Acima da lógica
  Por Yossef Zukin - Editor de Torah-Mail
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A Parashá dessa semana nos conta sobre o oitavo (Shemini) e último diada inauguração do Tabernáculo no deserto.
A princípio não dá para entender por que teve que ser no oitavo dia.

No judaísmo o número sete não é mais sagrado? Para responder aqui está uma história atribuída ao Rabino YonatanEibeshitz há mais ou menos quatrocentos anos na Europa.
Ele era uma pessoa famosa e importante em sua cidade e foi convidado pelo rei para uma audiência privada.

O rei se considerava um intelectual também e não demorou para queprovocasse o rabino com questões difíceis comparando o Judaísmo àsoutras religiões, tentando pegá-lo numa armadilha.
Claramente nesses casos era tão perigoso ganhar como perder. Uma palavra contra a religião do rei poderia resultar num desastre assimcomo uma resposta insuficiente.

Finalmente o rei perguntou o que é mais difícil de responder; o quesignifica quando a Torá refere-se aos judeus como o povo eleito de D’us? Comonós vemos a diferença entre os judeus e qualquer outro povo? Justamenteo contrário! Os judeus são uma minoria e oprimidos por todas as outrasnações! Obviamente o “Velho Testamento” está falando de antigamente,mas não agora!O Rabino Eibeshitz pensou um momento e respondeu.

“Posso mostrar para vossa majestade a diferença mas com a condição quevossa majestade dê sua palavra que não fará nada de mal contra os judeus apartir do momento que conhecer algo que lhe mostrarei hoje.

”O rei prometeu e então o rabino pediu para ele se disfarçar decidadão comum para não ser reconhecido na sinagoga, ao seu lado. Estavam no meio da festa de Pêssach. O Rabino Eibeshitz subiu na bimáe anunciou que depois da oração da noite ele queria fazer um anúncio.
Suas palavras se espalharam como um incêndio e em apenas algunsinstantes todos os lugares estavam tomados e a sinagoga lotou.

“Todos vocês sabem,” falou o rabino no salão silencioso, “que é proibidopor decreto real ter consigo qualquer quantidade de seda. Ora, queroque cada um de vocês vá para sua casa e traga toda a seda que tiver. ”(Os judeus vendiam seda para os alfaiates para que não afundassem napobreza).

Em poucos instantes o salão estava vazio e logo depois repletonovamente. Cada homem trouxe um rolo ou dois de seda, escondidosembaixo do casaco. O Rabino olhou rapidamente para os rolos de tecido eentão anunciou.

“Muito bem! Agora quero que cada um leve de volta sua seda e volteassim que possível com todo o Chamêts (bolos e biscoitos fermentados,que são proibidos em Pêssach) que vocês tiverem em suas casas.

”As pessoas se entreolharam e então olharam com horror para o Rabino. “Mas rabino!! Isso é impossível. Ninguém tem Chamêts! D’us nos livre!Ninguém nunca sonharia em ter Chamêts em Pêssach! Chass ve shalom!!”

“Muito bem!” Falou o rabino, “É isso que eu queria ouvir. Chag Samêach a todos vocês! D’us abençoe a todos!!

”O Rabino se virou então para o rei e falou: “Sua majestade tem muitossoldados e policiais em todos os lugares e qualquer um que for pego empossessão de qualquer quantidade de seda será multado pesadamente e atéaprisionado. No entanto, o senhor viu como alguns judeus têm sedaconsigo. Mas nenhuma dessas pessoas jamais viu D’us e Ele não tem soldados epoliciais.

De fato hoje um judeu pode, D’us nos livre, transgredir todos os mandamentos Divinos e não receber nenhuma multa, nenhuma prisão, e nem mesmo uma palmatória; ou mesmo qualquer tipo de castigo ou bronca! Mas apesar disso tudo, ninguém sequer pensa em ter posse de Chamêts durante Pêssach. É por isso que os judeus são ‘escolhidos’, não porque D’us necessariamente os favoreça (embora acreditamos que logo Mashiachtornará D’us, Sua Torá e Seu Povo precioso aos olhos de todo o mundo)mas porque Nós favorecemos D’us, acima de qualquer lógica e razão!”

Isso responde a nossa pergunta:
A razão para o Tabernáculo ter sido concluído no oitavo diaespecificamente foi porque o número oito significa além do sagrado.

A santidade é apenas uma revelação de Divindade, enquanto que os judeusestão ligados à essência de D’us mesmo; acima de qualquer lógica ousentido.

   
 
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