Casamento misto

 
     
  Qual o problema?
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  Não sou judia, mas tenho um relacionamento com um judeu e gostaria de entender porque não sou bem aceita no meio judaico, que ele frequenta. Por que os judeus excluem outras pessoas? Eu poderia perguntar a ele, mas creio que um rabino poderá dar-me respostas mais completas que meu namorado.  
     
 

RESPOSTA:

Estou contente por você nos enviado sua pergunta, e por ter nos dado uma chance de responder.

Certamente você entende que toda criatura que D'us criou neste planeta deseja sobreviver. Não apenas cada indivíduo quer continuar vivendo, como as mães desejam ver seus filhos sobreviver, e estas crianças querem ver seus próprios filhos sobreviver e assim por diante. Em outras palavras, cada espécie deseja continuar e lutar pela vida, por tudo que a mantenha viva.

Nós, o povo judeu, também desejamos sobreviver. Somos uma ínfima porção dos seis bilhões que você mencionou. Temos estado por aqui durante quase quatro mil anos. Em certas ocasiões, já chegamos a perfazer 10% do total do mundo. Em outras vezes, muito menos. Neste exato momento, somos menos da quarta parte de um por cento.

Cada povo faz sua contribuição para a humanidade - invenções, idéias, música, arte, cultura. Como povo, temos feito importantes contribuições ao restante do mundo. Entre essas estão o monoteísmo, o valor da vida humana, igualdade perante a lei, o conceito da paz mundial. Todas estas e muitas outras idéias que são importantes em nossa sociedade encontram sua fonte na Torá e em outras tradições do povo judeu. Desde os tempos bíblicos, temos feito muitas contribuições adicionais às sociedades nas quais vivemos, seja em ética, filosofia, medicina, nas ciências... e muitas mais. Portanto, faria sentido que as outras nações do mundo, também, desejassem a nossa sobrevivência.

Nós alegamos superioridade? Não creio. Os cristãos e muçulmanos atestam a verdade do registro bíblico, onde fomos escolhidos por D'us para desempenhar uma missão - ser uma luz para as nações. Afirmamos que D'us nunca mudou de idéia. E, como todos podem ver, desempenhamos grande parte dessa missão. A maior parte da ética que fomos encarregados de ensinar foi aceita pelo restante do mundo. Talvez não a tenham colocado totalmente em prática - mas o farão, e acreditamos que esse tempo chegará em breve.

Excluímos os outros? Absolutamente não. Qualquer pessoa que deseje se juntar ao povo judeu e sua sagrada missão é bem vinda, independentemente de raça, cor, sexo ou antecedentes familiares. Perguntamos somente se desejam cumprir as ordens que D'us nos deu, assim como o povo judeu aceitou aquelas leis quando recebeu a Torá no Sinai há 3.300 anos. E se optarem por não se juntar, acreditamos que as pessoas justas entre as nações compartilharão as recompensas nos tempos vindouros. Não conheço nenhuma outra religião tão liberal a ponto de dizer algo assim: "Você não precisa se juntar a nós, não precisa fazer as coisas que fazemos, apenas acredite no único D'us e cumpra os requisitos básicos de todo ser humano para com a sociedade, e você fará parte."

Portanto, o que há de tão terrível em desejarmos sobreviver? Obviamente, não sobreviveremos se casarmos com outras pessoas e se criarmos nossos filhos com outros conceitos e valores alheios ao judaísmo. Nosso único caminho para a sobrevivência é que judeus se casem com judeus, e criem os filhos para tornarem-se bons judeus.

Evidentemente, se uma moça de família não-judia decide que quer fazer parte do povo judeu, bem, o que a impede? Não incentivamos este tipo de coisas, porque, acima de tudo, não é do nosso feitio forçar nossa religião aos outros.

Você pode ser um não-judeu íntegro e ser amado por D'us, portanto, por que forçaríamos algo dentro do qual você não nasceu? Você poderia ressentir-se disso mais tarde - como acontece freqüentemente - e isso não faz um bom casamento.

Em segundo lugar, alguns indivíduos se tornam judeus somente por causa do casamento, e uma vez que estejam casados, não se importam mais. Isso significa que precisamos ser rigorosos sobre aceitar convertidos, para ter certeza de que estão fazendo aquilo que realmente desejam.

 
     
   
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