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  Os dorminhocos: Meditações Dentro de um Peixe
  Por Yosef Y. Jacobson – Baseado nos ensinamentos do Rebe  
 

Sem cérebro
Um calouro na faculdade começava seu primeiro dia de aulas. Seu professor judeu era obviamente um ateu, e começou o dia dizendo o seguinte:

“Alunos, existe alguém aqui que possa ver D’us? Nesse caso, levante a mão. Se houver alguém aqui que possa ouvir D’us, favor levantar a mão. Se alguém de vocês pode cheirar D’us, levante a mão.”

Após uma breve pausa, sem resposta dos estudantes, o professor concluiu: “Como ninguém pode ver, ouvir ou cheirar D’us, isso prova conclusivamente que não existe D’us.”

Um aluno então levanta a mão e pede para dirigir-se à classe. Ele perguntou aos colegas: “Alunos, alguém aqui pode ver o cérebro do professor? Pode ouvir o cérebro do professor? Alguém pode cheirar o cérebro do professor?”

Após uma curta pausa, ele concluiu: “Como ninguém pode ver, ouvir ou cheirar o cérebro do professor, isso prova conclusivamente que ele não tem cérebro.”

Um profeta foge
O livro bíblico de Jonah, lido durante o serviço vespertino de Yom Kipur, relata uma das histórias mais comoventes e fantásticas da Torá. É a história de um profeta, Jonah, ou Yonah, que viveu no ano 700 AEC, e estava determinado a fugir de D'us. D'us mandou-o viajar de Jerusalém até a capital assíria, Nínive (1) para influenciar a grande população a se arrepender dos seus atos imorais e corruptos.

Em vez disso, Yonah foi ao antigo porto da cidade de Jaffa e embarcou num navio que partia para a Tunísia, na África (2), onde ele pensou que encontraria uma trégua de D'us (3).

“Então D'us enviou um forte vento ao mar,” relata a Torá, “e houve uma enorme tempestade no oceano, tão forte que o navio parecia estar a ponto de um naufrágio. Os marinheiros ficaram assustados, gritaram, cada homem ao seu deus; atiraram ao mar tudo que havia de pesado no navio, para que ficasse mais leve. Porém Yonah desceu ao porão e ali se deitou até adormecer profundamente.

“O comandante do navio aproximou-se dele e disse: ‘Como pode dormir assim? Levante-se! Clame ao seu D'us! Talvez Ele nos ajude a não perecer!’

“Eles disseram uns aos outros: “Vamos tirar a sorte, para determinar quem é o responsável por essa calamidade que se abateu sobre nós.” Jogaram os dados, e a culpa recaiu sobre Yonah. Disseram a ele: “Diga-nos… qual é a sua ocupação? De onde vem? Qual é a sua terra? E faz parte de qual povo?”

Virando anfíbio

Yonah aceitou a culpa pela tempestade que ameaçava a vida deles, pois tinha tentado fugir de D'us. Yonah sugeriu a eles que o atirassem ao mar, “e o mar se acalmará, pois eu sei que é por minha causa que essa grande tempestade se abateu sobre vocês.”

“Então eles ergeram Yonah e o atiraram ao mar, e o mar cessou sua fúria.” Enquanto estava nas águas, um grande peixe engoliu Yonah, e permaneceu ali dentro por três dias (4).

Das entranhas do peixe, Yonah fala com D'us. Essas são suas palavras:

“Clamei a D'us no meu desespero, e Ele me ouviu; das entranhas do inferno eu clamei – Tu ouviste minha voz. Tu me atiraste ao mar, nas profundezas do mar, e as águas me envolveram; todos os Teus vagalhões e ondas passaram sobre mim.

“Então eu disse: ‘Fui tirado da frente de teus olhos; porém eu olharei novamente para teu Templo Sagrado. Aas águas me envolveram, quase até a morte; as profundezas me cercaram, os juncos se fecharam sobre a minha cabeça.

“Desci até o pé das montanhas, a terra com suas barras se fecharam para sempre sobre mim; porém Tu me trouxeste do abismo para a vida, ó Senhor meu D'us.

“Quando minha alma fraquejou dentro de mim, lembrei-me de D'us; e minha prece foi a Ti, ao Teu Templo Sagrado…”

Yonah retorna
“Então D'us ordenou ao peixe,” continua a Torá a relatar(5), e “ele cuspiu Yonah de volta à terra firme.”

Finalmente, Yonah aceita sua Divina missão, viajando para a capital assíria e provocando uma transformação moral no coração de seu povo. Uma civilização perversa comprometeu-se a redefinir sua vida e seus relacionamentos. Porém quando Yonah descobre que D'us tinha de fato aceitado o arrependimento da população e não destruiria a cidade, ele fica triste. Ele não acredita que a cidade devesse ser exonerada de tantos anos de comportamento imoral e perverso (6) e pede a D'us que o mate, “pois melhor é minha morte que minha vida.”

Como um bom educador, D'us continua a mostrar a Yonah, numa maneira bastante criativa, o seu erro.

Quando Yonah está descansando numa tenda nos arredores de Nínive, uma planta frondosa cresce para proporcionar sombra sobre sua cabeça, dando-lhe muito conforto e serenidade. Quando a manhã seguinte traz uma onda de calor e um verme come a planta e esta seca, Yonah expressa sua angústia pela perda.

A isso D'us responde: “Você teve pena da planta pela qual não trabalhou, nem a fez crescer’ ela viveu uma noite e pereceu após uma noite. E Eu – não deverei ter pena de Nínive, a grande cidade, na qual há mais de cento e vinte mil pessoas… e também muitos animais?”

Isso conclui os quatro curtos mas incrivelmente ricos capítulos do Livro de Yonah.

Por que lemos essa história em Yom Kipur? E qual é a relevância desse episódio em nossa vida?

Duas camadas de Torá
Um dos elementos mais fascinantes sobre a Torá é que todas as suas histórias contêm, além da sua interpretação concreta literal, uma interpretação espiritual e psicológica. Cada detalhe de cada história registrada na Torá contém uma interpretação metafórica e alegórica, simbolizando um evento que transpira continuamente dentro do coração humano (7). Os sábios e rabinos têm, no decorrer de 3.000 anos, decodificado o significado metafísico da maioria das histórias da Torá.

O mesmo é verdadeiro, é claro, sobre a história de Yonah e o peixe. Além do sentido simples e literal desse episódio comovente, ocorrendo numa época e numa localização específicas, este relato deve ser visto também como uma metáfora para uma história mental e espiritual transpirando em outubro de 2003. Na verdade, o Zohar declara (8) que a história de Yonah é realmente uma história sobre “todo o tempo de vida dos seres humanos neste mundo.”

É essa história interior de Yonah que desejo explorar na continuação desse ensaio.

Jornada de uma alma
O nome Yonah em hebraico significa uma pomba, representando a alma interior do homem, aquele fragmento da verdade, aquele pedacinho de D'us que constitui o âmago da identidade humana (9). A pomba é um dos únicos animais que quando encontra seu parceiro, permanece fiel para sempre, jamais o trocando por outro. Similarmente, a alma incorpora aquela parte do animal humano que pode correr e se esconder, mas em última análise nunca substitui a verdade de D'us pelos prazeres do mundo material (10).

Nínive, cidade grande, poderosa e corrupta, é uma metáfora para o planeta que habitamos, repleto de políticos fúteis, vaidade e corrupção. Yonah, a alma humana, é despachada por D'us numa missão para revolucionar a paisagem terrena; para introduzir a luz da Divindade e da santidade em todo aspecto da vida terrestre. O homem é um mensageiro que leva uma mensagem; o homem é uma testemunha da presença do D'us vivo.

Negando sua realidade
Porém com frequência, escolhemos fugir da missão de nossa vida, rejeitando nossa identidade como testemunhas.

Embarcamos num navio, representado pelo corpo que contém a alma humana, assim como um navio contém seus passageiros (11), e tentamos escapar, física e emocionalmente, para um lugar onde possamos mais facilmente abraçar a ilusão de que estamos destituídos da missão e da mensagem, que nada mais somos que criaturas buscando saciedade e auto-satisfação. Velejamos cegamente pelas águas da vida, ignorando a voz interior de D'us, o tempo todo tentando nos convencer de que somos felizes.

Turbulência

Tudo parece bem e correto, até que a turbulência começa a abalar nossa vida e nosso piloto. A turbulência do mar na história de Yonah é uma metáfora para as tumultuadas circunstâncias que a vida apresenta, ameaçando a própria sobrevivência de nosso “navio” – nosso corpo e nossa existência. A essa altura, muitas pessoas acordam da sua ilusão.

Porém existem aqueles que, exatamente em momentos assim, se tornam ainda mais afastados da sua autêntica realidade. “Os marinheiros se assustaram, e gritaram, cada homem ao seu deus… Porém Yonah desceu ao porão do navio; ele deitou-se e dormiu.” Yonah, segundo essa interpretação, representa o ser humano que pode ver o mundo virar de cabeça para baixo, mas continua a dormir, fazendo crer que tudo está normal, que sua vida é uma história de sucesso. E quanto maior a confusão, quanto mais profundo o caos, mais essa pessoa afunda no seu sono, alheia à desintegração da sua realidade.

Cócegas
A essa altura, o homem geralmente sente um cutucão vindo da sua consciência divina. “O comandante aproximou-se dele, dizendo: ‘Como pode dormir tão profundamente? Acorde! Clame ao teu D'us!’ Os outros marinheiros também falam com Yonah, dizendo: ‘Diga-nos… qual é o seu ofício? De onde vem? Qual é a sua terra? E a qual povo pertence?”

O comandante, capitão do corpo, representa o yetser tov (11), a pequena centelha de D'us que reside na alma humana. Essa centelha clama para a alma, perguntando: “Como pode dormir tão profundamente?” Durante quanto tempo pode negar que seu universo enlouqueceu? Durante quanto tempo ainda vai fazer acreditar que não fez isso?

“Lembre-se de onde sua alma veio,” responde a voz interior a um Yonah que anseia por voltar ao seu sono. “Lembre-se de sua verdadeira ocupação e a que povo pertence,” diz a voz a ele. Pare de negar quem você é; não fuja ao seu destino enquanto uma testemunha da voz no Sinai encarrega você da missão de pavimentar uma estrada através da selva da história. Não fuja ao seu chamado para cavar e revelar a arte Divina em todo aspecto da vida.

Resignação e Rendição
Uma sinceridade estranha e melancólica domina Yonah. Seu instinto moral encontra uma perversa expressão em sua sugestão aos marinheiros para jogá-lo ao mar para se livrarem do fardo imposto pela existência dele.

Isso representa a profunda ansiedade existencial que domina muitas almas ao descobrirem que jamais podem realmente se convencerem de que D'us não existe. Apanhada num estado de limbo, temerosa de abraçar D'us por completo e incapaz de fugir de D'us, a alma se resigna à morte. “Simplesmente livrem-se de mim,” clama Yonah às suas vozes interiores. “Enterrem minha alma.”

Neste momento devastador, o ser humano se rende ao último vestígio de dignidade espiritual, permitindo que sua alma seja levada pelas águas furiosas da luxúria e do vício. E ainda pior, ele permite que sua identidade humana seja engolida e convertida numa criatura anfíbia. Deixando de ver-se como diferente de um animal, ele está “livre” por fim para ignorar realmente a presença de D'us.

O Talmud (12) ensina que na linguagem bíblica o peixe serve como uma metáfora para a sexualidade desinibida, pois o peixe se multiplica excessivamente. Yonah sendo engolido por um peixe deve portanto ser entendido como uma metáfora para uma alma sendo engolida pelo vício e pela promiscuidade sexual.

O termo hebraico usado para peixe na história, ‘dagá’, também pode ser traduzido como ansiedade (13). Isso representa uma reação emocional alternativa para o turbilhão da vida. A pessoa se atira em buscas materialistas, de tal maneira que a extraordinária ansiedade e estresse envolvidos na subida da escada financeira eclipsa a ansiedade mais profunda de sua alma. Ele se permite ser engolido completamente em sua carreira, até esquecer que é um ser humano.

Renascimento
E mesmo assim, paradoxalmente, nesse mesmo momento a alma, pela primeira vez, encontra D'us.

“Das entranhas do inferno eu clamei,” declara Yonah. Até a alma atingir as entranhas do inferno, estava ocupada fugindo de D'us e de si mesma. Somente quando o homem atinge seu nadir ele pode subitamente descobrir a presença de um D'us vivo e amoroso. Por quê?

Porque uma alma, pela própria natureza, jamais pode permanecer em um só lugar. Deve estar sempre num estado de movimento. A única questão é em qual direção se mover: está correndo para D'us ou fugindo d’Ele? Portanto, uma vez que a alma chega ao fundo e não pode mais descer, deve começar a subir (14).

O Novo desafio
A redescoberta da verdade pelo homem – que ele está aqui numa missão – faz o peixe cuspir a alma. O homem abandona seus vícios e sua promiscuidade. Embarca agora numa jornada para fazer uma diferença na vida das pessoas, para levar santidade e Divindade à própria vida bem como à vida da sociedade mundana e egocêntrica.

Pois este é um padrão previsível: depois que a alma descobre a presença viva de D'us, anseia por tornar-se ascética, para escapar dos confinamentos de um universo inferior e fundir-se em Sua infinita luz.

A essa altura, D'us revela a Yonah, à alma, que ao infundir o profano com o sagrado, o plano supremo de D'us é cumprido. Somente na imundície do planeta Terra a glória da parceria humana’Divina pode brilhar. A alma, apesar de sua resistência natural, deve aprender a imitar D'us e a abraçar o mundo, não fugir dele.

Dois tipos de dorminhocos
Então por que lemos essa história em Yom Kipur?

Há dois tipos de dorminhocos humanos. Existem aqueles que se estão num sono mais leve, e com um rasgo de inspiração ou turbulência acordarão; e aqueles que estão tão submersos no sono que nem mesmo a explosão mais forte os perturbará.

A primeira categoria de pessoas acorda através do som do shofar de Rosh Hashaná (15). Os sons primitivos e pungentes do chifre de carneiro, brotando das profundezas simples e primitivas do âmago humano, inspira a alma a retornar a quem ela realmente é.

Porém existem pessoas que dormem apesar de tudo, até mesmo do som poderoso do shofar. O navio está a ponto de rachar, mas elas estão adormecidas. O Titanic está para afundar e elas estão estiradas nas poltronas do convés da primeira classe fumando charutos, alheias e imunes à realidade.

Num tremendo anti-semitismo, um presidente de um país soberano nega o Holocausto, os inimigos planejam todo dia destruir um país e seu povo, há uma profunda confusão emocional e moral em meio à sociedade, profunda depressão e alienação entre tantos jovens – mas eles estão adormecidos. Um mundo nas garras do medo e da confusão, porém eles estão ocupados jogando o jogo da vaidade. Continuamos fazendo acreditar que a vida está, mais ou menos, normal.

Um perfil do faraó
Um dos mestres chassídicos descreveu certa vez a inferioridade do imperador egípcio, o faraó. A Torá descreve a noite em que ele teve um sonho misterioso e acordou. “Então,” continua a Bíblia (16), “ele adormeceu, e teve um segundo sonho.” Ocorre que estes dois sonhos continham os segredos da sobrevivência de todo o Crescente Fértil.

“Nu, posso entender o fato de ir dormir,” declarou o Rebe de Kutzk. “Mas quando você tem um sonho poderoso repleto de segredos sobre o futuro destino do mundo, como pode voltar a dormir? Para isso é preciso ser um faraó!”

Este é o perfil de uma pessoa que pode ouvir 100 toques do shofar, mas simplesmente desliga o despertador e se vira para o outro lado na cama (17).

O dia que não tolera enganos
Então chega Yom Kipur.
Este é o único dia do ano que não tolera fachadas. Nesse dia mais sagrado do calendário, todos os véus são erguidos! A verdade pura do D'us vivo irrompe pelas paredes, atingindo até aqueles que se esconderam sob uma montanha de cobertores.

Em Yom Kipur, até mesmo aqueles que mergulharam no mais profundo dos sonos podem ouvir a voz do comandante: “Como pode dormir tão pesadamente? Levante! Fale com seu D'us!” (18).


Notas

1 – Chegar a Nínive atualmente não é difícil. Começamos em Haifa, em Israel, e simplesmente seguimos o famoso oleoduto até Mosul, no Iraque. Ali, do outro lado do Rio Tigre, na margem esquerda, do lado oposto a Mosul, estão as ruínas da outrora orgulhosa cidade de Nínive. Ela foi uma das primeiras cidades do mundo, construída pelo Rei Nimrod (também chamado Ashur), o pai do povo assírio, na época de Avraham. Sob os poderosos reis assírios a cidade foi ampliada e embelezada. Sargon construiu uma forte muralha ao redor de Nínive, incluindo e unindo-a com outras três cidades, Foi essa cidade ampliada que o Profeta Yonah cita como a cidade de “uma jornada de três dias”.

Nínive tornou-se uma das cidades mais ricas, elegantes e poderosas no mundo. Sua tremenda beleza pode ser vista através das escavações. Recentemente, escavaram em Nínive a maior biblioteca da antiguidade, na qual foram encontradas dezenas de milhares de tábuas de argila contendo toda a literatura babilônica e grande parte da literatura mundial. A excelente ordem e cuidado da biblioteca são impressionantes.

2 – É assim que Ibn Ezra, Mahari Kra e Abarbanel entendem Tarshis. Veja Rashi e Targum para traduções alternativas.

3 – Os comentaristas explicam que a Presença Divina não se manifesta de maneira revelada fora da Terra Santa. A profecia também não pode ser vivida fora de Erets Yisrael. Portanto Yonah pensou que viajando para uma localidade distante de Israel ele estaria a) entrando num domínio onde D'us não o perseguiria (Rashi) ou b) onde D'us não poderia usá-lo como Seu profeta para viajar a Nínive (Radak. Metzudos, Abarbanel, Malbim. Confira Ibn Ezra para outra interpretação sobre esta “fuga”.

Por que Yonah recusou-se a servir como mensageiro de D'us a Nínive? Um motivo é porque ele previu o holocausto que o Império Assírio levaria sobre as Dez Tribos do Reino Norte de Israel e ele ansiava pela sua destruição (Abarbanel e Metzudos). Outro motivo é porque Yonah sentiu que os cidadãos não-judeus de Nínive responderiam ao seu chamado e de fato transformariam suas vidas do mal em bem. Isso, sentia Yonah, destacaria ainda mais a condição degenerada de seus irmãos judeus que após anos e anos ouvindo admoestações de muitos profetas, ainda permaneciam moralmetne obstinados. Como amava lealmente o povo judeu, Yonah preferiu fugir ao chamado de D'us (Pirke Dreb Eliezer cap. 11; Radak, Metzudos e Malbim).

Deve-se notar que, apesar do fato de que Nínive foi salva por Yonah anos depois, em 612 AEC, a cidade foi sitiada pelos babilônios e medas, e completamente destruída, jamais sendo habitada novamente. O poderoso Império Assírio, que tinha destruído o Reino Norte de Israel, chegou ao fim.

4 – Para os céticos que acham difícil aceitar essa história como verdadeira, vale mencionar que na Revisão Tecnológica de Princeton em 1927, aparece uma história sobre um grande peixe que durante uma tentativa para livrar-se da rede dos pescadores, fez virar o barco e engoliu um dos homens.

O peixe terminou sendo apanhado e morto. Quando o abriram, três dias depois do evento, descobriram o pescador encolhido como uma criança no útero materno, porém o homem estava vivo e voltou à vida normal. O único efeito físico foi que sua pele ficou branca.

Teria um peixe físico realmente engolido Yonah? Maimônides acredita que essa foi uma visão, não uma realidade física. Porém a maioria dos comentaristas da Torá concorda que a história ocorreu literalmente.

5 – Yonah 2:11

6 – Veja comentários sobre Yonah 4:1-3 sobre mais motivos pelos quais Yonah ficou tão perturbado quando D'us aceitou seu arrependimento.

7 – Veja Ramban sobre Bereshit 1:1; Asarah Maamoros Maamar Chekur Din 3:22. Licutê Sichot vol. 23 págs. 37-39 e muitas referências ali anotadas.

8 – Zohar Vayekhel pág. 199. Cf. Tikkunei Zohar Tikkun 21.

9 – Em todo o Cântico dos Cânticos a noiva Divina é comparada à pomba. Veja Berachot 53b e Shir Hashirim Rabah 1:15 para muitas comparações entre a experiência espiritual do Judaísmo e o caráter da pomba.

10 – Veja Shir Hashirim Rabah 1:15.

11 – Zohar ibid.

12 – Yuma 75a. Assim, quando os judeus lamentaram a Moshê: “Lembramos do peixe que consumimos gratuitamente no Egito” (Bamidbar 11:5), eles estavam lamentando, segundo o Talmud, as muitas restrições íntimas que receberam no Sinai. O fato de o peixe se multiplicar excessivamente foi o que inspirou Yaacov a abençoar seus netos: “que eles proliferem abundamentemente como peixes ...” (Bereshit 48:16. Veja Rashi ibid.)

13 – Tikkunei Zohar ibid.

14 – Or Hatorah pelo Tsemach Tsedec.

15 – Rambam Hilchot Teshuvah cap. 3.

16 – Bereshit 41:5.

17 – É interessante notar que, segundo uma opinião no Midrash, o líder de Nínive não era outro senão o faraó do Egito… Portanto até ele terminou por acordar e salvou sua cidade da destruição.

18 – Esse ensaio é baseado nos escritos da Cabalá e mestres chassídicos. Veja as fonte na nota nš 8; Ohr Hatorah (pelo Tsemach Tsedec) Derushim LeRosh Hashanah págs. 1372-3; Sichat Shabas Eikev 5747; Sefer Hasichot 5749 vol. 2 Parashá Shofetim; Sefer Letorah Ulemoadim (por Rabino S. Y. Zevin) para Yom Kipur.


Meus agradecimentos a Shmuel Levin, escritor e editor em Pittsburgh, por sua assistência editorial.

   
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