Guerra ao ódio  
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  por Yanki Tauber    
       
 

Amar o próximo como a si mesmo, diz o Talmud, é toda a Torá, o restante é comentário. "Não há serviço como o serviço do amor" declara o Zohar. "Paz" não é apenas uma palavra, diz outro adágio talmúdico - é o próprio nome de D'us. Na verdade, "a Torá foi outorgada somente para trazer paz ao mundo."

Somos conclamados a amar todas as criaturas de D'us. Mas quando o puro ódio levanta a cabeça, deve ser destruído.

Citando novamente o Talmud, "Três qualidades distinguem o povo de Israel: são compassivos, tímidos e caridosos"; se alguém não possuir estes traços de caráter, somos levados a duvidar de seu Judaísmo. Mesmo quando somos obrigados, como sociedade, a punir criminosos ou empreender guerras, nós o fazemos relutantemente, sem paixão, certamente sem ódio.

O amor é a característica do Judaísmo. Alguns de nós chegamos a alegar que fomos nós que ensinamos esta palavra ao mundo. No Shabat, porém, que antecede Purim, escutamos nas sinagogas uma leitura especial da Torá que nos manda odiar. Uma vez ao ano, neste Shabat, abrimos os Rolos de Torá para a leitura especial de Zachor (Devarim 25:17-19). "Lembra-te do que Amalêc te fez..." lemos. "Erradica a memória de Amalêc de sob os céus, não esqueças!"

Amalêc não foi a única nação a nos atacar, no decorrer de nossos 4000 anos de história. Houve muitas outras que fizeram o mesmo, e ainda pior. Porém Amalêc é destacado como a essência do mal. Não havia um motivo racional para Amalêc nos atacar, nenhum possível lucro em fazê-lo. Amalêc simplesmente odeia a bondade e procura destruí-la, onde quer que floresça neste mundo de D'us.

Sim, somos conclamados a amar todas as criaturas e criações de D'us, incluindo as menos fáceis de amar. Mas quando o puro ódio levanta a cabeça, deve ser destruído. Porque se você ama o mundo de D'us, não alimenta com amor as forças que o destruiriam.

Nas palavras de Nossos Sábios: "Aquele que é compassivo com os cruéis, termina sendo cruel com os compassivos."

       
   
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