Contato com entes falecidos  
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  Como deve-se proceder
     
 

Gostaria de saber de que outra maneira posso expressar meus sentimentos e manter contato com amigos e parentes falecidos.

     
 

RESPOSTA:

No que diz respeito a manter contato com o falecido, como baixar a alma ou conversar com ela, isso consiste em uma séria transgressão pela Torá. Aquele que usufrui desses "serviços" poderá beneficiar-se momentaneamente, porém este gesto lhe acarretará uma grande "mancha" proveniente de forças impuras que se unem a sua alma.

Também, conforme consta nos livros sagrados, quando a alma é chamada a este mundo ela passa por enorme sofrimento. O certo é honrar a alma após o falecimento, pois ela já se encontra no mundo da verdade e reconhece o grande prejuízo que atos como estes podem causar.

D'us concedeu livre arbítrio ao ser humano permitindo que forças negativas possam também ter sucesso momentâneo, mas Ele nos mostra o caminho da vida e da verdade e nos pede sinceramente: escolha o caminho da vida. O judaísmo tem suas próprias fórmulas que podem dar respostas necessárias em qualquer ocasião.

Para elevar a alma de um ente próximo falecido, o Cadish deverá ser recitado por um homem, na presença de no mínimo dez homens judeus (minyan); caso contrário não deverá ser recitado e também não causará a elevação da alma.

Se o falecido não tiver filhos, uma pessoa deve ser contratada para recitá-lo na sinagoga por onze meses consecutivos, bem como anualmente no dia do yahrzeit (aniversário da data hebraica do falecimento).

Seguem-se outras orações e atos que podem ser dedicados em homenagem ao falecido, por qualquer pessoa, sem necessidade da presença de dez homens judeus, ocasionando também elevação da alma:

  • Recitação de Salmos. O rei David ao editar o Tehilim, Salmos, orou a D'us pedindo que aceitasse as orações, em qualquer época, de todo e qualquer um que orasse através deles, mesmo não compreendendo o sentido de suas palavras. A recitação de Tehilim pode e deve ocorrer, em qualquer ocasião, inclusive próximo ao túmulo, para pedir elevação para a alma de um falecido. Certos Salmos são específicos para esse fim, como por exemplo os capítulos 16, 17, 33, 72, 91, 104 e 130. O Salmo 119 contém oito versículos que se iniciam com cada letra do alfabeto hebraico em seqüência. Lê-se os versículos que começam com as letras que formam o nome hebraico do falecido. Entretanto, todos os demais capítulos possuem a mesma força e podem ser recitados em benefício da alma.
  • Estudo de mishnayot (Talmud). A palavra hebraica mishná possui as mesmas letras da palavra neshamá (alma). Ao estudá-las em homenagem ao falecido ocorre uma elevação de sua alma. Existem alguns trechos da mishná já traduzidos para outras línguas, inclusive para o português, como é o caso de Pirkê Avot, Ética dos Pais, publicado por várias editoras no Brasil.
  • Doar livros de rezas e de estudo de Torá à sinagogas e escolas em nome do falecido faz com que as orações e estudos neles contidos ajudem a alma.
  • Dar caridade em homenagem póstuma, a necessitados e instituições que visam o estudo e difusão da Torá.
  • Oferecer um kidush (bênção recitada sobre o vinho acompanhada por outros alimentos após a reza) para que o mérito das bênçãos recitadas sobre o alimento ajudem a alma do falecido.
  • A mais significativa das homenagens é os descendentes do falecido estudarem Torá, cumprirem preceitos judaicos, e conduzirem uma vida judaica condigna.
 
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