Anjos  
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  Têm livre escolha?
     
 

Os anjos têm livre arbítrio?

     
 

RESPOSTA:

Geralmente dizemos que apenas os seres humanos têm livre arbítrio e que os anjos apenas fazem o que lhes é ordenado. Eles não tem má inclinação, portanto não desejariam fazer nada de errado, mesmo que tivessem o poder da escolha.

Porém, sabemos que determinados anjos foram castigados, o que poderia implicar que eles têm livre arbítrio e fizeram uma má escolha...

O Talmud (Bava Metzia 65 b)por exemplo, relata que o Profeta Elijah certa vez revelou a Rabi Judah, o Príncipe, que se Rabi Chiya e seus filhos rezassem simultaneamente Mashiach chegaria.

Rabi Judah então convocou um dia de jejum público e durante o serviço de prece ordenou que Rabi Chiya e seus filhos liderassem o serviço. (Num dia de jejum, três pessoas lideram os serviços). Quando eles chegaram à prece “Ele restaura a vida aos mortos”, uma alusão à Era Messiânica, o mundo tremeu. Ouviu-se uma voz lá no céu: “Quem revelou segredos no mundo?” – referindo-se ao segredo de como trazer Mashiach. E a resposta foi; “Elijah.”

Elijah foi então levado e recebeu sessenta chibatadas de fogo. Essa história parece sugerir que Elijah, um anjo, tem livre arbítrio e pode incorrer em castigo ter feito uma escolha errada.

Além disso, o Talmud (Chaguigah 14 b-15 a) relata a história de quatro Sábios que entraram no Céu recitando o Nome inefável de D’us. Somente um deles emergiu da experiência sem sequelas. Um morreu: outro ficou louco; e um terceiro tornou-se apóstata. Por que este último tornou-se apóstata? Ele viu o anjo Matat que tinha permissão de sentar-se enquanto registrava os méritos de Israel. Ele disse: “Não foi ensinado que no Céu não há como se sentar… nem cansaço? Talvez (D’us não o permita) haja duas divindades no Céu?” Matat foi então expulso e recebeu sessenta golpes de fogo.

Deixando de lado o significado exato dessas histórias, elas parecem implicar que os anjos de fato têm livre arbítrio e portanto podem ser punidos. Alguns comentaristas afirmam que estas “punições” não devem ser tomadas literalmente e são apenas metafóricas. No entanto, Rabi Shmuel de Lubavitch, um místico do Século 19, diz que embora os anjos em geral não tenham livre arbítrio, os dois anjos mencionados na história acima, Elijah e Matat (que era Enoch, originalmente), eram na verdade seres humanos que subiram aos Céus e se tornaram anjos. Portanto, mesmo em seu estado celestial eles ainda mantinham sua capacidade humana de escolher.

Fonte: Mi Camocha 5629 (final)

 
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