A contabilidade Divina
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Após os Macabeus terem conquistado as suas impressionantes vitórias e entrado no Templo Sagrado para purificá-lo de todas as trágicas profanações, sentiram necessidade de acender a Menorá expressando, desta maneira, sua gratidão ao D'us e afirmando sua lealdade à Torá. Porém não havia óleo puro suficiente. Precisariam no mínimo de oito dias para consegui-lo e prepará-lo.

Com certeza havia entre os Macabeus, realistas lógicos, argumentando muito razoavelmente que não adiantaria iluminar a Menorá com o limitado óleo disponível. "Esperemos" devem eles ter dito, "até que consigamos a quantidade necessária. De que vale acender a Menorá se sabemos que ela se apagará no dia seguinte?" Tais argumentos soam familiarmente ao ouvido judeu contemporâneo.

Não obstante, os dedicados Macabeus rejeitaram sumariamente esse ponto de vista e sem mais delongas acenderam a Menorá.

Essa manifestação de profunda fé e coragem, ao acender uma luz sabendo que no curso natural dos acontecimentos ela se extinguiria logo, é por si mesmo um milagre, não menor do que o fato de que ela continuou ardendo durante sete dias.

Os leais Macabeus afirmavam e com razão, que mesmo tendo sido encontrada uma ânfora com o selo do Sumo Sacerdote, que representava a verdadeira religião, isto era suficiente para começar a iluminar o caminho.

Esta é a real inspiração que a "Chanukiyá" nos deve dar. Há também entre nós muitos realistas lógicos que continuam afirmando, como o fizeram judeus de uma geração atrás, que é impossível acender a "Menorá" da Torá nas Américas, que o verdadeiro judaísmo não pode florescer neste solo, que o ambiente é por demais estranho, que os padrões sociais e culturais dominantes da vida moderna reprimiriam e frustrariam toda e qualquer tentativa de criar uma geração de judeus realmente votados à Torá. A luz simplesmente não arderá. Ela poderá bruxulear por algum tempo mas a lei natural está contra nós.

É aí então que o judeu deve fortalecer-se, deve pensar nas luzes de Chanucá. Devemos sempre lembrar que o homem que defende o princípio moral, embora o mundo todo esteja contra ele, é mais forte do que todos os outros.

O menor número de homens com D'us e a verdade a seu lado, é mais poderoso do que um exército de milhares.

Esta é pois a lição de "Chanucá" em nossos tempos. Como os antigos Macabeus, devemos ser os eternos "acendedores de lampiões", e a luz da Torá arderá clara, iluminando nossas vidas, acalentando nossos corações e lares, mostrando-nos o caminho para um futuro promissor e pleno de significado.

     
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