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Um
judeu pode ser sepultado conforme o ritual judaico num cemitério
ecumênico?
O corpo judaico tem em si uma santidade especial por ter sido este um
invólucro para alma, por este motivo ele deve ser tratado com respeito.
Muitos judeus, que mesmo que por qualquer motivo não foram praticantes
durante a vida, não abrem mão de serem enterrados em um
kever Yisrael (cemitério judaico), fazendo de tudo para poder cumprir
pelo menos esta Mitsvá.
Muitos judeus em nossa história colocaram em risco a própria
vida para garantir o enterro de parentes ou conhecidos em cemitérios
judaicos. O motivo para tanto é por que após a morte a alma
se encontra no mundo da verdade, e todo judeu sabe que a verdade se encontra
no cumprimento da vontade Divina.
De acordo com o Talmud, "o homem deve ser enterrado em seu próprio
terreno" (Bava Batra 112a).
Um cemitério judaico é considerado patrimônio comum
da coletividade israelita, satisfazendo portanto o preceito talmúdico.
No caso de um cemitério não-judaico ou "ecumênico",
o ritual judaico de sepultamento só pode ser realizado sob rigorosas
exigências:
1) A família deve adquirir um lote inteiro no cemitério,
para que possa ser qualificado como "terreno próprio".
A sepultura em si não é considerada "propriedade";
2) O lote deve estar situado numa parte desocupada do cemitério,
para que possa ser cercado e delimitado como um terreno separado.
Dada a complexidade das condições acima estipuladas, é
norma do Rabinato não permitir a celebração do rito
judaico de sepultamento fora de um cemitério israelita. |