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Fui
criado numa família tradicional, fiz circuncisão e bar mitsvá,
porém, nunca tive nenhuma fé ou crença religiosa.
Tenho 34 anos e me considero um ateu.
Não faço questão de ser enterrado num cemitério
judaico (e meu testamento deixará isto claro). Casei-me com uma
moça não-judia, numa cerimônia civil.
Minha pergunta é: posso me considerar, oficialmente, um não-judeu
já que abandonei o judaísmo, ou preciso preencher algum
tipo de formulário ou dispensa para, oficialmente, não ser
mais judeu?
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RESPOSTA:
Por Rabino Aron Moss
Gostaria de poder lhe ajudar, mas vejo que não há nada que
eu possa fazer.
Pelo que você escreveu, você já fez de tudo para negar
o seu judaísmo.
Com relação à prática, você não
guarda as tradições. Quanto à crença, você
se considera um ateu. No campo familiar, você se casou com uma moça
não-judia, portanto, seus filhos não serão judeus.
Mesmo com relação ao seu sepultamento, você está
determinado a não ser enterrado num cemitério judaico.
Poderíamos até concluir que isto tudo seria suficiente para
confirmar sua situação de não-judeu.
Mas não! Por alguma razão, você ainda não está
satisfeito: você ainda se sente judeu! Tanto é que sente
a necessidade de uma dispensa oficial! E então, sendo um ateu,
a quem você recorre para resolver este problema? Um médico?
Um psiquiatra? O juiz que oficiou seu casamento?
Não! Você procura um rabino!
Isso me lembra a história da criança que fugiu de casa e
ficou dando voltas no quarteirão, pois seus pais lhe ensinaram
a nunca atravessar a rua sozinha.
Sinto muito, mas não há mais nada que você possa fazer!
Você é tão judeu quanto Moisés, Ariel Sharon
ou o Rabino Chefe de Israel.
Pelo que parece, ser judeu é o fator mais predominante de sua personalidade,
influenciando até quanto ao local a ser enterrado (por que um ateu
se importaria tanto com isto?).
O Judaísmo não é uma crença, sentimento, convicção
ou estilo de vida.
É um estado de 'ser'. Podemos tanto comemorar, quanto lutar contra,
mas sempre estará lá.
Por que, então, não celebrar?
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