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Nestes
dias, às vésperas de Chanucá, é adequado analisar
de onde os poucos Macabeus conseguiram tanta força para lutar como
leões e fazer retroceder as poderosas legiões que avançavam
contra eles. Lutaram por poder e glória, por riqueza ou por um
lar? Ou, antes, batalharam para preservar um ideal, para perpetuar uma
norma de vida tão preciosa a eles, ao ponto de dar suas vidas pela
causa? A resposta é evidente por si só.
Os Macabeus lutaram por aqueles ideais e valores que tornaram o judaísmo
"único" – amor e louvor a D’us, santidade
e humildade, amor ao próximo, busca da justiça.
A Festa de Chanucá proclama a necessidade do homem de possuir ideais.
Ninguém nega que o ser humano carece de ideais para viver. O Profeta
Zecharyá exorta o povo afirmando que o homem não vive pela
"força e poder", mas pelo espírito do Altíssimo.
O homem necessita destes ideais para que sirvam de bússola através
dos mares turbulentos e tempestuosos da vida. São os valores que
diferenciam o homem dos animais selvagens. São os ideais que distinguem
a comunidade civilizada das que vivem nas selvas. Foi o ideal judaico
que acendeu a chama da rebelião nos corações dos
Macabeus. No mundo materialista de hoje, mais do que nunca, o indivíduo
necessita de ideais para viver. A ciência, com todas as vantagens
materiais para o homem, não foi capaz de saciar a fome da alma
humana. Não é de espantar que nossos jovens idealistas tenham
se decepcionado, por que não conseguem aceitar as terríveis
incompatibilidades da sociedade e as hipocrisias dos mais velhos, que
lhes saltam aos olhos a cada momento.
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Há um grande abismo entre o ideal e o real.
A mensagem dos Macabeus para nossa era é levantar uma ponte sobre
as brechas entre nossos ideais professos e as realidades práticas
da vida. Esperamos que a violência e a força dêem lugar
ao poder da palavra, do pensamento, do espírito, e a luz da bondade
e da verdade possa dissipar a escuridão da cobiça, da opressão
e da falsidade. |
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