Visitas ao cemitério  
     
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  Por que visitamos o cemitério se a alma já não está no corpo? E com que freqüência é correto visitar pais falecidos? O que se reza ao lado do túmulo?  
     
 

RESPOSTA:

Existem dois motivos pelos quais costuma-se visitar os túmulos no cemitério: um é orar pela elevação da alma e outro é pedir que o falecido interceda por nós perante D'us.

O sagrado livro Zôhar descreve o benefício para a alma e sua elevação quando alguém reza por ela no túmulo. E o Talmud e Midrash descrevem pessoas que rezaram nos túmulos de tsadikim, justos, pedindo ajuda a D'us em circunstâncias difíceis. Por exemplo: Yossef, (José) antes de ir ao encontro de seus irmãos, sabendo do perigo que isto representava, orou no túmulo de sua mãe. Calêv, um dos doze espiões enviados por Moshê à Terra Santa, orou no túmulo dos Patriarcas para que D'us o ajudasse a se livrar do mau juízo de seus colegas.

Apesar da alma deixar o corpo após o falecimento, parte dela continua mantendo contato com o corpo no túmulo. Nos primeiros dias após o enterro permanece junto ao túmulo, mas gradativamente o abandona. Porém posteriormente vem ter com seu corpo periodicamente; por isso visitamos o túmulo.

Nos primeiros doze meses após o falecimento deve-se evitar visitar o túmulo; mesmo ao visitá-lo, somente em ocasiões apropriadas, apenas se ora para a elevação da alma e não se faz pedidos particulares. A exceção é o túmulo de um tsadic, justo, que mesmo no primeiro ano pode ser visitado intencionando orar para si ou para outros.

Mesmo após os doze meses também não se deve visitar o túmulo em demasia; somente em datas específicas ou quando necessário.

Estas são algumas das datas em que costuma-se visitar o túmulo: no final dos sete dias de luto; no término dos primeiros 30 dias (sheloshim); ao final de doze meses; anualmente, no dia do aniversário de falecimento; na véspera de Rosh Hashaná e de Yom Kipur; há quem costume visitar o cemitério em Tish'á Beav; quando ocorre alguma desgraça, tanto particular como comunal, costuma-se ir ao cemitério orar a D'us (como também por um doente); antes do casamento, o(a) filho(a) visita os pais falecidos, com intenção de convidá-los ao casamento.

Ao orar por alguém no cemitério é proibido ter a intenção de rezar para que o morto nos ajude, pois isto é considerado falta grave pela Torá. Deve-se pedir que o falecido interceda por nós perante D'us, para que Ele atenda nossos pedidos.

No caso de túmulos de tsadikim, justos, deve-se ter em mente orar a D'us para que nos ajude pelo mérito dos tsadikim lá enterrados. Ao visitar os pais no dia do aniversário de seu falecimento, muitos não costumam visitar outros túmulos. Também não se visita o mesmo túmulo duas vezes no mesmo dia, nem passa-se perto se já foi visitado naquele dia.

Costuma-se deixar uma pequena pedra sobre o túmulo ao visitá-lo para que a alma, não se encontrando próxima naquele momento, saiba que alguém esteve lá.

Costuma-se recitar Tehilim, Salmos, ao lado do túmulo, principalmente os versículos que se iniciam com as letras do nome hebraico do falecido, do capítulo 119 (que contém cada letra do alfabeto hebraico oito vezes). Neste momento deve-se prometer, e posteriormente, doar uma quantia à tsedacá, caridade.

O Cadish (oração especial recitada diariamente pelo enlutado durante onze meses e a cada ano, na data do falecimento, em honra a um ente próximo falecido) só pode ser recitado no cemitério na presença de um minyan (quorum formado de no mínimo dez homens ou meninos que já tenham bar-mitsvá, 13 anos completos). Caso contrário é proibido recitá-lo.

Uma bênção especial deve ser recitada se o espaço de tempo entre uma visita e outra ao cemitério ultrapassar trinta dias. Ao visitar o túmulo de um tsadic costuma-se recitar uma série de preces especiais. Ao sair do cemitério lava-se as mãos seis vezes intercaladas.

Que D'us aproxime a Era de Mashiach, quando a morte será abolida e as lágrimas extinguidas de toda face.

 
     
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