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RESPOSTA:
Por
Tzvi Freeman
Você encontrará na história de nosso povo um processo
pelo qual alguns elementos de outras culturas são adotados, ao
passo que outros são rejeitados. Não é um processo
muito formal – as regras são vagas e tênues –
mas mesmo assim são bem-sucedidas no sentido de evitar o sincretismo
que dissolveu outras culturas, ao mesmo tempo em que incorporou tudo que
é bom no nosso mundo. Você encontrará traços
distintos do antigo Egito, Babilônia, Atenas, Roma, Pérsia,
Córdoba, Istambul, Florença e todas as outras civilizações
onde os judeus viveram. Porém somente encontrará aqueles
aspectos que estão em confluência com o corpo e a alma da
Torá. O restante nós rejeitamos como um remédio muito
amargo.
É interessante notar que, embora tenhamos incorporado muita coisa
daquelas culturas, elas foram ainda mais afetadas do que nós.
Atualmente, este processo de refinamento está se expandindo ao
Budismo. Há judeus, principalmente jovens, que começam sua
busca espiritual traídos por métodos orientais de meditação
e acabam caindo no caminho de Buda, mas que continuam descobrindo seu
próprio legado na Torá. Ocorre um processo duplo: o Budismo
tem evoluído mais nos últimos trinta anos que durante toda
sua história anterior, a tal ponto que aquilo que é apresentado
atualmente como Budismo já seja mais Judaísmo que Budismo.
Além disso, quando aqueles "Jubudistas" retornam à
prática judaica, rejeitam aqueles aspectos que são proscritos
na Torá, ao passo que fazem bom uso dos aspectos que são
complementares.
Muitas das práticas budistas e conceitos do mundo estão
em oposição direta ao conceito de uma Divina Providência
única da Torá. Quando se trata dos ritos tibetanos, há
muito de Xamanismo. Mesmo se o intelectual budista concebe estas noções
de maneira altamente abstrata, ainda assim são noções
de idolatria, contra as quais nosso Patriarca Avraham lutou. Para um judeu,
queimar incenso em frente de uma estátua é horripilante,
não importa o que ele diga sobre suas intenções íntimas.
Similarmente, a proclamação "Em Buda encontro refúgio"
é uma catástrofe para a alma judaica.
Por outro lado, a severidade mental e a disciplina pessoal destas práticas
têm se mostrado de grande benefício em prece e meditação
(ambas são orgânicas ao Judaísmo). Além disso,
é provável que os ensinamentos do mestre original que agora
é chamado de Buda contenham muito da antiga sabedoria que foi perdida.
Buda viveu na época do Rei Salomão, assim como Lao Tsé
e Pitágoras. Talvez estejamos agora extraindo algumas das jóias
perdidas de Salomão da lama na qual estiveram enterradas por dois
milênios e meio.
Quanto àqueles que nasceram na cultura budista, acredito que encontrarão
um caminho particular dentro da estrutura da orientação
das Leis de Nôach, que os levarão à verdade dentro
de seu próprio legado. De fato, sei de um grupo no Japão
que já está bem próximo disso.
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