|
Segundo
o Sefer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra do
alfabeto hebraico, um signo do zodíaco, uma das doze tribos de
Israel, um sentido e um membro do corpo que corresponde a ele.
Tishrei é o sétimo dos doze meses do calendário judaico.
Tishrei começa com o "período" (tekufá)
do outono (cujos três meses – Tishrei, Cheshvan e Kislêv
– correspondem às três tribos do acampamento de Efraim
– Efraim, Menashe, Benjamim – que estavam situadas a oeste).
Na Torá, Tishrei é chamado yerach ha’etanim, "o
mês dos fortes" ou "o mês dos antigos". No
que diz respeito ao cálculo dos "anos", Tishrei é
o primeiro mês do ano (antes da Outorga da Torá a Israel,
Tishrei era o primeiro mês do ano).
Tishrei permuta com reishit, "princípio", como está
escrito [sobre a Divina Providência sobre a Terra de Israel e o
mundo inteiro]: "Sempre estão os olhos de Havayá ter
D’us ali, do princípio até o fim do ano").
Como o sétimo mês a partir de Nissan (o mês da redenção
e independência judaicas), Tishrei é o "mais querido"
dos meses, como está escrito: "Todos os sete são queridos."
A palavra "sete" é cognata de "saciado", e
assim é o mês de Tishrei referido como "o mais saciado
dos meses", pois mais que qualquer outro mês do ano ele está
"repleto" de mitsvot e dias festivos.
Tishrei começa os seis meses de inverno, que correspondem aos seis
níveis de "luz refletida" (no serviço Divino –
"despertar vindo de baixo"). Isso é sugerido no nome
Tishrei, que começa com as três letras tav, shin e reish,
na ordem "refletida" do alef-beit (do final para o começo).
Letra: lamed
Lamed é a única letra do alef-beit cujo formato ascende
acima do limite superior das letras. Entende-se disso como refletindo
a grande saudade existencial e a aspiração do lamed de retornar
à sua fonte suprema e absoluta na essência do Infinito Ser
Divino. Esta é a experiência da verdadeira teshuvá
(retorno) de Rosh Hashaná e Yom Kipur.
A Infinita Luz de D’us desce e se torna manifesta nos dois lameds
do lulav na Festa de Sucot.
Mazal: moznayim (Libra – balança)
A balança simboliza o julgamento Divino de Rosh Hashaná
e Yom Kipur. Todas as ações do homem são pesadas
em julgamento.
Moznayim, da palavra oznayim (ouvidos), implica equilíbrio e balanceamento
(o sentido interior dos ouvidos). Na Cabalá, o equilíbrio
é o pré-requisito para a união conjugal, "face
a face". Este é o estado espiritual atingido em Tishrei.
No ciclo de 360 graus do ano, Tishrei "enfrenta" Nissan. Tishrei
recebe e integra na natureza (e suas leis imutáveis) a "redenção"
de Israel (a "luz" de Nissan). Devido a isso, D’us julga
Israel em Tishrei com misericórdia.
Tribo: Efraim
Efraim é o filho de Yossef, a alma modelo do poder de procriar
na união conjugal. O nome Efraim deriva do primeiro mandamento
de D’us a Adam no dia de sua criação – o primeiro
de Tishrei, Rosh Hashaná: frutifique e se multiplique" –
a mitsvá abrangente de procriar.
Espiritualmente, esta mitsvá é cumprida em estágios
contínuos durante todos os dias festivos de Tishrei, de Rosh Hashaná
a Shemini Atsêret e Simchat Torá (os Dez Dias de Arrependimento
correspondem à "Sua mão esquerda está sob minha
cabeça", os seis primeiros dias de Sucot correspondem a "Sua
mão direita me abraça"; o sétimo dia de Sucot,
Hoshaaná Rabá, corresponde, em particular, a "Ele me
beijará com os beijos de Sua boca"; Shemini Atsêret
e Simchat Torá correspondem à verdadeira união em
si, que começa com o Divino estado de "gravidez" até
o nascimento Divino de novas almas de Israel no sétimo dia de Pêssach,
o dia da abertura do Mar Vermelho para dar à luz novas almas –
novas consciências Divinas).
Sentido: tato (contato, casamento)
Em hebraico, a palavra para "tato" é cognata da palavras
para "relações conjugais". Este é o sentido
que se relaciona diretamente ao nome Efraim, como foi explicado acima.
O sentido do tato é o único dos cinco sentidos que não
está centralizado no "rosto" do homem (mas sim na ponta
dos dedos). O "tato" procriador ocorre num estado existencialmente
equilibrado de "face a face" mas "no escuro" (em decoro,
tseniut), pois sua suprema fonte está na "cabeça incognoscível"
do keter.
Controlador: vesícula biliar
O "humor verde" fica na vesícula biliar. É a fonte
de toda excitação sexual, como é ensinado na cabalá.
O humor verde representa o estado bem-equilibrado ou misturado" (o
estado de mizug, cognato de zivug, união conjugal) entre o humor
branco (que fica nos pulmões) e o humor vermelho (que fica no fígado).
Assim é o mês de Tishrei, o princípio do outono uma
"mistura" de verão e inverno. E assim aprendemos que
o "tato" procriador (de Tishrei) funciona melhor quando "equilibrado"
entre quente e frio, de preferência à "meia-noite",
entre as duas metades da noite, etc.
Durante o intenso serviço espiritual de Tishrei, o humor verde
da vesícula biliar é retificado e bem equilibrado para controlar
e permear todas as atividades do homem (durante todo o ano vindouro) com
a energia procriadora Divina.
|