Bênção da Lua  
     
  A razão de vários costumes
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  1) Por que fazemos mensalmente a Bênção da Lua? 2) Isto não lembra as antigas idolatrias a astros? 3) Qual o significado de a) dar três saltos, b) cumprimentar-se e c) balançar as pontas dos tsitsit? 4) Por que somente os homens a recitam?
     
 

RESPOSTA:

1. Quando avista-se a Lua, no início do mês judaico deve-se recitar uma bênção denominada Bircat Halevaná ou Kidush Levaná (santificação da Lua). Agradecemos a D'us pela criação do mundo e dos astros. É recitada somente sobre a Lua, pois além de iluminar a noite, é o astro mais próximo de nós.

Diferentemente do Sol que ilumina de modo constante e uniforme, a Lua tem um período em que não é vista. Quando ressurge, retira-se proveito dela; então agradecemos a D'us, assim como o fazemos por todos os proveitos mundanos.

A bênção da Lua só pode ser feita à noite, após o surgimento das estrelas. Mesmo que Arvit tenha sido rezada antes do prazo, deve-se aguardar o anoitecer, pois antes não se beneficia com o luar.

Esta bênção é recitada apenas uma vez por mês, decorridas, no mínimo, 72 horas do Novilúnio, quando a luminosidade já é bem evidente. Conforme a Cabalá, é melhor recitá-la sete dias após o Novilúnio. Em épocas do ano em que o céu está encoberto e raramente se avista a Lua, deve-se recitá-la na primeira possibilidade, (mesmo antes dos sete dias), contanto que tenham decorrido as 72 horas. De preferência, deve-se recitá-la no término do Shabat, trajando ainda roupas festivas.

O prazo limite para recitar esta bênção é a metade do mês hebraico, i.e., até a Lua cheia; na fase minguante não mais se recita esta bênção. Este horário máximo costuma constar nos calendários judaicos.

2. Ao final da cerimônia recita-se Alênu Leshabêach, louvando a D'us que nos diferenciou de todos os povos idólatras; curvamo-nos e servimos a um D'us único. Assim, elimina-se a possibilidade de idolatria do Kidush Levaná.

3. Após a berachá, vários trechos são lidos. O primeiro diz: "...da mesma forma que danço perante ti e não posso te tocar, assim meus inimigos não poderão tocar-me para fazer o mal. Que caia sobre eles o medo e temor de Ti..."

a) Consta nos livros sagrados que antes de recitar este trecho, deve-se dançar três vezes. É um dos motivos pelo qual dá-se três pequenos saltos. Conforme a Cabalá, os três saltos simbolizam o "espaço" entre os quatro Mundos espirituais.

b) Uma vez que o Kidush Levaná é recitado em companhia de outros judeus, roga-se a D'us que paire Seu temor sobre os inimigos, cumprimentando-se mutuamente com um Shalom Alechêm e afirmando: "Mas sobre vocês pairará a paz Divina."

O Midrash relata outra explicação de desejar Shalom Alechêm: a Lua foi criada do mesmo tamanho que o Sol, mas reclamou para D'us: "Dois soberanos não podem ocupar o mesmo reino." Ao que D'us respondeu: "Vá e diminua-se." No futuro, a Lua "fará as pazes" com o Sol, e D'us devolverá todo seu esplendor inicial. Por isto deseja-se à Lua, "Shalom Alechêm", cuja tradução literal é: "Que a paz esteja entre vós."

c) Hoje em dia não é possível cumprir a mitsvá do tsitsit à noite, pois consta: "...e as vereis..." Porém, no futuro, quando a noite brilhar como o dia, cumpriremos esta mitsvá integralmente. Isso é simbolizado ao tocar-se as pontas do tsitsit no final do Kidush Levaná.

4. O Kidush Levaná é recitado apenas por homens (ou meninos que já sabem recitar as bênçãos). As mulheres são isentas por tratar-se de uma mitsvá positiva com tempo determinado para seu cumprimento.

Enquanto o primeiro casal encontrava-se ainda no Paraíso, a Lua continuou com o mesmo fulgor de antes. Mas Chava, a primeira mulher, instigou a ingestão do fruto proibido e causou a expulsão do Paraíso. Ocasionou, então, a diminuição da Lua. Por isso as mulheres não recitam a bênção da Lua.

Na Era Messiânica, conforme descrito no texto de Kidush Levaná, a Lua novamente terá a mesma grandeza e brilho do Sol.

O Rebe incentivou a prática dessa mitsvá, que deve ser realizada com alegria, com a intenção de apressar a vinda de Mashiach.

 
     
 

 

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