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  O direito de se defender
     
 

Gostaria de entender melhor o que está ocorrendo em Gaza. Israel parece exagerar em sua resposta aos ataques do Hamas e a seus foguetes qassam, empreendendo um ataque aéreo sem precedentes com 25% de perda de vidas de civis. Como justificar este ato?

     
 

RESPOSTA:
A ofensiva israelense começou no dia 27 de dezembro em resposta à violação de um cessar-fogo de seis meses por parte do Hamas, que havia retomado os ataques de foguetes contra cidades do sul de Israel.

Em uma rara crítica aberta ao grupo palestino, o chanceler egípcio afirmou que “o Hamas deu uma oportunidade de ouro para os israelenses atacarem Gaza”. A declaração indica que o mundo árabe e islâmico está dividido sobre o conflito. De um lado estariam países árabes aliados ao ocidente, como Egito, Jordânia, Arábia Saudita e o grupo Fatah, do presidente palestino Mahmud Abbas. Do outro, liderados pelo Irã (persa), estão Heszballah, Hamas e Síria.

A luta de Israel não é contra o povo palestino, mas contra Hamas,o grupo terrorista que domina Gaza.

O Hamas aproveitou-se da trégua de seis meses com Israel para reconstruir seu arsenal. O Grupo além de não reconhecer a existência de Israel prega sua total destruição. O ódio é implantado não apenas em seus combatentes, mas em jovens e crianças, os mesmos que são usados covardemente como escudos de proteção.

Ao defender as ações de Israel a chanceler Tzipi disse que a ofensiva militar israelense não tinha como objetivo derrotar o Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho de 2007, após expulsar as forças de segurança ligadas à Autoridade Palestina, mas destacou que “enquanto o Hamas dominar Gaza as perspectivas de paz são remotas.”

Sobre Perdas Civis
Avi Bell, especialista em legislação de Guerra, da Universidade Bar-Illan afirma que mais importante do que a proporcionalidade é analisar a distinção dos alvos dos dois lados.

Em guerras entre Estados, Segundo as leis internacionais, os ataques devem se concentrar em instalações e infraestrutura militar, como aeroportos, pontes, quartéis e locais onde são armazenadas armas. O problema é que o atual conflito envolve um Estado e uma guerrilha.

Segundo o especialista, os israelenses tem bombardeado apenas o que consideram alvos militares. “Em Gaza, porém, o que é militar e o que é civil se confundem”, disse Bell. O recente bombardeio contra uma mesquita seria um exemplo de como isso ocorre, Prédios religiosos são, por natureza, instalações civis. “Mas o Hamas transformou a mesquita em um alvo militar ao usá-la para guardar armas”, disse o professor.

O uso de edifícios residenciais para lançar foguetes contra Israel também dificulta a distinção entre o que é militar e o que é civil em Gaza. Para Bell, a prova de que Israeltem seguido a lei internacional está no elevado número de militantes mortos nos ataques. Jea o Hamas, de acordo com o especialista, tem desrespeitado as normas internacionais ao lançar foguetes aleatoriamente contra civis.

Leia mais opiniões:

NO EGITO - Cairo
Pelo ministro das Relações Exteriores do Egito
Ahmed Aboul Gheit


O Ministrao das relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gueit, acusou o Irã de manipular setores do mundo árabe em interesse próprio desde o começo dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, no último sábado. "Alguns partidos árabes são guiados por interesses do Irã, e tem agido em nome disto", disse o ministro em uma entrevista a um canal de televisão egípcio.

O Egito vem sendo acusado de colaborar com o bloqueio de Israel a Gaza e de dar sinal verde ao ataque aéreo. Aboul Gheit rebateu estas acusações e as qualificou de injustas. "As alegações são muitas, é óbvio que existe uma conspiração", disse.O chanceler também criticou o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que disse na segunda-feira que governos árabes deveriam ter retaliado Israel pelos ataques. "Ele diz isso como se milhares de iranianos tivessem derramado seu sangue nos últimos 30 anos pela causa palestina", disse o ministro, em uma referência às quatro guerras travadas pelo Egito contra Israel entre 1948 e 1978. Desde 1979, os dois países estão em paz.

Hezbollah
O ministro egípcio também criticou o grupo radical xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria. O líder da milícia, o xeque Nassan Nasrallah, conclamou na segunda-feira os egípcios a tomar as ruas do Cairo para protestar contra a colaboração egípcia com Israel. "Nasrallah é um homem que gosta de ser respeitado, mas ele insultou o povo egípcio", afirmou Aboul Gheit.

Conferência
Aboul Gheit ainda pediu calma e união no mundo árabe e defendeu o encontro de amanhã de ministros da Liga Árabe. "Precisamos de sabedoria para proteger a nação árabe diante de difíceis circunstâncias. Vamos nos concentrar nos trabalhos diplomáticos", pediu.

EM ISRAEL
A autodefesa é nosso direito básico
Por Tzipi Livni em 30/12/08


Israel retirou-se da faixa de Gaza visando criar uma oportunidade para a paz. Em resposta, a organização terrorista Hamas assumiu o controle da faixa de Gaza e usou seus cidadãos como escudos, enquanto dispara foguetes contra a população israelense, obstruindo qualquer possibilidade de paz. Os cidadãos israelenses vivem há anos sob a ameaça de ataques diários lançados desde a faixa de Gaza. Na semana passada apenas, centenas de mísseis e morteiros foram disparados contra a população civil de Israel, incluindo o disparo de 80 mísseis num mesmo dia.

Até agora, Israel vem tendo uma atitude de contenção. Mas, neste momento, não nos restou outra opção senão o lançamento de uma operação militar. Precisamos proteger nossos cidadãos dos ataques, por meio de uma resposta militar contra a infra-estrutura terrorista na faixa de Gaza. Essa reação se dá no contexto de nosso direito básico à autodefesa. Foram feitas todas as tentativas possíveis de conquistar a calma, sem apelar para o uso da força. Acordamos uma trégua com a mediação do Egito; essa trégua foi violada pelo Hamas, que leva adiante seus ataques a Israel, conserva [o soldado seqüestrado] Gilad Shalit em seu poder e reforça seu arsenal de armamentos.

O Hamas é uma organização terrorista, que conta com o apoio do Irã e que não representa os interesses nacionais legítimos da população palestina. Seus objetivos consistem em promover a agenda do islamismo fundamentalista que procura negar a paz aos povos da região. Lamentavelmente, para fazer propaganda política, o Hamas abusa cinicamente de sua população civil e do sofrimento dela. A responsabilidade pelo sofrimento da população civil é do Hamas.

Israel vai continuar agindo para prevenir uma crise humanitária e minimizar os danos aos civis palestinos. Enquanto faz frente à agressão do Hamas, continuará apostando na solução de dois Estados para dois povos e mantém seu compromisso de continuar negociando com as autoridades legítimas do lado palestino, dentro do contexto dos parâmetros do processo de paz traçados em Annapolis. Israel espera contar com a compreensão e o apoio da comunidade internacional, sendo que a mesma também enfrenta o fenômeno do terrorismo, e avançar no interesse de todos aqueles que desejam que as forças da paz e da convivência definam a agenda da região.

NO BRASIL
Embaixada de Israel no Brasil
Pelo embaixador interino de Israel no Brasil,
Raphael Singer
31/12/08


Raphael Singer, embaixador interino de Israel no Brasil, afirmou que os ataques de seu país à Faixa de Gaza são “resposta a uma constante agressão”. De acordo com ele, devido ao pequeno poder ofensivo que tinham, as hostilidades palestinas durante a trégua não tiveram atenção da comunidade internacional, mas eram constantes e causavam danos.

“Era um foguete aqui, uma bomba ali e ninguém ficava sabendo. Nenhum país agüenta viver bombardeado e não reagir”, disse. Singer atribui as severas baixas de civis palestinos ao fato de que o Hamas utiliza a população civil palestina como “escudo humano”. “De maneira muito cínica e cruel, o Hamas esconde bombas e munição em escolas, mesquitas e hospitais”, enumerou.

“Nenhum país agüenta viver sob bombas”, diz Israel
Mesmo sendo as baixas israelenses durante a trégua bem inferiores aos de palestinos mortos durante os últimos dias, Singer cita os “danos psicológicos” à população pelos bombardeios esporádicos. “Imagine uma criança precisando interromper sua aula porque o bairro da escola está sendo bombardeado, imagine precisar sair de um cinema porque um míssil explodiu perto da sala”, diz.

Comunicado da CONIB
Confederação Israelita do Brasil


Por Claudio Lottenberg
Presidente


A CONIB expressa sua mais alta preocupação com os episódios ocorridos em Israel e na Faixa de Gaza. Lamentavelmente, todo este fato retarda o processo para a paz na região, o que só pode ser conseguido mediante o desejo verdadeiro de diálogo entre judeus e palestinos.

Entretanto, há que reconhecer também o direito do Estado de Israel em legitimamente se defender de ataques terroristas da milícia do Hamas. Desde 2005, Israel se retirou de Gaza, dando autonomia completa à Autoridade Palestina para que ali exercesse sua liderança. O fato é que a partir de 2006, esta mesma Autoridade Palestina foi expulsa progressivamente da região, foi dominada pelo Hamas, definido tanto pela União Européia, como pelos Estados Unidos, como um grupo terrorista internacional.

Para que o diálogo possa existir entre Israel e o Hamas, três condições são fundamentais: o reconhecimento pelo Hamas do Estado de Israel, o compromisso de dar seguimento a acordos previamente estabelecidos entre Israel e os palestinos em gestões anteriores e o final da violência. Em nenhum destes pontos houve qualquer sinalização positiva. Muito pelo contrário, pois o Hamas insiste num ponto único, a destruição do Estado de Israel.

As últimas semanas foram marcadas por disparos permanentes de morteiros e foguetes contra civis israelenses. As tentativas de diálogo para que isso fosse interrompido se revelaram absolutamente infrutíferas. Frente a esta situação, Israel não teria alternativa que não a de defender seus cidadãos e exigir que seus vizinhos tenham um comportamento de convívio adequado.

Muitos argumentam que existiriam alternativas não militares para Gaza. De fato, concordamos com isto, desde que os próprios palestinos que ali vivem decidam entre querer um convívio de diálogo e de mútua aceitação ou se preferem uma postura beligerante e extremista como a do grupo terrorista Hamas, que prega a destruição do Estado judeu.

Desejamos que o diálogo seja imediatamente restabelecido e a paz alcançada. Entretanto, não podemos aceitar passivamente que atitudes que preguem destruição de um Estado, sejam elas menores ou maiores, continuem a ser responsáveis pela morte de civis, como vi acontecendo. Israel, assim como todas as nações, tem absoluto direito de se defender.

 
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