18 de Tamuz 5775 (porque 17 de Tamuz cai no Shabat) 5 de julho, 2015
  O início das Três Semanas  
     
 

17 de Tamuz
O dia 17 de Tamuz é marcado por tristeza e luto; um dia de jejum e introspecção para o povo judeu. Marca o dia em que os romanos romperam as muralhas de Jerusalém para darem início à destruição do Segundo Templo, no ano 70 EC. Nesta mesma data Moshê quebrou as tábuas ao ver o povo judeu adorando o bezerro de ouro.

As três semanas: 17 de Tamuz a 9 de Av
As três semanas mais tristes de nosso calendáriovão do dia 17 de Tamuz até 9 de Av -Tishá BeAv. São marcadas por um período de luto pela destruição do Templo Sagrado, e o conseqüente exílio físico e deslocamento espiritual - no qual ainda nos encontramos: a galut.

É chamado de ben hametsarim - "entre os apertos", baseado no versículo (Echá 1:3) que declara: "Todos seus perseguidores alcançaram-na dentro dos apertos." Os Sábios (Echá Rabá 1) explicam que 'dentro dos apertos' refere-se a dias de aflição que ocorreram no período entre 17 de Tamuz e 9 de Av. Neste período, muitas calamidades se abateram sobre o povo judeu através das gerações. Foi durante este período, dentro dos apertos, que tanto o primeiro quanto o segundo Templos foram destruídos. Este período foi portanto estabelecido como um tempo de luto pela destruição dos Santuários.

Durante esta época, diminuímos a extensão de nosso júbilo. Casamentos não são realizados, abstemo-nos de ouvir música, dançar, fazer viagens recreativas, e de cortar os cabelos ou barbear. Segundo o costume sefaradita, que é baseado na opinião de Bet Yossef, cortes de cabelo são permitidos até a semana na qual Tish'á Beav realmente cai.

Costuma-se não recitar a bênção Shehecheyanu neste período. Dessa maneira, não vestimos roupas novas ou ingerimos frutas que ainda não tenham sido comidas nesta estação, para que não tenhamos que recitar Shehecheyanu. Entretanto, quando confrontados com uma oportunidade de cumprir uma mitsvá que passará - como por exemplo, uma circuncisão ou um pidyon haben - então é feita a bênção. Da mesma forma, se uma fruta nova estiver disponível neste período de três semanas e talvez não esteja depois, Shehecheyanu é recitada. Como é costumeiro permitir que seja recitada a bênção no Shabat, é preferível guardar a nova fruta até o Shabat. Uma mulher grávida que tenha vontade de comer a fruta, porém, ou uma pessoa doente que necessita dela para sua saúde, pode recitar Shehecheyanu durante as três semanas.

Costuma-se ser ainda mais cuidadoso que normalmente ao se evitar situações perigosas. Pessoas devotas separam um período de tempo para reflexão e luto pela destruição de ambos os Templos. Em algumas comunidades costuma-se recitar o Ticun Chatsot mesmo ao meio dia.

 
     
  Reflexões sobre o mês de Tamuz  
     
  Há alguns fatos que ocorreram nesta data e que merecem ser citados.

• O dia 17 de Tamuz é um dia de jejum em lembrança à cinco tragédias que assolaram o povo judeu em diversas épocas de sua história. O primeiro destes foi o fato de Moshê ter quebrado as Tábuas da Lei. Nas preces de Selichot, rezadas neste dia, há menção sobre a quebra das Tábuas, sem referência ao motivo (o bezerro de ouro). Isto porque a milagrosa escrita Divina gravada nas Tábuas nunca mais foi recuperada. Foi perdida para sempre esta forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de fora a fora, de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção.

• O número 21 (soma dos dias das Três Semanas) forma a palavra hebraica Ach, que significa apenas; 17 (de Tamuz) tem o valor numérico da palavra hebraica Tov, bem. Ambas iniciam um versículo que diz: "Ach tov Leyisrael", "Apenas o bem para Israel". Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente a coisas boas.

Número três, no judaísmo, representa perfeição e eternidade. E assim está escrito: "A corda tríplice não se desmanchará facilmente". De fato este número é recorrente: há três Patriarcas, três Festas de Peregrinação, a Lei Escrita é composta de três partes (Torá, Neviim e Ketuvim), entregue no terceiro mês após a saída do Egito, ao povo judeu formado por três grupos (Cohen, Levi e Yisrael), etc.
Se o número três é tão significativo, por que então tantas tragédias recaíram sobre o povo judeu durante as Três Semanas? A resposta é que todo este sofrimento são etapas que levam à Era Messiânica. Isto é aludido ao fato dos dois jejuns, 17 de Tamuz e 9 de Av, sempre coincidirem com o mesmo dia da semana do Sêder de Pêssach, quando comemoramos a saída do Egito e nossa libertação.