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Os judeus entendem
a diferença entre Rosh Hashaná e o Ano Novo secular. Rosh
Hashaná não é uma ocasião para festejar e
se soltar. Sim, está associado com celebrações, como
declara a Torá: “Coma alimentos suculentos e tome bebidas
doces, envie porções àqueles que não têm
nada preparado… Não fique triste, pois o júbilo de
D’us é a sua força.” Porém a mesma passagem
dá a razão para o júbilo: “O dia é sagrado
para nosso D’us.”
Mais especificamente, Rosh Hashaná é o Dia do Julgamento,
quando D’us “abre o livro das lembranças… e todos
os habitantes do mundo passam perante Ele como ovelhas… E Ele escreve
seus decretos.”
Conhecendo a reverência de Seu julgamento, muitos se preocupam com
o próprio futuro: “Como será o próximo ano
para mim?” Alguns estão preocupados com o futuro material:
Quanto ganharão no ano vindouro? Como será sua saúde?
Conseguirão se casar? Terão filhos? Outros se concentram
em desejos espirituais: Conseguirão adquirir sabedoria? Serão
inspirados com amor e temor a D’us?
Todos estes desejos podem ser expressos em muitos planos, com várias
motivações. Quando, no entanto, eles são reduzidos
ao seu mais baixo denominador comum, a questão que supera todas
as outras é: D’us me dará aquilo que desejo no próximo
ano?
Em Rosh Hashaná, no entanto, o que realmente deveríamos
pensar não é naquilo que desejamos, mas naquilo que Ele
deseja.
Há um clássico adágio chassídico que afirma:
“Em Rosh Hashaná, em algumas sinagogas, é quando o
cantor chega às palavras: ‘Arrependimento, prece e caridade
– teshuvá, tefilá u’tsedacá – anulam
o mau decreto,’ que as emoções atingem o auge. Porém
nas sinagogas chassídicas, são as palavras “Revela
a glória de Tua soberania sobre nós” que despertam
mais poderosamente a congregação.
D’us não tinha de criar este mundo. Por um lado, o fato de
que não há motivo obrigando à Criação
introduz uma dimensão de total acaso. Não há necessidade
para Ele se conformar a um plano já existente; Ele pode fazer tudo
que desejar.
No entanto, a mesma lógica necessita que tudo que Ele criou fosse
criado por um desejo e propósito específicos. Em Rosh Hashaná,
quando revivemos a dinâmica da Criação, devemos refletir
sobre aquele propósito e torná-lo o foco de nossa conduta.
Qual é Seu propósito na Criação? Como declara
o famoso comentarista Rashi no início de seu comentário
sobre a Torá, toda a existência foi criada “em prol
da Torá e do povo judeu.” Em termos simples, isso significa
que D’us criou o mundo para que um judeu pudesse estudar Torá
e cumprir as mitsvot (mandamentos), não por nós mesmos,
mas por Ele.
Traduzindo em diretrizes práticas, isso significa que quando vejo
uma pessoa em necessidade, deveria ajudá-la, não porque
tenho pena dela, mas porque D’us nos ordenou sair do nosso caminho
para ajudar outra pessoa. Quando cumpro uma mitsvá, devo pensar
não na recompensa que D’us me dará por cumprir Sua
vontade, mas no fato de que estou cumprindo Sua vontade. Quando estou
estudando Torá, deveria estar fazendo isso não porque é
intelectualmente edificante ou instrutivo, mas porque é a Sua sabedoria
e Ele nos pediu para explorá-la.
Em Rosh Hashaná, nossa aceitação de D’us como
Rei deveria ter em seu âmago um anseio para conhecer a verdadeira
Soberania, e ver D’us “reinar sobre o mundo inteiro em Sua
glória… e revelar-Se na majestade de Seu glorioso poder sobre
todos os habitantes” com a vinda de Mashiach. Que ocorra rapidamente
em nossos dias.
Publicado por Sichot in English |
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