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  Uma ponte para o nosso tempo
  Rabino Shabsi Alpern  
 

Nestes dias, às vésperas de Chanucá, é adequado analisar de onde os poucos Macabeus conseguiram tanta força para lutar como leões e fazer retroceder as poderosas legiões que avançavam contra eles. Lutaram por poder e glória, por riqueza ou por um lar? Ou, antes, batalharam para preservar um ideal, para perpetuar uma norma de vida tão preciosa a eles, ao ponto de dar suas vidas pela causa? A resposta é evidente por si só.

Os Macabeus lutaram por aqueles ideais e valores que tornaram o judaísmo "único" – amor e louvor a D’us, santidade e humildade, amor ao próximo, busca da justiça.

A Festa de Chanucá proclama a necessidade do homem de possuir ideais. Ninguém nega que o ser humano carece de ideais para viver. O Profeta Zecharyá exorta o povo afirmando que o homem não vive pela "força e poder", mas pelo espírito do Altíssimo. O homem necessita destes ideais para que sirvam de bússola através dos mares turbulentos e tempestuosos da vida. São os valores que diferenciam o homem dos animais selvagens. São os ideais que distinguem a comunidade civilizada das que vivem nas selvas. Foi o ideal judaico que acendeu a chama da rebelião nos corações dos Macabeus. No mundo materialista de hoje, mais do que nunca, o indivíduo necessita de ideais para viver. A ciência, com todas as vantagens materiais para o homem, não foi capaz de saciar a fome da alma humana. Não é de espantar que nossos jovens idealistas tenham se decepcionado, por que não conseguem aceitar as terríveis incompatibilidades da sociedade e as hipocrisias dos mais velhos, que lhes saltam aos olhos a cada momento.
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Há um grande abismo entre o ideal e o real.

A mensagem dos Macabeus para nossa era é levantar uma ponte sobre as brechas entre nossos ideais professos e as realidades práticas da vida. Esperamos que a violência e a força dêem lugar ao poder da palavra, do pensamento, do espírito, e a luz da bondade e da verdade possa dissipar a escuridão da cobiça, da opressão e da falsidade.

   
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