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Segundo
o Sêfer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra
do alfabeto hebraico, um signo do Zodíaco, uma das doze tribos
de Israel, um sentido e um membro controlador do corpo que correspondem
a ele.
Shevat é o décimo primeiro mês do calendário
judaico.
O décimo quinto dia de Shevat é o "Ano
Novo das Árvores" segundo a Escola de Hilel; segundo a
escola de Shamai, o "Ano Novo das Árvores" é em
Primeiro de Shevat. O "Ano Novo das Árvores" é
o dia a partir do qual o novo ano é calculado para o fruto das
árvores com respeito às mitsvot de ma'asser ("dízimos";
fruto que brota após esta data não pode ser apanhado como
um dízimo sobre os frutos que nasceram antes) e orlá (fruto
com menos de três anos de idade, que é proibido). É
celebrado pela partilha de frutos, especialmente as sete espécies
pelas quais a terra de Israel é enaltecida.
O 15º dia do décimo primeiro mês alude ao segredo do inefável
Nome de D’us Havayah, cujas primeiras duas letras, yud e hei (que
representam o nível oculto, mais elevado, de unificação)
totalizam 15, e cujas últimas duas letras, vav e hei, (que representam
o nível inferior, revelado, de unificação) totalizam
11. O segredo total do Nome Havayah é o segredo da "Árvore
da Vida", a árvore do mês de Shevat.
Letra: tsadic
A letra tsadic simboliza o verdadeiro tsadic ("o justo") e "o
tsadic é o alicerce do mundo". O tsadic consumado da geração
personifica a Árvore da Vida no Jardim do Éden (onde todas
as árvores correspondem às almas dos justos).
A própria forma da letra tsadic (especialmente seu formato final,
que representa a verdadeira manifestação do tsadic no futuro)
assemelha-se a uma árvore. Na Torá, o homem é chamado
Etz hasadê ("a árvore do campo"). Etz hasadê
= 474 = da'at, a singular propriedade do homem em geral e do tsadic em
particular. Da'at é o poder de "conexão". O mês
de Shevat é o mês da conexão ao verdadeiro tsadic
da geração, a Árvore da Vida da geração.
Mazal: "deli" (Aquário – balde)
O Ano Novo das Árvores de Shevat é a época em que
as águas das chuvas de inverno começam a subir pelas veias
da árvore e lhe trazem nova vida. A subida da água em geral
é representada pelo deli. O radical de deli significa "erguer",
como no versículo "Meus olhos estão erguidos para o
céu"
– (quando o ayin – "olho" – de Tevêt
é elevado para se conectar ao tsadic de Shevat, a palavra etz –
"árvore" – é formada).
O Báal Shem Tov declarou que quando se encontra um aguadeiro carregando
barris cheios de água, é um sinal de bênção.
O tsadic é uma verdadeira manifestação de um carregador
de água. "Água refere-se à Torá."
Refere-se a Shevat como o novo ano para o estudo de Torá. O ato
de se comer frutas em Shevat corresponde à partilha e integração
dos doces frutos da sabedoria da Torá. E assim, as águas
de Shevat representam as doces águas da Torá.
Tribo: Asher
O nome "Asher" significa "prazer" e "felicidade".
Nosso Patriarca Yaacov abençoou seu filho Asher: "De Asher
vem o delicioso [lit. gordo] pão, e ele fornecerá as iguarias
do rei." Daí fica evidente que Asher representa o sentido
do paladar e comer.
A árvore especial que Asher personifica é a oliveira, que
fornece o excelente azeite com o qual a porção de Asher
na Terra de Israel foi abençoada. Das sete espécies da Terra
de Israel, a azeitona é a sexta, e na Cabalá corresponde
à sefira de yesod, o "tsadic, alicerce do mundo". O azeite
de oliva representa a semente potente do tsadic de conduzir e suster gerações
abençoadas de almas judaicas.
Sentido: Paladar, comer (achila, ta'am)
O sentido retificado de comer é o sentido especial do tsadic, como
está escrito: "O tsadic come para satisfazer sua alma."
O versículo continua: "mas o estômago do perverso está
sempre carente". O tsadic, orientado para a alma, sente-se "satisfeito"
e feliz com pouco; o rasha (perverso), que é orientado para o corpo,
nunca está "satisfeito".
"
Ao comer da Árvore da Vida, o tsadic extrai grande prazer ("vida"
na Torá significa "prazer") das centelhas Divinas de
luz e força de vida presentes no alimento que ingere. Em seu estado
de consciência retificado, ele está continuamente cônscio
de que "não só [dimensão física] de pão
vive o homem, mas de toda palavra da boca de D’us."
A ocasião de maior prazer na partilha do alimento está no
Shabat. A palavra para "satisfazer [sua alma]" é cognata
à palavra para "sete", aludindo ao sétimo dia
de Shabat. Um verdadeiro tsadic vive o prazer do Shabat durante toda a
semana (no Zohar, o tsadic é denominado Shabat). A própria
palavra Shevat transforma-se em Shabat (pois as letras tet e tav, ambas
letras da língua, são foneticamente intercambiáveis).
Controlador: estômago [e esôfago] (etztomchá
ou kurkavan)
A relação entre o estômago e o sentido do paladar
e de comer é clara.
Nossos Sábios declaram: "o kurkavan mói." O processo
de moer é essencial à digestão. Dissecar a grosseira
substância do alimento em pequenas partes é necessário
para libertar as centelhas de força de vida Divina contida no alimento.
Ao "moer" (similar ao "mastigar" da boca) o estômago
"saboreia" a essência interior da comida. Este sentido
interior, espiritual, do paladar controla o sentido mais externo do paladar.
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