ser restringida do lixo
que há lá fora no mundo; por outro lado, se for restringida
demais, isso pode levar à rebelião. Então, como andar
sobre esta divisão de águas, tão tênue, sem
se afogar?
É por isso que todo indivíduo deveria ter um mentor, alguém
a quem se voltar em busca de orientação; um conselheiro.
Isto é especialmente útil quando se trata de estabelecer
orientações para um comportamento aceitável (tanto
para os pais quanto para os filhos…)
4 – Conheça o seu filho. Uma criança musicalmente
dotada deve ser encorajada a ir atrás de seu interesse, quem escreve
bem deve escrever; a criança muito ativa deve ter uma maneira de
expandir sua energia. A yeshivá que seria perfeita para a criança
extrovertida e motivada poderia ser desastrosa para a criança tímida
e sensível, e a rebelde pode precisar de uma yeshivá diferente
das outras duas. Assim como todas as crianças são diferentes,
suas necessidades emocionais e educativas também o são.
Está em poder de professores e educadores atentos e experientes
detectar e encaminhar estas necessidades e comprendê-las. Mas o
mais fundamental: amando incondicionalmente a seus alunos.
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