Amor Mútuo O poder da fé
As Dez Pragas Os quatro copos de vinho
Betsá - ovo duro Os quatro Filhos
Derramar vinho Por que milagres não acontecem mais?
Dez níveis
Farinha e água Por que reclinar-se?
Liberdade no passado e presente Punição
Matsá Sêder: um princípio pedagógico
O ausente "Tudo certo"
 

 

   
 
 
  _Amor Mútuo
   
 

D'us sempre se orgulha das virtudes do povo judeu e o louva, e o povo, por sua vez, sempre louvou a grandeza de D'us.

Rabi Levi Yitschac de Berdishev dá um exemplo disto através da forma distinta como D'us e seu povo referem-se à festa de Pêssach.

Enquanto os judeus escolheram o nome "Pêssach", D'us a chama "a Festa do Pão Ázimo". Por que?

Enquanto Pêssach significa "passar por cima", em agradecimento ao Criador por ter "passado" por cima das casas do povo judeu e ter poupado seus filhos da praga da morte aos primogênitos, a Torá, por outro lado, classifica como "A Festa do Pão Ázimo" para salientar a virtude do povo judeu que na saída do Egito, partiram sem levar provisões, apenas uma massa de pão que nem teve tempo de crescer ou assar, em um ato de total confiança e eterno amor ao Criador.

   
   
 
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  _As Dez Pragas
   
 

O grande sábio Rashi demonstrou que as pragas seguem a mesma estratégia que era criada pelos reis da antiguidade ao imporem o cerco ao inimigo.

Primeiro é cortado o suprimento de água da cidade sitiada, para obrigar os habitantes à submissão (correspondendo à praga do sangue). Então o exército é instruído a tocar instrumentos fazendo ruídos altos, assustadores, de forma a deixar os habitantes nervosos e abalar sua resolução de lutar (correspondendo ao coaxar dos sapos); e assim por diante, durante todas as dez pragas, culminando com a morte dos primogênitos egípcios e finalmente libertando os judeus da escravidão.

   
   
 
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  _Betsá - ovo duro
   
  Uma das inúmeras idéias relacionadas com o ovo colocado como símbolo na travessa do sêder é de que, normalmente, um alimento quanto mais é cozido, mais macio se torna. No caso do ovo é o contrário; quanto mais se coze, mais duro se torna. Assim é o povo judeu: quanto mais é oprimido ou afligido, como ocorreu no Egito, mais fortalecido e numeroso se torna.
   
   
 
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  _Derramar vinho
   
 

Por que é costume derramar um pouco de vinho enquanto as Dez Pragas são mencionadas?

Para que todo judeu lembre-se de que em todo e qualquer momento em que celebra sua felicidade, seja neste caso, a vitória do bem sobre o mal, da escravidão para a liberdade, deve lamentar o sofrimento e a morte de seres humanos, mesmo sendo estes seus piores inimigos.

   
   
 
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  _Dez níveis
   
  As três matsot, os seis símbolos e a própria travessa do sêder somam 10 elementos no total e representam as 10 sefirot (níveis cabalísticos), através das quais a luz Divina será revelada no mundo.
   
   
 
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  _Farinha e água
   
  Ambos chamêts e matsá são feitos de farinha e água. Entretanto, o chamêts cresce, simbolizando uma atitude de egoísmo inflado e orgulho exagerado. Em contraste, a matsá permanece fina, aludindo à humildade e submissão. Comendo matsá, internalizamos estas qualidades, fazendo com que sejam partes integrantes de nossa carne e sangue.
   
   
 
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  _Liberdade no passado e presente
   
 

Em cada geração uma pessoa é obrigada a considerar-se como tendo realmente saído do Egito. A redenção do Egito e a subsequente experiência da entrega da Torá estabelece a identidade do povo judeu como "servos de

D'us", e não "servos de servos".

Após deixarem o Egito, eles jamais poderiam estar sujeitos a este tipo de servidão. Um grande sábio, conhecido como o Maharal de Praga explica exaustivamente como a liberdade adquirida pelo êxodo transformou a natureza essencial de nosso povo. Apesar das conquistas e escravidão impostas por outras nações, a natureza fundamental do povo judeu nunca mudou.

Com o Êxodo, adquirimos a natureza e qualidades de homens livres. Esta natureza é mantida apenas porque D'us está constantemente nos libertando do Egito. O milagre da redenção não é um evento do passado, mas um fato constante em nossas vidas.

   
   
 
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  _Matsá
   
 

Com apenas este alimento não fermentado, nossos ancestrais confiaram que o Todo-Poderoso forneceria o sustento para toda uma nação de homens, mulheres e crianças. Assim, os únicos "ingredientes" para a fé são humildade e submissão a D'us.

O Zôhar explica que a matsá ingerida no primeiro sêder desperta a fé, enquanto a do segundo traz a cura.

   
   
 
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  _O ausente
   
 

Os quatro filhos, embora diferentes no comportamento, têm algo em comum: eles todos participaram da mesa do sêder. Mesmo o filho perverso faz perguntas sobre Torá e mitsvot, e podemos esperar que retornará ao caminho.

Infelizmente, nos dias de hoje temos o quinto filho, que não está presente à mesa do sêder, e nem ao menos sabe o que é o sêder. É nossa obrigação procurar este quinto filho, convidá-lo à nossa mesa e usar esta oportunidade para reunir mais um a compartilhar de nossa maravilhosa herança.

   
   
 
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  _O poder da fé
   
 

Sobre o versículo: "Os judeus viram a grande mão de D'us no Egito e eles acreditaram em D'us", o rabino de Gur comenta que mesmo depois que viram

D'us, precisavam ainda assim ter fé. A fé é mais forte que o ato de "ver"; se encontra em um nível muito mais elevado que a simples visão.

   
   
 
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  _Os quatro copos de vinho
   
 

O vinho é sinônimo de alegria e liberdade. Há várias explicações para as quatro taças. Entre elas, a de que simbolizam as quatro promessas de D'us de redenção descritas na Torá, com relação a libertação do povo judeu do Egito: "Eu os libertarei do trabalho no Egito; e Eu os libertarei da escravidão. Eu os redimirei com braço forte e estendido e Eu os guiarei para serem Meu povo."

Os filhos de Israel, mesmo no exílio egípcio, tinham quatro grandes méritos: não trocaram seus nomes hebraicos, falavam a língua hebraica, levaram uma vida altamente moral e permaneceram leais uns aos outros e a D'us.

   
   
 
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  _Os quatro Filhos
   
 

A Torá nos fala de quatro filhos: o sábio, o perverso, o tolo e aquele que não sabe perguntar. Há observações interessantes a serem feitas sobre eles. Uma delas é a razão pela qual o filho perverso não é mencionado por último, mas logo após o filho sábio. O motivo é que estando próximo ao filho sábio, passa a ser deste a responsabilidade de ensinar ao perverso a enxergar o bem, ao invés do mal.

A Torá coloca o tolo e aquele que não sabe perguntar por último, pois a ignorância é algo muito grave. Se eles tivessem perguntado, buscado, diferenciado entre o certo e o errado, teriam adquirido sabedoria. Mas por estarem completamente "desconectados", não possuem nada. Já o perverso possui um potencial muito maior, por estar por dentro do assunto e ter se tornado um conhecedor, embora mal intencionado. Mas ele entretanto possui o potencial de mudar. Que possa o filho sábio estar a seu lado para influenciá-lo na escolha do bem.

Mesmo o filho sábio, não deve se descuidar. Não deve achar que por causa de sua sabedoria, nada irá lhe abalar. É da sua natureza querer experimentar, inventar, conhecer. Em todos estes momentos deverá tomar muito cuidado: deverá ter em mente que o mal está sempre espreitando ao seu lado.

   
   
 
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  _Por que milagres não acontecem?
   
 

Um aluno aproximou-se do rabino Eliezer e perguntou:

"Por que a gente vê tantos milagres acontecerem na saída dos judeus do Egito, e hoje, nenhum?"

"Você se lembra quando os romenos conquistaram uma cidade vinte anos atrás? Na mesma hora saíram em uma grande marcha exibindo todos seus homens e armas, em um desfile pelas ruas, orgulhosos. Por que após esta data nunca mais fizeram esta exibição? Porque quando alguém conquista um país deseja mostrar quem é que manda. Já que sabemos, de antemão, quem manda no mundo, e que já foi afirmado por D'us através de grandes milagres, então basta; já sabemos!"

   
   
 
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  _Por que reclinar-se?
   
 

Nos tempos antigos, apenas às pessoas livres era permitido reclinar-se enquanto comiam.

Uma vez que Pêssach é a Festa da Libertação, sentamos todos reclinados.

   
   
 
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  _Punição
   
 

O Rambam explica que, embora os egípcios estivessem apenas cumprindo a Vontade Divina a fim de que os judeus tivessem que suportar exílio e servidão, mesmo assim, a razão pela qual foram punidos é que cada indivíduo egípcio foi culpado de sua opressão pessoal aos judeus.

Embora D'us tenha indicado que a escravização e perseguição dos judeus ocorreria por parte de uma "nação", este conhecimento prévio não obrigou nenhum egípcio em particular a cumprir estes atos. Cada egípcio participou na subjugação dos judeus por sua própria vontade. Se tivesse escolhido, poderia ter deixado de juntar-se às massas, pois D'us meramente declarou que o povo como um todo seria escravizado.

   
   
 
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  _Sêder: um princípio pedagógico
   
 

O sêder, além de seu valor intrínseco, destaca claramente o elemento básico da tradição: o papel do pai como professor dos filhos.

O Talmud descreve que a razão pela qual fazemos tantas coisas e de forma específica durante o sêder é para estimular as perguntas dos filhos para darmos as respostas.

O princípio pedagógico afirma que a melhor compreensão e lembrança de algo ocorre quando envolve o interesse e curiosidade do aluno. Ao estimular o interesse das crianças durante o sêder podemos esperar que as lições da noite sejam duradouras e marcantes. Como disse um grande mestre: "É melhor que façam as perguntas ainda em casa, para que pais e professores respondem, do que esperar que pessoas lá fora o façam. Quando isto ocorre é tarde demais para tentar responder."

   
   
 
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  _"Tudo certo"
   
 

Pouco após sua mudança e se encontrar instalado na Terra de Israel, o Rabino Chaim Meir de Vijnits falou a seus discípulos: "Há algo que aprecio muito neste país. As pessoas sempre dizem: 'Hacol b'sêder', está tudo certo!'

Eles não imaginam como estão certos! Hacol, (tudo) depende do que aconteceu durante o sêder (de Pêssach)."

   
   
 
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