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RESPOSTA:
Muita gente se faz estas mesmas perguntas: Por que é permitido
usar peruca se esta pode ser confundida com cabelo, e mais ainda; muitas
vezes é até mais bonita que o próprio cabelo da pessoa?
Muitos pensam que o único motivo de cobrir a cabeça é
mostrar para os outros que se é casada. Outros pensam que o objetivo
é fazer a mulher menos atraente. No entanto, esta mitsvá
vai muito além disso.
Os objetos mais valiosos são geralmente os mais bem guardados e
escondidos. Os tesouros são enterrados; as jóias e outros
valores, guardados em cofres. Mais ainda: a mezuzá é envolta
em uma caixa, assim como os tefilin e o rolo da Torá, que além
do manto recebe uma proteção adicional ao ser guardada no
Aron Hacodesh, e assim por diante.
Da mesma forma, quando D'us criou a mulher, criou-a colocando seu valor
em seu interior, e não em seu invólucro. Mas por ser bela
e atraente, sensível e conectada tão forte e diretamente
com Sua fonte, D'us encontrou uma maneira de protegê-la de olhares
ou tornar-se um objeto de cobiça ou de maus pensamentos. Ao casar
e receber as bênçãos de kedushá ( Santificação
em baixo de uma chupá durante o casamento judaico), seu status
muda e agora ela pertence a um único ser que é sua alma
gêmea: seu marido. Para ele sua mulher é a pessoa mais preciosa;
seu maior tesouro. Por estas razões, a mulher cobre seu cabelo
após casar. Para demonstrar seu estado de comprometimento com um
único homem com quem é casada, e não atrair a atenção
de outros homens sobre si por questões de tseniut, modéstia,
o uso da peruca passa a ser um elemento essencial, indicando seu status
e seu valor.
Mais do que um lembrete para os outros, a cobertura da cabeça relembra
a própria mulher do fato de ser casada. O importante é que
o cabelo esteja coberto, não importando se por cima dele há
uma bela peruca; é tão importante sentir-se bonita para
seu marido, quanto para si mesma.
O Rebe de Lubavitch, Rabi Menachem M. Schneerson (1902-1994) incentivou
o uso da peruca por ser discreto e cobrir bem os cabelos, mais que o uso
de lenços e outros acessórios que geralmente escorregam
deixando o cabelo à mostra.
O passuk que se refere a cobertura do cabelo na Torá diz respeito
as leis de sotá, ou seja, uma mulher que se desviou do caminho
correto e foi vista entrando em um local fechado apenas com outro homem,
que não seja seu marido. Ela era então levada para o Bet
Hamicdash, descobria-se seu cabelo e seu dorso, e então ela bebia
uma água na qual estava misturado um papel com o nome de D’us,
e de acordo com a reação era provado se ela de fato teve
relações proibidas. A Torá diz que seu cabelo era
descoberto, e isto era uma ação humilhante. Daqui nossos
Sábios aprendem que os cabelos da mulher deveriam estar sempre
cobertos. "O Sacerdote porá a mulher de pé diante de
D’us e desmanchará seu cabelo" (Números 5:18).
Conta-se sobre Kimhit, uma mulher temente a D’us, que era extremamente
zelosa com esta mitsvá. Nem mesmo as paredes de sua casa jamais
"viram" uma única mecha de seus cabelos. Por este zelo
e em seu mérito ela viu seus sete filhos serem consagrados como
Cohanim-Gdolim, Sumos-Sacerdotes.
Há ainda motivos cabalísticos para cobrir os cabelos. Sabemos
que ao cumprir esta importante mitsvá, a mulher atrai bênçãos
de saúde e prosperidade ao seu lar, sua família e especialmente
na educação de seus filhos.
No entanto, o essencial para quem cumpre cada mitsvá é que
esteja cumprindo simplesmente pela razão única de ser um
mandamento Divino; às vezes, acima da lógica e da nossa
limitada percepção física, pois o efeito espiritual
das mitsvot supera nossa compreensão.
Não sabemos dimensionar a verdadeira proporção e
efeitos de nossas mitsvot neste mundo, apenas que elas afetam nossa vida
e daqueles a quem mais amamos. Mas sabendo, no mínimo, que isto
verdadeiramente ocorre, certamente faremos o máximo para vê-las
realizadas e o mais breve possível.
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