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RESPOSTA:
1. Quando avista-se a Lua, no início do mês
judaico deve-se recitar uma bênção denominada Bircat
Halevaná ou Kidush Levaná (santificação da
Lua). Agradecemos a D'us pela criação do mundo e dos astros.
É recitada somente sobre a Lua, pois além de iluminar a
noite, é o astro mais próximo de nós.
Diferentemente do Sol que ilumina de modo constante e uniforme, a Lua
tem um período em que não é vista. Quando ressurge,
retira-se proveito dela; então agradecemos a D'us, assim como o
fazemos por todos os proveitos mundanos.
A bênção da Lua só pode ser feita à
noite, após o surgimento das estrelas. Mesmo que Arvit tenha sido
rezada antes do prazo, deve-se aguardar o anoitecer, pois antes não
se beneficia com o luar.
Esta bênção é recitada apenas uma vez por mês,
decorridas, no mínimo, 72 horas do Novilúnio, quando a luminosidade
já é bem evidente. Conforme a Cabalá, é melhor
recitá-la sete dias após o Novilúnio. Em épocas
do ano em que o céu está encoberto e raramente se avista
a Lua, deve-se recitá-la na primeira possibilidade, (mesmo antes
dos sete dias), contanto que tenham decorrido as 72 horas. De preferência,
deve-se recitá-la no término do Shabat, trajando ainda roupas
festivas.
O prazo limite para recitar esta bênção é a
metade do mês hebraico, i.e., até a Lua cheia; na fase minguante
não mais se recita esta bênção. Este horário
máximo costuma constar nos calendários judaicos.
2. Ao final da cerimônia recita-se Alênu Leshabêach,
louvando a D'us que nos diferenciou de todos os povos idólatras;
curvamo-nos e servimos a um D'us único. Assim, elimina-se a possibilidade
de idolatria do Kidush Levaná.
3. Após a berachá, vários trechos são lidos.
O primeiro diz: "...da mesma forma que danço perante ti e
não posso te tocar, assim meus inimigos não poderão
tocar-me para fazer o mal. Que caia sobre eles o medo e temor de Ti..."
a) Consta nos livros sagrados que antes de recitar este trecho, deve-se
dançar três vezes. É um dos motivos pelo qual dá-se
três pequenos saltos. Conforme a Cabalá, os três saltos
simbolizam o "espaço" entre os quatro Mundos espirituais.
b) Uma vez que o Kidush Levaná é recitado em companhia de
outros judeus, roga-se a D'us que paire Seu temor sobre os inimigos, cumprimentando-se
mutuamente com um Shalom Alechêm e afirmando: "Mas sobre vocês
pairará a paz Divina."
O Midrash relata outra explicação de desejar Shalom Alechêm:
a Lua foi criada do mesmo tamanho que o Sol, mas reclamou para D'us: "Dois
soberanos não podem ocupar o mesmo reino." Ao que D'us respondeu:
"Vá e diminua-se." No futuro, a Lua "fará
as pazes" com o Sol, e D'us devolverá todo seu esplendor inicial.
Por isto deseja-se à Lua, "Shalom Alechêm", cuja
tradução literal é: "Que a paz esteja entre
vós."
c) Hoje em dia não é possível cumprir a mitsvá
do tsitsit à noite, pois consta: "...e as vereis..."
Porém, no futuro, quando a noite brilhar como o dia, cumpriremos
esta mitsvá integralmente. Isso é simbolizado ao tocar-se
as pontas do tsitsit no final do Kidush Levaná.
4. O Kidush Levaná é recitado apenas por homens (ou meninos
que já sabem recitar as bênçãos). As mulheres
são isentas por tratar-se de uma mitsvá positiva com tempo
determinado para seu cumprimento.
Enquanto o primeiro casal encontrava-se ainda no Paraíso, a Lua
continuou com o mesmo fulgor de antes. Mas Chava, a primeira mulher, instigou
a ingestão do fruto proibido e causou a expulsão do Paraíso.
Ocasionou, então, a diminuição da Lua. Por isso as
mulheres não recitam a bênção da Lua.
Na Era Messiânica, conforme descrito no texto de Kidush Levaná,
a Lua novamente terá a mesma grandeza e brilho do Sol.
O Rebe incentivou a prática dessa mitsvá, que deve ser realizada
com alegria, com a intenção de apressar a vinda de Mashiach.
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