Sucot em outras comunidades
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Entre os judeus caucasianos

Na região montanhosa do Cáucaso, que já foi parte da União Soviética, os judeus têm habitado desde os tempos antigos. Há, na verdade, uma tradição entre os judeus nativos de que são descendentes das Dez Tribos, e que seus ancestrais foram viver lá após o Reino das Dez Tribos ser destruído pelo rei da Assíria.

Há também um pequeno número de judeus europeus que para lá se deslocaram nos últimos cem anos. Dentre eles havia alguns chassidim de Lubavitch que para lá foram enviados pelo seu Rabi, a fim de abrirem yeshivot. Por isso, havia uma yeshivá Lubavitch na cidade de Kutais. Naquela localidade, bem como na cidade de Tiflis, vive a maior parte dos judeus. Falam um antigo dialeto da Geórgia; são mercadores ou artesãos.

Nos dias que antecedem Sucot, fazendeiros levam à cidade feixes de galhos recém-cortados de abetos e pinheiros, que carregam no lombo de burros, para vender aos judeus como cobertura para a sucá.

Os judeus caucasianos constróem sucot simples e pequenas, apoiadas em quatro estacas que fincam no solo, com as paredes também feitas de galhos. Alguns fazem a sucá em seus quintais - outros, nos telhados. A sucá é pequena, suficiente apenas para que dois ou três homens possam entrar e fazer as refeições. Não enfeitam a sucá. O Rabi passa a semana inteira na sucá, inclusive dormindo nela, a menos que a chuva forte o obrigue a retornar para casa.

Os judeus são pobres demais para comprarem um lulav e etrog para cada família. Por isso, têm um lulav comunitário para cada sinagoga. É geralmente trazido do vizinho Irã. O etrog é levado à sinagoga com muito respeito e cuidado. É colocado numa reluzente bandeja de latão; cada um por sua vez pega o lulav e o etrog, beija-os amorosamente, em seguida recita a bênção, balança-os, beija-os novamente e o coloca na bandeja para que o próximo judeu na fila faça o mesmo. Não demora muito para que o etrog não possa mais ser reconhecido, de tanto ser apalpado e beijado.

Na noite de Shemini Atsêret fazem uma grande festa, e passam a maior parte da noite se regozijando, até que chegue a hora do Serviço Matinal. As mulheres, também celebram alegremente.

     
 
 
     
  No Daguestão

Os judeus do Daguestão são conhecidos como os Judeus da Montanha. Vivem nas montanhas da República do Daguestão, que faz parte da mesma região do Cáucaso. Como seus outros irmãos caucasianos, têm vivido ali desde os tempos antigos, e eles também acreditam ser descendentes das Dez Tribos. Falam um dialeto judaico do Irã. São altos, fortes e pitorescos, trabalhando em fazendas, criação de gado e curtumes. Nos tempos antigos viviam em aldeias separadas que lhes pertenciam. Agora mesclam-se mais com a população, mas apegam-se à sua fé judaica e têm orgulho de serem judeus.

A comunidade aprecia fazer lindas sucot, que decora com belos tapetes e carpetes, arte na qual são peritos. Os etroguim e lulavim são trazidos do Irã, ou do sul da Rússia. Após a prece cumprimentam-se uns aos outros alegremente e convidam-se mutuamente à sua sucá para um lanche.

Na noite de Hoshaná Rabá reúnem-se na sinagoga, acendem velas e os mais instruídos lêem para todos o Livro Devarim, Deuteronômio, e então recitam todo o Livro dos Salmos. Ao romper do dia fazem o Serviço Matinal, recitam Hoshaanot e fazem Hacafot (voltas em torno da bimá carregando os rolos da Torá) sete vezes.

Na noite de Shemini Atsêret eles também fazem Hacafot (como na maioria das comunidades russas). As mulheres assistem da galeria, as faces ocultas por véus e lenços, enquanto os meninos se reúnem no centro da sinagoga e beijam os rolos da Torá. Todos os homens e meninos dançam alegremente com a Torá, recitando preces e hinos em lindos tons e melodias.

 
     
 
 
     
 

Entre os judeus curdos

O Curdistão, país montanhoso, pertence parcialmente ao Irã, Iraque e Turquia. Aqui também os judeus têm vivido desde os tempos antigos, e acreditam que seus ancestrais pertenceram às Dez Tribos exiladas. São em número de 15.000 e trabalham e terra e criam gado. Alguns judeus curdos emigraram para a Terra Santa, onde possuem suas próprias comunidades, e preservaram seus costumes, idioma e modo de vestir.

Os judeus curdos são altos e musculosos. Parecem-se com muçulmanos, pois vestem-se do mesmo modo. Usam pesados turbantes, calças largas com um largo cinturão, ou então um cinto em torno das camisas, que têm mangas longas e são vestidas sobre as calças. As mulheres, também, vestem largas blusas com pesados cintos, e calças balão. Cobrem as cabeças com turbantes, com grossas tranças pretas caindo sobre os ombros.

Os judeus curdos, tanto homens como mulheres, parecem impressionantes em suas roupas festivas, especialmente no Shabat e em dias de festa.

Rezam em sinagogas simples, sentados em tapetes. Antes de entrarem na sinagoga, tiram os sapatos. Na sucá, sentam-se também sobre tapetes, bem como em casa.

Dentre eles, há dois tipos: os que vivem nos vales, e aqueles que vivem nas montanhas. Os judeus das montanhas têm a pele escura e cabelos pretos. Usam barbas que nunca são cortadas ou aparadas, por isso muitos deles parecem bárbaros com seus trajes e adagas dos lados.

Seus costumes são semelhantes àqueles dos judeus da Babilônia e de Bagdá. No Shabat e nas festas, especialmente durante Sucot, se rejubilam

 
     
 
 
     
 

No Aden

Aden é um porto marítimo no Mar Vermelho, pertencente à Grã-Bretanha. Os judeus nesta região estão entre os primeiros colonizadores. Há uns quinhentos anos, o grande Rabi Ovadia de Bertinoro escreveu que haviam ido para Jerusalém "judeus da terra do Éden... os judeus lá possuem a pele morena. Não estão muito familiarizados com o Talmud, mas apenas com Rabi Alfasi e Rabi Moshê ben Maimon..."

Antes da última Guerra Mundial havia sete sinagogas em Aden, e a população judia totalizava vários milhares. Os judeus nativos são principalmente artesãos de junco, tecelões de capacho, pedreiros, joalheiros, encadernadores e porteiros. Alimentam-se geralmente de vegetais, tâmaras e peixe, e bebem vinho. As mulheres usam um véu (como mulheres muçulmanas), camisa, calças e peruca.

Os homens vestem camisa, kilt (saia escocesa), franjas em coletes e uma longa túnica solta com um cinturão ao redor da cintura.

Quando chega Sucot, o bairro judaico de Aden parece-se com um grande jardim. Pois nas apinhadas coberturas das casas há inúmeras Sucot, cobertas com folhagens verde. Os judeus de Aden dormem nas sucot, pois de qualquer forma muitos deles já dormem nos telhados por ser mais fresco.

Muitas sucot são belamente decoradas. Tecidos multicoloridos são pendurados nas paredes, e do teto da sucá pendem maçãs, romãs e etroguim, enchendo o ar com uma deliciosa fragrância. Os judeus do Aden gostam de sentar-se em suas sucot. A refeição é prolongada, e é acompanhada de canções e melodias, algumas em hebraico, outras em árabe. À noite, todas as sucot reluzem com luz e cores, brilhando através de lindos candeeiros, importados da Índia.

 
     
   
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