Auto-estima  
     
  Auto-estima versus orgulho
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  Ter auto-estima, ser auto confiante significa ser orgulhoso? Como uma pessoa pode ser feliz se o próprio judaísmo nos ensina a não alimentar o ego?  
     
 

RESPOSTA:

O judaísmo traça uma linha entre as duas características que você mencionou. Enquanto o orgulho é visto como a pior característica que uma pessoa pode ter, a auto-estima é fundamental na vida.

Uma pessoa que tem baixa auto-estima não necessariamente se comportará como uma pessoa humilde. As vezes, o que acontece é o contrário. Quando a pessoa sente que não tem valor, irá procurar maneiras de se destacar e de ser honrada para suprir esta sua necessidade de reconhecimento próprio. Por vezes, deixará de cumprir certas obrigações, alegando que os seus atos não tem importância.

A Mishná nos diz "Chaviv adam shenivrá betsêlem" - "Querido é o homem que foi criado a imagem de D'us". Para começar, cada um de nós somos filhos de D'us, e parecido com Ele. Isto já é um grande motivo para nos sentirmos importantes. Se desprezarmos a nós próprios, estaremos desprezando a D'us.

O judaísmo não prega que neguemos nossas características positivas, nossos dons e talentos, os níveis que alcançamos. "Não seja perverso a seu olhos" - diz a Mishná. Quem se sente um nada, não alcançará nada. Quem reconhece suas forças, reconhece também os desafios, e tem garra para supera-los.

Onde está, porém, a linha vermelha? Até que ponto devemos cultivar a auto-estima, para que não beire o orgulho?

O orgulho se baseia na expressão "kochi veotsem yadi" - "minha força e a intensidade de minha mão". O orgulho preenche o espaço onde não há D'us. Quando a pessoa começa a tirar D'us de sua consciência, quando esquece que tudo o que tem vem Dele, o orgulho entra em ação. A pessoa começa a pensar que tudo o que tem é somente graças a ela, e sente-se toda-poderosa. Começa a sentir que tem mais valor que os outros, que alcançou mais do que eles. E aí este sentimento de superioridade acaba invadindo seu caráter, afastando-a das pessoas e de D'us.

Devemos saber que temos muito valor, sim. Porém, não podemos nos deixar levar pelo pensamento de que este valor é mérito nosso, que é graças ao nosso poder. Quando aliamos a auto-estima à fé em D'us, conseguimos alcançar um caminho harmonioso em que mesclam-se nossa necessidade de autoconfiança, e um bom caráter, que agrada a D'us, aos que nos cercam, e a nos próprios.

 
     
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