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      RESPOSTA: 
        Costumamos dizer que apenas os seres humanos têm livre 
        arbítrio, e que os anjos fazem o que lhes é ordenado. Não 
        têm má inclinação, portanto não desejariam 
        fazer nada de errado, mesmo que tivessem liberdade para escolher. 
         
        Porém sabemos que determinados anjos foram punidos, o que poderia 
        implicar que eles tinham livre arbítrio. 
         
        Por exemplo, o Talmud (Bava Metzia 65b) relata que Eliyahu, o Profeta, 
        revelou certa vez a Rabi Yehuda, o Príncipe, que se Rabi Chiya 
        e seus filhos rezassem simultaneamente, o Mashiach chegaria. Rabi Yehuda 
        então proclamou um dia de jejum público e durante o serviço 
        de prece ordenou a Rabi Chiya e seus filhos para liderarem o serviço. 
        (Num dia de jejum, três pessoas lideram os serviços). Quando 
        eles chegaram à prece "Ele restaura vida aos mortos", 
        uma alusão à Era Messiânica, o mundo tremeu. Uma voz 
        foi ouvida no Céu: "Quem revelou segredos no mundo?" 
        – referindo-se ao segredo de como trazer Mashiach. E a resposta 
        foi: "Eliyahu". Eliyahu então foi trazido e recebeu seis 
        chibatadas de fogo. Esta história parece sugerir que Eliyahu, um 
        anjo, tem livre arbítrio e pode incorrer em castigo por fazer a 
        escolha errada. 
         
        Além disso, o Talmud relata a história de quatro sábios 
        que entraram no céu recitando o Nome inefável de D’us. 
        Somente um deles emergiu incólume da experiência. Um morreu: 
        outro ficou louco; e um terceiro tornou-se apóstata. Por que este 
        último se tornou apóstata? Ele viu o anjo Matat que tinha 
        permissão para se sentar enquanto registrava os méritos 
        de Israel. Ele disse: "Não foi ensinado que no Céu 
        não se senta… por que não se cansa? Talvez [D’us 
        não o permita] existam duas divindades no Céu?" Matat 
        foi então ejetado e recebeu sessenta golpes de fogo. 
         
        Deixando de lado o significado exato dessas histórias, elas parecem 
        sugerir que de fato, os anjos têm livre arbítrio e portanto 
        podem ser punidos. 
         
        Alguns comentaristas afirmam que estes "castigos" não 
        deveriam ser considerados ao pé da letra, pois são apenas 
        metafóricos. No entanto, Rabi Shmuel de Lubavitch, um místico 
        do século dezenove, diz que embora os anjos em geral não 
        tenham livre arbítrio, os dois anjos mencionados nas histórias 
        acima, Eliyahu e Matat (que originalmente era Enoch), eram na verdade 
        humanos que tinham ascendido ao Céu e se tornado anjos. Portanto, 
        mesmo em seu estado celestial eles ainda mantinham sua capacidade humana 
        de escolher. 
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        Fonte: Mi Camocha 5629 (final) 
       
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