Ter ou Ser
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Pergunta:
Minha carreira parece ter chegado a um beco sem saída Durante anos tenho treinado como ator e lutado para conseguir meu primeiro sucesso, mas toda vez que chego perto de conseguir algum papel importante, algo dá errado e termino perdendo. Já tentei de todas as formas, incluindo mudar de agente, mas isso não me levou a lugar nenhum. Sou profissional, trabalhador, dedicado e acredito que tenho talento (isso tem sido confirmado por outras pessoas também). Porém estou começando a pensar que simplesmente não conseguirei ser ator.
Acha que eu deveria me conformar com a idéia de ser um fracasso?

Resposta:
Por Aron Moss
Meu amigo, há apenas uma coisa à qual você pecisa se conformar. Você não é um ator. Talvez seja bom em representar, mas não é isso que você é – isso é o que você faz. Pare de identificar-se pela sua carreira. Você precisa descobrir uma identidade que esteja além do seu trabalho. Assim, sucesso e fracasso em sua carreira não significarão sucesso ou fracasso em sua vida.

Em nosso mundo de valores invertidos, um homem é chamado de bem-sucedido porque ganhou muito dinheiro. Talvez ele tenha abandonado a terceira esposa, esteja afastado dos filhos, não tem amigos e até o cachorro fugiu dele. Porém todos dizem que ele saiu-se bem em sua “carreira”, e as pessoas dizem: “Quisera eu ter a sorte dele.”

Nós atingimos o verdadeiro sucesso quando somos bem-sucedidos em nossos relacionamentos. Se você é um amigo atento às horas de necessidade, se trata bem os seus pais, se é um cônjuge compreensivo e que oferece apoio, um pai devotado e carinhoso, então você é um sucesso. Aqueles que contribuem com a comunidade, não apenas com dinheiro, mas com tempo e esforço, aqueles que desenvolveram relacionamentos felizes com D’us e com o ser humano, estes sim têm verdadeiras histórias de sucesso.
Quando nos identificamos com nossa profissão – sou um ator, um vendedor, um técnico em eletrônica – então estamos vinculando nosso sucesso como pessoa ao nosso sucesso na carreira. Porém isto não é verdade. Não somos definidos pelo nosso trabalho. Aquilo que fazemos para ganhar a vida é diferente daquilo que fazemos para ter uma vida. Trabalhamos pelo sustento, porém para fazer uma vida devemos amar, nos conectar, servir a um propósito e encontrar um significado.

Este é o presente do Shabat. Durante um dia da semana saímos do nosso papel dos dias comuns e retornamos ao nosso verdadeiro eu. Não somos membros de uma empresa, mas sim membros de uma comunidade, não somos empregados ou patrões, mas sim irmãos e irmãs, filhos, pais e amigos. Não estamos trabalhando para um chefe quando fazemos o nosso trabalho, mas sim trabalhando para O Chefe, para cumprir nossa missão.

Você pode ser muito bom naquilo que faz. Ou talvez não. Porém o mais importante é ser bom como ser humano: quando se trata do ser humano, um empresário falido também pode ser uma grande história de sucesso, e um ator em dificuldades pode ser um astro.

     
 
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