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RESPOSTA:
O dialeto ladino é a língua hispânica oral e escrita
dos judeus de origem espanhola. O ladino tornou-se uma língua caracteristicamente
judaica apenas depois da expulsão dos judeus das Espanha em 1942
– até então era apenas a língua da província
onde moravam.
Quando os judeus foram expulsos da Espanha e Portugal, perdeu-se o contato
com o desenvolvimento posterior daquela língua, mas continuaram
a usá-la nas comunidades e países para os quais emigraram.
O ladino, portanto, reflete a gramática e o vocabulário
do espanhol nos séculos XIV e XV. Quanto mais distantes da Espanha
os judeus se instalavam, mais alienados às mudanças da língua
eles ficavam, e mais diferentes do espanhol.
Em Amsterdã (Holanda), na Inglaterra e na Itália, o judeus
que continuavam falando o Ladino estavam em constante contato com a Espanha,
e portanto, falavam praticamente o espanhol da época. Porém,
nas comunidades sefaraditas do Império Otomano, a língua
não somente preservou as formas antigas do espanhol, como "pegou
emprestado" várias palavras do Hebraico, Árabe, Grego,
Turco, e até mesmo Francês, tornando-se mais e mais distante
de sua forma original. O vocabulário Ladino inclui centenas de
palavras em espanhol arcaico, e também inclui muitas palavras de
diferentes línguas que substituíram as palavras originais
em espanhol, dos diferentes países onde os judeus se instalaram.
Alguns termos foram transferidos de uma comunidade para outra através
dos relacionamentos econômicos e culturais, enquanto outros se tornaram
peculiares a comunidades específicas. No Ladino falado em Israel,
há até mesmo palavras emprestadas do Ídiche.
O Ladino era escrito com o alfabeto hebraico, em letras do Rashi ou ainda
num sistema de letras denominado Solitro. Foi apenas no século
XX que foi escrito no alfabeto latino.
Em várias épocas, o Ladino foi falado no norte da África,
Egito, Grécia, Turquia, Iugoslávia, Bulgária, Romênia,
França, Israel e, em escala menor, nos Estados Unidos (as maiores
populações sendo em Seattle, Los Angeles, Nova Iorque e
sul da Flórida) e América Latina. No começo deste
século, com o alastramento do ensino obrigatório da língua
local, o Ladino começou a desintegrar-se. A emigração
para Israel proveniente dos Bálcãs agilizou o declínio
do Ladino na Europa Oriental e Turquia.
Os nazistas, que seu nome seja apagado, destruíram a maioria das
comunidades européias onde o Ladino representava a primeira língua
entre os judeus. Os sobreviventes do Holocausto que falavam Ladino e emigraram
para a América Latina costumavam captar o espanhol comum muito
rapidamente, enquanto outros adotaram a língua do país para
onde foram.
Israel é hoje o país onde há mais pessoas que falam
Ladino, com aproximadamente 2000.000 pessoas que ainda falam ou entendem
a língua.
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