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Rezamos
todos os dias do ano (ou deveríamos…) com cavaná (verdadeira
intenção). Mas as vezes deixamos que as palavras já
rotineiras sejam pronunciadas sem emoção, como atos rotineiros
que não requerem avodá (nosso trabalho e empenho). Mas agora,
às vésperas de Yom Kipur quando nos posicionamos 24 horas
diante do Rei sob Seu olhar investigador e queremos certamente contar
com sua aprovação, nos derramamos em preces ou buscamos
a máxima concentração.
Nesta época, é o mínimo que podemos fazer.
Mas vamos analisar o que é a prece. A palavra hebraica para prece
é tefilá, que também significa "conexão".
Você se conecta com D’us falando com Ele – e isso geralmente
é conhecido como prece. Tefilá significa falar realmente
com D’us, como se Ele estivesse bem ali na sua frente. Conte a Ele
os seus problemas, peça ajuda a Ele, agradeça por tudo que
Ele dá a você. Leia as palavras no Sidur, mas identifique-se
com elas – pessoas que sabiam exatamente como é a sua vida
as escreveram.
O Judaísmo dirige-se a cada cantinho da vida, e a tefilá
é o método judaico de dirigir-se ao cantinho do auto-melhoramento..
E quando você faz contato com o Poder Mais Elevado, se auto-refina.
A tefilá aprofunda sua mente, enriquece sua alma e amplia sua espiritualidade.
Você consegue lidar melhor com o estresse, porque você fez
tefilá – uma conexão direta com o Ser Supremo. E embora
acessar D’us através dessa conexão seja ordenado pela
Torá apenas três vezes ao dia, você pode fazer contato
e dizer algumas palavras a Ele sempre que você quiser.
O formato da tefilá é chamado "nussach" em hebraico,
e há centenas de nus’chaot (plural de formatos) em uso atualmente,
a maioria com diferenças tão microscópicas que são
praticamente imperceptíveis. Quatro nus’chaot populares são
Nusach Ashkenaz (tradicionalmente usado por judeus europeus), Nusach Sephared
(tradicionalmente usado por muitos grupos chassídicos), Nusach
Eidot Hamizrach (usado por judeus do Meio-Oeste) e Nusach Ari (o formato
cabalista do Ari, desenvolvido por Rabi Isaac Luria, também conhecido
como o Ari).
Como rezar?
Segundo a Torá, há três horas para se conectar: manhã,
tarde e noite. A conexão da manhã é chamada shacharit,
a da tarde minchá e a conexão noturna maariv. Estas conexões
são feitas em hebraico, e giram em volta das palavras da amidá,
com declarações menores feitas antes e depois. Shacharit
leva cerca de 35 minutos, minchá sete a dez minutos e maariv em
torno de dez.
Tudo que você precisa é do impulso de querer rezar e um sidur
na mão. E embora você possa rezar em casa ou na maioria dos
locais, tente fazê-lo numa sinagoga, com um minyan (algumas partes
das preces somente podem ser recitadas com um minyan, pois na presença
de 10 homens judeus repousa a Shechiná – Presença
Divina). A Torá não exige que as mulheres rezem com um mynian,
sabendo de sua importante missão como mães de educar e cuidar
de seus filhos e de sua natureza de conectar-se diretamente com D’us,
mas estabelece que reservem uma parte do dia para recitar suas preces.
Todos os livros de reza são em hebraico, mas muitos contêm
transliteração e tradução em português.
Obviamente é melhor aprender hebraico e rezar no original, já
que o mundo foi criado com os poderes místicos das letras hebraicas.
Cada letra contém uma energia distinta: portanto, quando você
reza em hebraico, você dá vida a estas energias. Sua preces
serão respondidas se você rezar em inglês ou português,
é claro – mas há um benefício adicional em
rezar no Idioma Sagrado; cada letra, além da mensagem geral de
cada palavra, contém uma energia espiritual.
Por que é costume judaico rezar as mesmas palavras todos
os dias?
Talvez você se pergunte: "Como posso falar a mesma coisa, com
as mesmas palavras, todo dia?" A resposta é que qualquer um
pode ler as falas uma ou duas vezes – mas é preciso um profissional
talentoso para dar-lhes vida muitas e muitas vezes. É por isso
que os Homens da Grande Assembléia compilaram a Tefilá da
maneira como fizeram – com estrutura, ordem e rotina: para ensinar-nos
disciplina, e para permitir que a tefilá ponha em funcionamento
sua mágica de auto-melhoramento. A repetição força
você a se superar todas as vezes, a trabalhar realmente nas palavras
e injetá-las com vitalidade, absorvendo seu sentido mais profundo.
Os Sábios formularam as preces para evocar amor e reverência
a D’us. Cada um de nós tem sua realidade subjetiva e sua
avaliação da espiritualidade. No entanto, há emoções
subjetivas universais que devem ser evocadas. Ao formular as preces há
centenas de anos, os Sábios incorporaram aquelas passagens que
puxariam os cordões certos em nossa alma.
Se você achar que deve falar com Ele à sua maneira, pode
acrescentar suas próprias palavras, além do texto. Mais
uma vez, isso é porque cada pessoa tem sua própria realidade
subjetiva. Se você rezar sem o texto, está limitado ao seu
próprio mundo. Se você usar as mesmas palavras estabelecidas
pelos nossos sábios estará fazendo uma conexão com
judeus do mundo inteiro e unidos teremos mais chances de estabelecer o
equilíbrio da balança.
Que neste Yom Kipur e durante o ano todo possamos nos fortalecer e estabelecer
mais e mais conexões aproximando amigos e familiares distantes
para a verdadeira essência, a fonte da vida: Hashem, nosso Pai,
nosso Rei! |
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