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Pela Graça
de D’us
19 de Adar Sheni, 5711 [1951]
Brooklyn, NY
… A Pérsia, nos dias de Achashverosh, era o mais poderoso
império do mundo. Também se vangloriava de ser a civilização
mais avançada daqueles dias. Por outro lado, o povo judeu naquela
época estava em desespero. A Terra Santa e o Bet Hamicdash (Templo
Sagrado) estavam em ruínas. A opinião geral era que D’us
tinha abandonado Seu povo. Isso era apoiado por cálculos equivocados
tentando mostrar que o período de setenta anos de exílio
profetizado pelos nossos profetas estava no fim, porém a libertação
não chegava. Esta, na verdade, foi uma das razões pelas
quais Achashverosh fez aquele pomposo banquete e ousou profanar os vasos
sagrados.
Sob as circunstâncias, quando o chefe do império e da civilização
mais poderosos do mundo organizou o festim real, convidando representantes
de todas as nações, entre eles os judeus, muitos judeus
não puderam resistir à tentação. Não
se desencorajaram com o fato de que este banquete era para marcar o início
de uma nova “era” de completa assimilação e
foram iludidos pelo amigável slogan de “nenhuma obrigação”.
Assim, eles participaram da profanação dos vasos sagrados.
Simbolicamente, a profanação dos vasos sagrados do Bet Hamicdash
marcaram também a profanação da alma Divina que forma
o santuário de todo judeu ou judia. O propósito e missão
dessa centelha Divina é iluminar o ambiente imediato da pessoa
e sua parcela no mundo em geral com a luz dos mais elevados ideais Divinos.
Longe de cumprir a missão de sua alma sobre essa terra, aqueles
judeus fracos proporcionaram ajuda e conforto às forças
da assimilação e das trevas. Ao partilhar a “comida”
de Achashverosh, eles contaminaram tanto o próprio corpo quanto
a própria alma.
Purim, portanto, nos lembra a não nos deixarmos levar pela centelha
externa das civilizações e culturas estranhas, e não
sermos levados à assimilação pela noção
de que isso parece não estar em conflito com nosso legado espiritual.
Somos um povo único, como declarado na Meguilá: “Há
um povo (embora) disperso e espalhado entre os povos do mundo, (porém)
suas leis são diferentes daquelas dos outros povos.”
Temos preservado nossa unidade e singularidade apesar de estarmos dispersos
pelo mundo, porque preservamos nossas leis. Foi através da preservação
da Torá e mitsvot que os judeus em geral, e nossa juventude em
particular, pode contribuir melhor com o esclarecimento do mundo em geral
e trazer verdadeira felicidade para si mesmos, nosso povo e para a humanidade
como um todo…
[Ass. Menachem Schneerson]
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