O poder do dinheiro
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O Código da Lei Judaica declara:

"É proibido usufruir qualquer benefício das luzes da chanukiyá (candelabro de Chanucá), até mesmo usar a luz para contar seu dinheiro."

Quando a lei Judaica deseja ilustrar a proibição de extrair algum benefício da chanukiyá o exemplo dado é "não conte seu dinheiro". Poderia ter sido outro "não escreva uma carta à luz da chanukiyá", ou "não permita que seus filhos façam a lição de casa ou leiam algum livro à luz da chanukiyá". Mas entre tudo o que poderia ser citado, apenas o dinheiro é mencionado. Por quê?

O dinheiro compra quase todos os nossos sonhos: o de adquirir uma casa própria, de realizar a viagem de nossas vidas, da criança obter o relógio no dia de seu aniversário ou de comprar a bicicleta igual a do coleguinha... É impossível para nós imaginarmos um mundo sem dinheiro, uma representação simbólica de valor e poder. Pode-se transformá-los em quase tudo que se desejar... Dinheiro significa potencial.

Mas qual sua relação com a Festa de Chanucá? Aparentemente, era absurdo que os judeus resistissem aos gregos. O Helenismo estava preparado militarmente com homens e armas ao passo que o povo judeu era pequeno em número e insignificante em armamentos; ninguém atrevia-se a atravessar no caminho dos gregos.

No entanto, o povo judeu sabia que era eterno; a mensagem de seus valores estava destinada a permanecer para sempre, e a ter um impacto que moldaria o mundo. Um povo minúsculo e mal equipado estava preparado para enfrentar a superpotência da época, tudo porque acreditava no potencial de seu destino. Acreditavam que, por mais terrível que parecesse a situação, existia dentro da alma judaica a capacidade de derrotar o mais poderoso dos inimigos, e cumprir sua missão de ser "Uma luz entre as nações."

Muitos povos no transcorrer da história despontaram e brilharam para logo após desaparecer ou sucumbir completamente. O povo judeu venceu a todos que tentaram eliminá-lo por completo ou exterminar a prática dos preceitos judaicos. Todas as forças inimigas passaram, e o judaísmo permaneceu vivo e vibrante através de um povo inspirado pela Torá, portanto, com um potencial eterno.

Ao acendermos nossas chanukiyot, devemos olhar as pequenas chamas e contemplá-las. Devemos sentar próximos à luz das velas e contar nossa história aos nossos filhos ao sabor de bolinhos de batata e sonhos, alimentos fritos em óleo, típicos da festa.

Devemos tentar analisar em nossa volta e enxergar luz onde outros vislumbram trevas. Precisamos superar a visão de nossos problemas, materiais e espirituais, além de nossas falhas, e entender e sentir que nós somos um povo com enorme potencial. Potencial para olhar a vida, além de todos os sofrimentos, doenças, perdas ou mesmo conflitos, e estabelecer a união, paz e ações positivas existentes em nosso povo.

Se encontrarmos, com um pequeno esforço trazido pela inspiração de Chanucá, o bem e o positivo em tudo que ocorre em nossas vidas e ao nosso redor, descobriremos o verdadeiro valor de Chanucá Guelt, um dinheiro mais precioso que o que ele pode comprar: descobriremos a alma desta festa e em suas chamas nosso verdadeiro e milagroso potencial.

     
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