Guilgul Neshamot  
   
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  Existe?
     
 

Sempre ouvi dizer que a Guilgul Neshamot (reencarnação das almas) é plenamente aceita no judaismo. É verdade?

     
 

RESPOSTA:
Embora este assunto possa não ser mencionados de modo ostensivo, a Tradição Oral, a parte da Torá que vai de mão em mão com a Torá Escrita, fala claramente desse tópico e lança uma luz sobre aquelas passagens da Torá que aludem a estes conceitos. Precisamos entender que estas duas partes estão interligadas. Se houvesse apenas a Torá Escrita, não seria possível compreender a maior parte das mitsvot eoutros conceitos fundamentais.

Uma das perguntas continuamente feitas no pensamento judaico medieval era: "Por que não há menção explícita na Torá falando de vida após a morte?" De fato, não há um único versículo ou frase na Torá que indique de modo inequívoco que o Mundo Vindouro existe. O conceito de céu e inferno não está claramente referido na Torá. Esta anomalia tem intrigado as mentes mais notáveis durante séculos.

Um dos maiores pensadores judeus da Espanha no século quinze, Rabi Yitschac Abarbanel, diz que a resposta é bem simples: a Torá não menciona o Mundo Vindouro porque não é disso que trata a Torá. As recompensas que a pessoa
receberá no futuro, após a vida que teve neste mundo, não deveria ser um fator pertinente no comportamento da pessoa na vida atual. O que é relevante ao discurso da vida é a vida como é agora, a vida neste exato momento.

Da mesma forma, às vezes conhecer a própria reencarnação pode ser prejudicial à sua retificação pessoal. Isso confina a mente da pessoa e não permite que esteja aberta a atingir o bem de modo puro e simples, como poderia ao ser sem conhecimento de vidas prévias. Este conhecimento pode diminuir a própria conscientização, em vez de ampliá-la.

Com a morte, a alma e o corpo, que formavam uma entidade, se separam. O corpo é enterrado e volta a matéria, perdendo toda sua conexão com a vitalidade. Já a alma é eterna, e se transfere deste mundo para o próximo, um mundo totalmente espiritual. Essa transferência se dá por etapas. Há vários estágios nos quais a alma se desliga gradativamente deste mundo. A Chassidut explica que a alma matriz é composta por várias partes. Cada vez que a alma passa por um "período de vida" num corpo, certas frações dela são aperfeiçoadas e elevadas. No momento da ressurreição dos mortos, cada corpo virá com a parte da alma que foi trabalhada durante a "estadia" nesse corpo.


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