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Há muito tempo, três
prisioneiros foram colocados numa cela escura. Dois deles eram inteligentes,
o terceiro era mais tolo. Os guardas levavam comida para eles diariamente,
bem como novos utensílios como talheres. Na cela escura, os prisioneiros
tinham de examinar os objetos para saber qual era a faca, o garfo e a
colher. Os dois inteligentes conseguiam descobrir isso por si mesmos,
mas o terceiro lutava todo dia com seus utensílios. Então
um dos prisioneiros inteligentes passava algum tempo todo dia ensinando
ao amigo qual utensílio ele deveria usar para o quê.
Certo dia, esse prisioneiro sábio disse ao outro prisioneiro inteligente:
“Por que sempre tenho de ser eu a ensinar nosso amigo quais utensílios
usar? Por que não podemos nos revezar? Um dia eu o ensino e no
outro dia você ensina.”
O amigo respondeu: “Estou cavando um buraco na parede. Todo dia
chego um pouco mais longe. Quando o buraco chegar ao outro lado da parede,
a luz vai entrar na cela, e então nosso amigo simplório
conseguirá saber quais utensílios usar por si mesmo. Portanto
também o estou ajudando.”
Rabi Simcha Bunim de Peshicha contou essa parábola para nos ensinar
o grande valor da luz, e como todos os problemas e dificuldades podem
ser resolvidos com um pouquinho de luz.
Como costumava dizer Rabi Yosef Yitzchak Schneersohn, o sexto Rebe,: “A
escuridão é afastada com a luz, não com bastões.”
As pessoas sofrem de escuridão, tal como depressão, maus
traços de caráter, e pecado. A maneira de clarear a escuridão
é com luz, não com mais escuridão. Há muitas
aplicações práticas para essa regra.
Rabi Chaim Kanievsky disse: “Quando eu era uma criança no
cheder, os alunos eram sentados segundo sua capacidade em Torá.
Um dos alunos estava relaxando nos estudos, portanto era sentado no fundo
da sala. Com o tempo, ele caiu inteiramente fora do derech, caminho…”
Esta é uma lição mostrando que a escuridão
não será banida quando colocamos mais escuridão sobre
ela.
A escuridão somente cria mais trevas.
Esse conceito é verdadeiro em muitas áreas da nossa vida.
Quando as pessoas sofrem de depressão ou pecado, com frequência
zombam da situação, e falam continuamente sobre suas falhas
e depressão. Mas isso seria comparável a esforçar-se
para banir a escuridão com escuridão, e não haveria
nenhum resultado bom. Ao contrário, é mais inteligente concentrar-se
no lado bom da vida, e nas boas ações que fazemos, e a grande
luz da alegria afastará a depressão, o pecado e o sofrimento.
A maior luz, que vai banir toda a escuridão, é a luz da
Torá. A Guemara (Sota 21) discute a grande luz da Torá:
“Pode ser comparada,” ensina, “a uma pessoa que está
caminhando na profunda escuridão da noite. Ela tem medo de cair
num buraco, e medo de entrar num arbusto com espinhos. Também tem
medo de animais selvagens e ladrões, e não sabe aonde está
indo. Quando encontra uma tocha, não teme mais cair num buraco,
ou entrar nos espinhos. Porém ainda tem medo dos ladrões
e dos animais, e ainda não sabe aonde está indo. Quando
chega a luz do dia [análoga à Torá], ele é
salvo de seus temores. Felizes, portanto, são aqueles que estudam
Torá. A grande luz da Torá afastará todas as formas
de escuridão.”
A luz das velas de Chanucá é como a luz da Torá,
a luz da honra, a luz da alegria. Pelo mérito dessa grande luz
o pecado, a depressão, sofrimento e todas as formas de escuridão
irão desaparecer. |
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