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A observância que mais
afeta a vida diária do enlutado durante o período de 12
meses é a completa abstenção de festas e festividades,
tanto públicas quanto privadas. Participar dessas reuniões
simplesmente não é consonante com a depressão e contrição
experimentada pelo enlutado. Chega às raias do absurdo o enlutado
dançar com animação enquanto seu parente jaz morto
num túmulo recente. Assim, os Sábios decretaram que embora
o completo afastamento das atividades normais da sociedade dure apenas
uma semana, afastamento de ocasiões sociais festivas dura 30 dias
em luto por outros parentes, e um ano (12 meses hebraicos) quando em luto
pelos pais. A alegria, em termos da tradição do luto, está
associada em grande parte com eventos sociais públicos do que com
satisfações pessoais.
A definição de júbilo
A dificuldade aqui, no entanto, é qual ocasião social deve
ser definida como alegre, e portanto proibida ao enlutado. Existem, por
um lado, reuniões sociais como festas, reuniões entre amigos,
encontros da comunidade, viagens de recreio e cruzeiros, reuniões
de negócios, eventos na sinagoga, e assim por diante. Por outro
lado, há as celebrações religiosas, como brit milá,
bar mitsvá e casamentos. Quais são considerados "alegres"
em termos da tradição do luto? Quais critérios são
usados para avaliar a determinação?
Os Sábios, através dos séculos, estabeleceram critérios
gerais de ocasiões "alegres". A primeira consideração
foi se a festa era religiosa ou social. Nesse ponto os grandes Sábios
estavam divididos. A maioria, e a atitude prevalecente, foi que apenas
o "verdadeiro júbilo" era proibido. O verdadeiro júbilo
é aquele que vai até o âmago da pessoa, sua relação
interior com D'us e com sua família. Isso é o que o Talmud
tinha em mente quando proibiu o enlutado de entrar num salão para
participar do jantar de gala de um casamento. A ocasião que celebra
o cumprimento de uma mitsvá, como um casamento ou bar mitsvá,
desperta verdadeiro júbilo no coração da pessoa,
e isso o enlutado não tem permissão de sentir.
O estabelecimento desse critério está longe de ser arbitrário.
Em vez disso, é uma conseqüência do conceito espiritual
judaico sobre o mundo. O homem encontra genuína felicidade no cumprimento
de suas obrigações para com D'us. Sua profunda satisfação
não vem das distrações da mídia de entretenimento
e das frivolidades superficiais de agora, dos jogos e concursos da sociedade.
É verdade que reuniões de amigos e colegas proporcionam
uma alegria positiva e incontestável, e muitos são os louvores
oferecidos pelos Sábios à camaradagem característica
de ocasiões sociais amigáveis. Porém o deleite que
é derivado não é tão profundo como o júbilo
verdadeiro da ocasião religiosa.
Assim, esses eruditos afirmaram que a proibição básica
era a simchá shel mitsvá, a celebração religiosa,
e o arquétipo dessa festividade realmente feliz era a cerimônia
de casamento e o banquete. Apenas secundariamente a ocasião social
foi proibida.
Uma opinião minoritária, apoiada por alguns dos mais estimados
pensadores na vida judaica, afirmava que a tradição proibia
basicamente a simchat mera'im, as alegrias puramente sociais, as diversões
entre amigos, e a rodada de festas que geralmente marcam a vida. Qualquer
ocasião celebrando a observância de um mandamento certamente
não poderia ser proibida ao enlutado que deseja observar o mandamento!
Estas alegrias podem prejudicar o espírito do enlutado? Podem trazer
vergonha ao falecido? Pode-se dizer que a participação em
festividades religiosas familiares afastam a mente da pessoa dos mortos?
Judeus engajados, ansiosos para cumprir a lei, para honrar seus pais,
e relativamente despreocupados com o número de eventos a que comparecem
durante o ano, mantêm ambas as opiniões, e evitam tanto as
festividades sociais quanto as religiosas, como regra geral. Exceções
a esse costume foram enumeradas.
Outros critérios óbvios do que constitui júbilo foram
estabelecidos. A música, especialmente para dançar, geralmente
desfrutada na companhia de outros, é um evidente sinal de alegria.
Outro critério é um jantar festivo; um suntuoso jantar de
celebração é uma ocasião festiva. Há
momentos, como uma recepção de casamento ou num cruzeiro
a passeio, quando simplesmente estar num salão para jantar e danças,
sem participar em nenhum dos dois, não é permitido ao enlutado.
É um espírito de reunião pública que deve
ser evitado. Deve-se notar que o júbilo proibido ao enlutado é
comensurado com o grau e período do luto, e também com o
parentesco com o falecido.
Assim:
1 – Durante a shivá o enlutado deve se abster de fazer as
coisas que possam evocar alegria, como a recitação de determinados
versículos do livro de preces, ou brincar em demasia com os filhos,
ou até engajar-se em discussões animadas com os visitantes
na casa enlutada. Estas são consideradas s'chok, amenidades, impróprias
ao enlutado e proibidas durante todos os estágios de luto. Cohelet
diz: "Há um tempo para chorar (bechi) e um tempo para rir
(s'chok)." Como o luto é certamente o tempo para chorar, o
riso excessivo não é permitido.
2 – Antes do shloshim, que finaliza a observância de luto
para aqueles enlutados por parentes que não sejam os pais, reuniões
religiosas e sociais sob circunstâncias normais são proibidas.
Após o shloshim, todas as festividades estão permitidas
aos enlutados.
3 – Para aqueles em luto pelos próprios pais, o período
de shloshim exige uma abstenção mais intensa do júbilo
que os meses remanescentes do ano. Por exemplo, os enlutados podem comparecer
a uma festa de bar mitsvá (obviamente todos podem ir ao serviço
na sinagoga) durante shloshim (após shivá) juntos, desde
que evitem escutar a música instrumental e participar no jantar
com os celebrantes. Após shloshim, e para o balanço do ano,
porém, eles podem participar plenamente do jantar se o bar mitsvando
fala sobre algum tema de Torá, tornando a celebração
uma função realmente religiosa.
A seguir damos alguns detalhes da lei que deriva desses conceitos. Em
situações difíceis deve-se discutir estes detalhes
com o rabino, para que ele possa decidir qualquer questão da Lei.
Damos a seguir algumas orientações sobre a regra e suas
exceções, na proibição de comparecer a ocasiões
festivas durante o luto.
Reuniões sociais e de negócios
1 – Encontros de negócios da comunidade, como reuniões
da sinagoga ou organização fraternal, são permitidos
ao enlutado após shivá.
2 – Jantares sociais, mesmo que não haja música, mesmo
quando promovidos para causas de caridade, não devem ser freqüentados
por enlutados pelos pais durante 12 meses, e outros enlutados por 30 dias.
3 – Cruzeiros recreativos e turismo em grupo de certa forma são
semelhantes a jantares sociais aos olhos da Lei, embora as refeições
sejam feitas privadamente. Estes são considerados verdadeiros "passeios"
e devem ser desencorajados pelo menos durante os 30 dias.
4 – Festas em residências também devem ser desencorajadas
ao enlutado pelos pais durante 12 meses, e outros enlutados por 30 dias,
embora não seja servida uma refeição completa. Não
há restrições sobre reuniões com uns poucos
amigos de cada vez. O importante a ser lembrado é que esses eventos
não devem se transformar em "ocasiões sociais".
Receber amigos tudo bem, mas festividades não são apropriadas.
5 – Festas de negócios, onde alegria e farra são comuns,
e realizações comerciais são a meta, devem ser evitadas
durante todo o período de luto. Se a ausência nesses eventos
pode causar perda financeira, deve-se consultar um rabino. Convenções
de negócios são, similarmente, algo a se evitar em situações
normais. No entanto, se o comparecimento for obrigatório, ou economicamente
benéfico, o enlutado pode ir mas deve se retirar durante os períodos
de música e dança. Deve fazer as refeições
privadamente ou com amigos, a menos que o objetivo da reunião seja
puramente de negócios, quando então ele pode jantar com
a convenção, após o período de shloshim.
6 – Músicos profissionais que extraem todo, ou parte do próprio
sustento tocando em ocasiões festivas, podem fazê-lo após
a shivá, pois não estão tocando por alegria. Se forem
financeiramente sustentáveis, devem evitar tocar durante o shloshim.
7 – Ir a óperas e concertos, teatros e cinemas deve ser desencorajado.
Ouvir rádio ou assistir à TV depende dos critérios
de júbilo acima. Geralmente, eventos esportivos e transmissões
via rádio ou TV sobre notícias e esportes são permitidos.
Celebrações Religiosas
Brit Milá
• O enlutado que acaba de tornar-se pai pode comparecer ao brit
milá do filho, mesmo que seja no primeiro dia após o enterro.
Pode ir vestido com roupas de Shabat. Pode ajudar a preparar e comer a
refeição festiva, até (talvez de preferência)
em sua própria casa. Se não for na sua casa, pode se deslocar
até o local do brit milá. Porém, logo após
o brit milá, ele deve regressar e continuar a shivá na casa
enlutada.
• O mohel, se não houver outro competente que esteja disponível,
pode realizar o brit milá, mesmo durante sua shivá. Ele
não deve participar da refeição festiva durante o
shloshim se estiver de luto por um dos pais, porém pode fazê-lo
(após shivá) se estiver de luto por outros parentes.
• O sandak (enlutado) pode comparecer ao brit milá, mas não
deve participar da refeição festiva durante a shivá,
como o mohel. Pode calçar sapatos e vestir-se para a ocasião.
No entanto, não é considerado inteiramente adequado convidar
um enlutado para ser o sandak.
PIdyon Ha'ben
As leis de pidyon ha'ben são semelhantes àquelas do brit
milá. O Cohen, nesse exemplo, pode realizar esse procedimento,
como no caso do mohel.
Bar mitsvá
Um pai enlutado pode preparar a festa de bar mitsvá mesmo durante
shloshim, desde que seja após a shivá. Ele não deveria,
porém, fazer a refeição com os convidados. Pode comer
em outro aposento, e socializar com os convidados durante a refeição
propriamente dita, sem música.
Um pai nessa situação pode vestir-se para a ocasião.
O próprio bar mitsvando, se estiver de luto por um dos pais, pode
vestir suas melhores roupas. A cerimônia religiosa do bar mitsvá
não é cancelada mesmo que o rapazinho esteja de luto. Todos
os enlutados, sejam ou não parentes do bar mitsvando, podem comparecer
à celebração durante o shloshim, mas devem evitar
o jantar ou ouvir música. Após shloshim, o enlutado pelos
pais pode participar da refeição se o celebrante falar sobre
tópicos de Torá, indicando assim que é uma simchá
shel mitsvá, uma ocasião religiosa.
A cerimônia de casamento
1 – Se a cerimônia acontece num salão ou local semelhante
onde haja música, a regra geral é que os enlutados pelos
pais não devem comparecer durante 12 meses, e por outros parentes
por 30 dias.
2 – No próprio salão do buffet, se não houver
orquestra presente, enlutados pelos pais podem comparecer após
shloshim.
3 – Se o casamento for numa sinagoga, onde costumeiramente há
apenas música vocal mas não instrumental, o enlutado pelos
pais pode comparecer após a shivá. Após shloshim,
nesse caso, o enlutado pelos pais pode até participar na recitação
das bênçãos na cerimônia e vestir-se para a
ocasião. Se houver música instrumental ele não pode
comparecer pelo menos até o fim do ano.
4 – Se o enlutado (mesmo pelos pais) for o décimo no minyan,
e não houver mais homens disponíveis para constituir o quorum,
ele pode comparecer ao casamento e fazer a refeição, mesmo
durante o shloshim.
5 – Se a ausência do enlutado causará um adiamento
na data do casamento, e houver a possibilidade de que o adiamento possa
fazer com que um dos noivos desista do casamento, o enlutado pode comparecer
a qualquer tempo e sob quaisquer condições.
6 – Se o rabino está de luto, pode oficiar um casamento após
shivá, mas deve evitar ouvir música.
7 – Quando enlutados vão a essas ocasiões quando isso
normalmente não seria permitido, eles devem realizar alguma função
útil:
a – Parentes que comparecem após shivá (durante shloshim),
devem atuar como anfitriões ou ajudantes na cerimônia, mesmo
que não estejam de luto pelos pais, Estes enlutados, obviamente,
podem comparecer após shloshim sem esta exigência.
b – Amigos íntimos do celebrante que estejam de luto não
devem comparecer à cerimônia durante shloshim. No entanto,
se eles sentirem que sua ausência causará remorso ou sofrimento
aos noivos, podem comparecer como assistentes antes da cerimônia.
Após shloshim, se estão de luto pelos pais, estes amigos
podem comparecer se ajudarem antes da cerimônia.
O Jantar
Jantar festivo com amigos e parentes cai exatamente na categoria de simchá,
júbilo, e deve ser evitado pelo enlutado durante 12 meses quando
em luto pelos pais, e 30 dias em luto por outros parentes. Em circunstâncias
prementes, os enlutados devem agir conforme explicado a seguir:
1 – Pai e mãe, irmão e irmã, e filhos da noiva
ou do noivo, podem comparecer à cerimônia e participar do
jantar durante shloshim mesmo se estiverem de luto pelos pais. Devem,
no entanto, ser de alguma ajuda na preparação ou serviço
da refeição, ou servindo bebidas e assim por diante.
2 – Outros parentes do casal podem ir à recepção
do casamento após shloshim, se estiverem de luto pelos pais, (outros
enlutados após a shivá) mas devem ajudar a servir.
Siyyum Masechet
Na conclusão de um tratado do Talmud uma celebração
(siyyum masechet) geralmente é feita (como aquela à qual
comparece o primogênito que, caso contrário, teria de jejuar
antes de Pêssach). Estas celebrações podem ser freqüentadas
por enlutados, e eles podem participar da refeição em seguida
ao discurso talmúdico. A refeição festiva em Chanucá
e na inauguração de uma casa estão na mesma categoria,
desde que haja um caráter de celebração religiosa
com um divrei Torá ou canções entoadas em louvor
a D'us.
Festividades no Shabat
O Shabat é um dia no qual é evitado luto em público
(embora as proibições do luto pessoal estejam valendo).
A pessoa pode comparecer a uma reunião pública festiva no
Shabat?
A regra geral é que o Shabat apenas acrescenta à simchá
que coincide com ele, e portanto isso deve torná-la duplamente
proibitiva. Ao mesmo tempo, porém, se a comunidade normalmente
esperaria que o enlutado comparecesse, sua ausência pareceria luto
público, seria permitido no Shabat.
Os procedimentos a seguir, portanto, devem ser adotados:
Festejos pós-casamento (sheva brachot) feitos a cada noite durante
sete dias depois do casamento, não devem ser freqüentados
nem mesmo no Shabat até depois de shloshim por enlutados pelos
pais, e após a shivá por outros enlutados. O mesmo é
verdadeiro para brit milá, shalom zachar (celebrado na primeira
sexta-feira à noite após o nascimento de um filho), e para
uma mãe retornando à sinagoga pela primeira vez após
o nascimento do filho, se costumeiramente é dada uma festa em sua
homenagem.
No entanto, o acima é feito para amigos e parentes distantes do
celebrante. Parentes próximos da família imediata e indivíduos
proeminentes, dos quais geralmente se espera o comparecimento, podem ir
a essas celebrações e participar da refeição.
Sua ausência seria claramente uma indicação de luto
em público, que é proibido no Shabat.
O Enlutado e Casamentos
Para os parentes, amigos e pessoas que desejam o bem, a alegria no casamento
é definida em termos materiais, como jantar e danças. Assim,
o enlutado pode ir à cerimônia se não houver música
e se ele não participar do banquete. Porém para o casal
que está se casando, comida e música são secundários,
meramente um acompanhamento para o importante momento sob a chpá.
Para eles a definição de júbilo é o vínculo
pessoal e espiritual que os une. Mesmo que o casamento fosse destituído
dos enfeites materiais, dos sorrisos e adornos, e somente o casal, as
testemunhas, o minyan e o rabino estivessem presentes, a cerimônia
ainda seria o máximo da alegria.
O som empolgante do mazal tov, a beleza das flores e da música
teriam ido embora, mas a essência permaneceria pela vida toda. Portanto,
para o enlutado, o casamento deveria ser proibido. Mas esta não
é uma questão fácil. A pessoa pode se abster de celebrações
e música por um ano, mas o casamento é o próprio
tecido da vida, e a vida inevitavelmente deve continuar. E portanto todos
os enlutados, seja pelos pais ou por outros parentes, embora estejam proibidos
de casar-se durante a shivá, tinham permissão de casar-se
após o shloshim.
O casamento pode ser celebrado na presença de todos os amigos,
abundância material, beleza, música e alegria. Pois é,
afinal, a festa das festas e, portanto, barbear-se, cortar o cabelo, lavar-se
e vestir-se da melhor maneira são permitidos.
As leis relativas ao casamento afirmavam a necessidade de a vida continuar
e ser vivida plenamente, mas também consideravam que, mesmo assim,
um parente próximo acaba de perder a vida. A gloriosa união
do casamento e a grave perda da morte são dois contrastes, e a
tradição entendia a necessidade de ambos.
A seguir temos as leis que surgiram desse entendimento da necessidade
humana no momento raro da coincidência de tamanhos opostos na vida.
1 – Quando o casamento pode ocorrer:
a – Os enlutados não devem se casar durante shloshim, e certamente
não durante a shivá, mesmo sem pompa, música e recepção
suntuosa. Noivados não podem ser realizados ou anunciados durante
esse período.
b – Após o shloshim, o casamento pode ocorrer com todos os
adornos, música e comida, e os noivos e pais podem se vestir para
a ocasião, sem demonstrar quaisquer sinais evidentes de luto.
c – Durante shloshim (após shivá) há circunstâncias
excepcionais quando os casamentos podem ser realizados:
Se o noivo é o enlutado:
• Se ele não tiver filhos, e os preparativos já foram
feitos, como: data marcada, os arranjos contratados, a comida foi adquirida,
portanto adiar o casamento incorreria em grande perda financeira, ou faria
com que muitas pessoas ficassem ausentes.
• Se a data não foi marcada, mas por alguma razão
irrefutável, como alistamento militar, deve ser feito durante shloshim,
o casal pode se casar, mas não viver como marido e mulher até
depois do shloshim.
Se a noiva é a enlutada:
O casamento pode ocorrer durante o shloshim apenas se ela já estiver
noiva, os preparativos feitos e o noivo não tem filhos.
2 – Quando pode ocorrer o segundo casamento:
a – Se a esposa morreu.
O marido deve esperar passar as três maiores Festas (Pêssach,
Sucot e Shavuot) antes de casar novamente. Rosh Hashaná e Yom Kipur
não contam como Festas para esse propósito. Shemini Atsêret
pode ser contado como Festa em determinados casos envolvendo circunstâncias
urgentes pessoais e familiares. O motivo ostensivo para esta demora é
a esperança que a duração de três Festas separadas
e o ciclo de estações diminua seu desespero, e ele não
entre num segundo casamento com a imagem do primeiro amor ainda presente
em sua mente. Este espaço de tempo pode ter até um ano se
a morte ocorreu pouco depois de Sucot, ou apenas alguns meses se a morte
ocorreu pouco antes de Pêssach.
Há exceções dignas de nota a essa regra geral:
• Se o marido não gerou filhos, o casamento pode ser feito
após shivá e eles podem viver como marido e mulher.
• Se ele tem filhos pequenos que precisam ser cuidados, o casamento
pode ser feito após shivá, porém as relações
conjugais devem ser adiadas até depois de shloshim.
• Se ele não suportar viver sozinho, qualquer que seja o
motivo (esta não é uma ocorrência rara), ele pode
se casar, mas não pode ter relações conjugais até
depois de shloshim.
b - Se o marido faleceu:
A mulher pode casar-se novamente depois de três meses, um tempo
consideravelmente mais breve que a duração de três
Festas para o homem. Evidentemente, a mulher era considerada mais capaz
de controlar suas emoções, tendo de estar mais preocupada
com a criação dos filhos que com os próprios sentimentos.
O motivo para essa espera de três meses é que deve ficar
evidente que ela não espera um filho do marido falecido. Sob circunstâncias
excepcionais a serem julgadas por competentes autoridades rabínicas,
caso saiba-se medicamente que ela não poderia estar grávida,
e se o noivo não tem filhos, ela pode receber permissão
de casar-se após shivá. Além disso, se ela tem muita
dificuldade para sustentar os filhos órfãos e pode ser determinado
com segurança que não está grávida, ela pode
receber permissão de casar-se imediatamente após shivá.
3 – Tornando-se enlutado após a cerimônia
a – Se um dos sete parentes próximos da noiva ou do noivo
faleceu logo após a cerimônia, mas antes que o casamento
fosse consumado, o casal deve viver separado até depois da shivá.
b – Se o parente faleceu após a consumação
do casamento, o luto é adiado até depois da semana inteira
de celebração das bodas. Durante esse período, o
enlutado pode cuidar de sua higiene pessoal e aparência, e pode
experimentar todas as alegrias da vida. Quando a semana terminar, porém,
a roupa do enlutado é rasgada e a shivá começa de
maneira plena, como descrito acima. |