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RESPOSTA:
A ofensiva israelense começou no dia 27 de dezembro em resposta
à violação de um cessar-fogo de seis meses por parte
do Hamas, que havia retomado os ataques de foguetes contra cidades do
sul de Israel.
Em uma rara crítica aberta ao grupo palestino, o chanceler egípcio
afirmou que “o Hamas deu uma oportunidade de ouro para os israelenses
atacarem Gaza”. A declaração indica que o mundo árabe
e islâmico está dividido sobre o conflito. De um lado estariam
países árabes aliados ao ocidente, como Egito, Jordânia,
Arábia Saudita e o grupo Fatah, do presidente palestino Mahmud
Abbas. Do outro, liderados pelo Irã (persa), estão Heszballah,
Hamas e Síria.
A luta de Israel não é contra o povo palestino, mas contra
Hamas,o grupo terrorista que domina Gaza.
O Hamas aproveitou-se da trégua de seis meses com Israel para reconstruir
seu arsenal. O Grupo além de não reconhecer a existência
de Israel prega sua total destruição. O ódio é
implantado não apenas em seus combatentes, mas em jovens e crianças,
os mesmos que são usados covardemente como escudos de proteção.
Ao defender as ações de Israel a chanceler Tzipi disse que
a ofensiva militar israelense não tinha como objetivo derrotar
o Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho de 2007, após
expulsar as forças de segurança ligadas à Autoridade
Palestina, mas destacou que “enquanto o Hamas dominar Gaza as perspectivas
de paz são remotas.”
Sobre Perdas Civis
Avi Bell, especialista em legislação de Guerra, da Universidade
Bar-Illan afirma que mais importante do que a proporcionalidade é
analisar a distinção dos alvos dos dois lados.
Em guerras entre Estados, Segundo as leis internacionais, os ataques devem
se concentrar em instalações e infraestrutura militar, como
aeroportos, pontes, quartéis e locais onde são armazenadas
armas. O problema é que o atual conflito envolve um Estado e uma
guerrilha.
Segundo o especialista, os israelenses tem bombardeado apenas o que consideram
alvos militares. “Em Gaza, porém, o que é militar
e o que é civil se confundem”, disse Bell. O recente bombardeio
contra uma mesquita seria um exemplo de como isso ocorre, Prédios
religiosos são, por natureza, instalações civis.
“Mas o Hamas transformou a mesquita em um alvo militar ao usá-la
para guardar armas”, disse o professor.
O uso de edifícios residenciais para lançar foguetes contra
Israel também dificulta a distinção entre o que é
militar e o que é civil em Gaza. Para Bell, a prova de que Israeltem
seguido a lei internacional está no elevado número de militantes
mortos nos ataques. Jea o Hamas, de acordo com o especialista, tem desrespeitado
as normas internacionais ao lançar foguetes aleatoriamente contra
civis.
Leia mais opiniões:
NO EGITO - Cairo
Pelo ministro das Relações Exteriores do Egito
Ahmed Aboul Gheit
O Ministrao das relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul
Gueit, acusou o Irã de manipular setores do mundo árabe
em interesse próprio desde o começo dos ataques de Israel
à Faixa de Gaza, no último sábado. "Alguns partidos
árabes são guiados por interesses do Irã, e tem agido
em nome disto", disse o ministro em uma entrevista a um canal de
televisão egípcio.
O Egito vem sendo acusado de colaborar com o bloqueio de Israel a Gaza
e de dar sinal verde ao ataque aéreo. Aboul Gheit rebateu estas
acusações e as qualificou de injustas. "As alegações
são muitas, é óbvio que existe uma conspiração",
disse.O chanceler também criticou o líder supremo do Irã,
o aiatolá Ali Khamenei, que disse na segunda-feira que governos
árabes deveriam ter retaliado Israel pelos ataques. "Ele diz
isso como se milhares de iranianos tivessem derramado seu sangue nos últimos
30 anos pela causa palestina", disse o ministro, em uma referência
às quatro guerras travadas pelo Egito contra Israel entre 1948
e 1978. Desde 1979, os dois países estão em paz.
Hezbollah
O ministro egípcio também criticou o grupo radical xiita
libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria.
O líder da milícia, o xeque Nassan Nasrallah, conclamou
na segunda-feira os egípcios a tomar as ruas do Cairo para protestar
contra a colaboração egípcia com Israel. "Nasrallah
é um homem que gosta de ser respeitado, mas ele insultou o povo
egípcio", afirmou Aboul Gheit.
Conferência
Aboul Gheit ainda pediu calma e união no mundo árabe e defendeu
o encontro de amanhã de ministros da Liga Árabe. "Precisamos
de sabedoria para proteger a nação árabe diante de
difíceis circunstâncias. Vamos nos concentrar nos trabalhos
diplomáticos", pediu.
EM ISRAEL
A autodefesa é nosso direito básico
Por Tzipi Livni em 30/12/08
Israel retirou-se da faixa de Gaza visando criar uma oportunidade para
a paz. Em resposta, a organização terrorista Hamas assumiu
o controle da faixa de Gaza e usou seus cidadãos como escudos,
enquanto dispara foguetes contra a população israelense,
obstruindo qualquer possibilidade de paz. Os cidadãos israelenses
vivem há anos sob a ameaça de ataques diários lançados
desde a faixa de Gaza. Na semana passada apenas, centenas de mísseis
e morteiros foram disparados contra a população civil de
Israel, incluindo o disparo de 80 mísseis num mesmo dia.
Até agora, Israel vem tendo uma atitude de contenção.
Mas, neste momento, não nos restou outra opção senão
o lançamento de uma operação militar. Precisamos
proteger nossos cidadãos dos ataques, por meio de uma resposta
militar contra a infra-estrutura terrorista na faixa de Gaza. Essa reação
se dá no contexto de nosso direito básico à autodefesa.
Foram feitas todas as tentativas possíveis de conquistar a calma,
sem apelar para o uso da força. Acordamos uma trégua com
a mediação do Egito; essa trégua foi violada pelo
Hamas, que leva adiante seus ataques a Israel, conserva [o soldado seqüestrado]
Gilad Shalit em seu poder e reforça seu arsenal de armamentos.
O Hamas é uma organização terrorista, que conta com
o apoio do Irã e que não representa os interesses nacionais
legítimos da população palestina. Seus objetivos
consistem em promover a agenda do islamismo fundamentalista que procura
negar a paz aos povos da região. Lamentavelmente, para fazer propaganda
política, o Hamas abusa cinicamente de sua população
civil e do sofrimento dela. A responsabilidade pelo sofrimento da população
civil é do Hamas.
Israel vai continuar agindo para prevenir uma crise humanitária
e minimizar os danos aos civis palestinos. Enquanto faz frente à
agressão do Hamas, continuará apostando na solução
de dois Estados para dois povos e mantém seu compromisso de continuar
negociando com as autoridades legítimas do lado palestino, dentro
do contexto dos parâmetros do processo de paz traçados em
Annapolis. Israel espera contar com a compreensão e o apoio da
comunidade internacional, sendo que a mesma também enfrenta o fenômeno
do terrorismo, e avançar no interesse de todos aqueles que desejam
que as forças da paz e da convivência definam a agenda da
região.
NO BRASIL
Embaixada de Israel no Brasil
Pelo embaixador interino de Israel no Brasil,
Raphael Singer
31/12/08
Raphael Singer, embaixador interino de Israel no Brasil, afirmou que os
ataques de seu país à Faixa de Gaza são “resposta
a uma constante agressão”. De acordo com ele, devido ao pequeno
poder ofensivo que tinham, as hostilidades palestinas durante a trégua
não tiveram atenção da comunidade internacional,
mas eram constantes e causavam danos.
“Era um foguete aqui, uma bomba ali e ninguém ficava sabendo.
Nenhum país agüenta viver bombardeado e não reagir”,
disse. Singer atribui as severas baixas de civis palestinos ao fato de
que o Hamas utiliza a população civil palestina como “escudo
humano”. “De maneira muito cínica e cruel, o Hamas
esconde bombas e munição em escolas, mesquitas e hospitais”,
enumerou.
“Nenhum país agüenta viver sob bombas”, diz Israel
Mesmo sendo as baixas israelenses durante a trégua bem inferiores
aos de palestinos mortos durante os últimos dias, Singer cita os
“danos psicológicos” à população
pelos bombardeios esporádicos. “Imagine uma criança
precisando interromper sua aula porque o bairro da escola está
sendo bombardeado, imagine precisar sair de um cinema porque um míssil
explodiu perto da sala”, diz.
Comunicado da CONIB
Confederação Israelita do Brasil
Por Claudio Lottenberg
Presidente
A CONIB expressa sua mais alta preocupação com os episódios
ocorridos em Israel e na Faixa de Gaza. Lamentavelmente, todo este fato
retarda o processo para a paz na região, o que só pode ser
conseguido mediante o desejo verdadeiro de diálogo entre judeus
e palestinos.
Entretanto, há que reconhecer também o direito do Estado
de Israel em legitimamente se defender de ataques terroristas da milícia
do Hamas. Desde 2005, Israel se retirou de Gaza, dando autonomia completa
à Autoridade Palestina para que ali exercesse sua liderança.
O fato é que a partir de 2006, esta mesma Autoridade Palestina
foi expulsa progressivamente da região, foi dominada pelo Hamas,
definido tanto pela União Européia, como pelos Estados Unidos,
como um grupo terrorista internacional.
Para que o diálogo possa existir entre Israel e o Hamas, três
condições são fundamentais: o reconhecimento pelo
Hamas do Estado de Israel, o compromisso de dar seguimento a acordos previamente
estabelecidos entre Israel e os palestinos em gestões anteriores
e o final da violência. Em nenhum destes pontos houve qualquer sinalização
positiva. Muito pelo contrário, pois o Hamas insiste num ponto
único, a destruição do Estado de Israel.
As últimas semanas foram marcadas por disparos permanentes de morteiros
e foguetes contra civis israelenses. As tentativas de diálogo para
que isso fosse interrompido se revelaram absolutamente infrutíferas.
Frente a esta situação, Israel não teria alternativa
que não a de defender seus cidadãos e exigir que seus vizinhos
tenham um comportamento de convívio adequado.
Muitos argumentam que existiriam alternativas não militares para
Gaza. De fato, concordamos com isto, desde que os próprios palestinos
que ali vivem decidam entre querer um convívio de diálogo
e de mútua aceitação ou se preferem uma postura beligerante
e extremista como a do grupo terrorista Hamas, que prega a destruição
do Estado judeu.
Desejamos que o diálogo seja imediatamente restabelecido e a paz
alcançada. Entretanto, não podemos aceitar passivamente
que atitudes que preguem destruição de um Estado, sejam
elas menores ou maiores, continuem a ser responsáveis pela morte
de civis, como vi acontecendo. Israel, assim como todas as nações,
tem absoluto direito de se defender.
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