A beleza construtiva
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  Rabi Dov Ber Weisman  
 

Em Chanucá celebramos nossa libertação da soberania grega. Uma das muitas lições que aprendemos de Chanucá é a opinião judaica sobre cultura e "beleza". A Grécia é uma descendente direta de Yefet, o filho mais velho de Nôach, e é conhecida por sua notável valorização e cultivo da beleza. Na verdade, o nome "Yefet" em hebraico significa beleza. Os Gregos foram famosos por sua arte, teatro, cultura e a glorificação das belas formas do corpo humano. E por que não concentrar-se nestes aspectos, pois são todos talentos e características com os quais D’us abençoou o homem e que deveriam portanto ser apreciados.

Entretanto, a beleza da "beleza" apenas pode ser adequadamente apreciada se estiver conectada com sua fonte. Nas palavras de Kotzker Rebe, "Muitas coisas no mundo parecem belas.
Entretanto, sua beleza não perdura. Após terem sido contempladas por muitas vezes, sua grandeza e conveniência se desvanecem. Apenas as coisas pertinentes a D’us, que permanece para sempre, têm beleza eterna."

Portanto, Nôach abençoou seu filho Yefet "a habitar nas tendas de Shem (o ancestral do povo judeu)" (Bereshit 9:27). A beleza física de Yefet, se tomada e colocada nas tendas de Shem – se usada para ampliar a Torá e as mitsvot – torna-se parte do espiritual e perdura eternamente. Como foi dito pelos sábios, como o homem é mais susceptível aos ditames de seu coração e sentidos que à sua mente e alma, o dom de Yefet, de perceber e criar a beleza deve "habitar nas tendas de Shem". Caso contrário, existe o perigo de que a beleza de Yefet seja, não apenas desperdiçada, mas mesmo destrutiva, pois a beleza por amor à beleza degrada o homem.

A graça externa e a beleza encobrindo o vazio corrosivo – isso foi a Grécia. A cultura deve ser guiada para um ideal mais elevado, e este é o papel de Shem. Como guardiães da Torá, devemos utilizar a beleza e materialidade a fim de ampliar nossa espiritualidade.

     
   
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