|
•
É uma grande mitsvá visitar os enlutados, sendo considerado
um ato de bondade para os parentes e o falecido, cuja alma ainda está
de luto.
• Pode-se visitar o enlutado durante o dia ou à noite.
• Se possível, a visita deve esperar até o terceiro
dia após o enterro. Este conselho é dado porque a ferida
do enlutado ainda está fresca, e o falecido está constantemente
em seu pensamento. No entanto, se por algum motivo isso não pode
ser arranjado, a visita pode ser feita até no primeiro dia. Consolar
os enlutados na verdade começa no cemitério, quando os enlutados
deixam o túmulo, passando por fileiras de amigos e parentes.
• Visitantes normalmente não fazem visitas de condolência
no Shabat ou feriados, pois estes são dias em que não se
deve ficar enlutado publicamente. No entanto, o enlutado pode receber
companhia e condolências nesses dias. Pode haver visitas de shivá
em Chol Hamoed, Rosh Chodesh, Purim e Chanucá.
• Um visitante não deve começar a falar, mas sim sentar-se
em silêncio até que o enlutado comece. (O enlutado pode iniciar
a conversa dizendo: "Bendito seja o Verdadeiro Juiz.") O enlutado
não pode cumprimentar as pessoas dizendo shalom; e não pode
receber cumprimentos dos outros.
• O enlutado senta-se no chão., ou em assento baixo.
• O assunto da conversa deve ser sobre os méritos do falecido,
recordar suas boas qualidades que o tornavam querido de todos. Aqueles
que deliberadamente se abstêm de mencionar o falecido, acreditando
que assim desviam a mente do enlutado da sua dor, não entendem
bem a psicologia do luto. Passar a visita falando trivialidades é
menos consolador e mais doloroso para o enlutado que falar sobre o falecido.
• O enlutado não deveria dizer: "Meus castigos não
equivalem aos meus pecados," indicando que merece mais punição.
(Mesmo que isso seja verdadeiro, não se deve expressar estes pensamentos,
pois podem provocar mais sofrimento.)
• Não se pode dizer ao enlutado: "O que se pode fazer,
é impossível mudar as decisões de D’us,"
mas sim dizer: "Tudo aquilo que D’us faz é para o bem,
e Ele sabe o que é melhor. Devemos aceitar Seu decreto com amor."
• Assim que o enlutado indique que os visitantes devem ir embora,
estes não devem demorar. (Tenha consideração, não
prolongue sua visita ou fique até tarde. Na hora de sair, deve-se
dizer: "Hamacom yenachem etchem betoch shear avelê Tsiyon Virushaláyim"
"Que o Eterno te conforte com todos os enlutados de Tzion e Jerusalém."
• É apropriado ter um minyan para a prece três vezes
ao dia na casa enlutada. Após as preces matinais e vespertinas,
um Salmo adicional, capítulo 49, é recitado.
• Também é bom para os outros aprender mishnayot pelo
benefício da neshamá do falecido.
• Se alguém não foi visitar durante a shivá,
pode expressar condolências a qualquer tempo dentro dos 12 meses
quando encontrar enlutados pelos pais, e durante os primeiros 30 dias
para aqueles enlutados por outros parentes.
• Visitas de condolência podem ser feitas a enlutados que
voltaram aos negócios durante a shivá (se foi religiosamente
permissível fazê-lo), da mesma forma que com os outros enlutados.
Se o enlutado voltou ao trabalho violando a tradição, ele
não precisa ser visitado. Ele negou a si mesmo o conforto da consolação
religiosa.
Algumas regras de comportamento na Casa Enlutada
1 - Não deve haver cumprimentos, sejam de boas-vindas ou de despedida.
2 - Não é costume falar até que o enlutado o faça.
O visitante não deve falar demais e monopolizar a discussão.
A conversa na casa em luto deve ser condizente com a reação
do enlutado.
Não há realmente necessidade de censurar aqueles que acreditam
que observações humorísticas ou histórias
frívolas aliviarão a amargura dos sentimentos do enlutado.
O propósito da presença do visitante e sua conversa durante
a shivá não é distrair o enlutado. É correto
e adequado falar sobre o falecido, suas qualidades, esperanças
e seus entes queridos. Longe de evocar a angústia que certamente
não foi esquecida, isso dá ao enlutado a oportunidade de
relembrar e expressar seu sofrimento em voz alta. Os psicólogos
garantem que o enlutado deseja falar sobre sua perda.
Dr. Eric Lindemann, em sua obra Symptomatology and Management of Acute
Grief, diz: "Não há retardação da ação
da fala; ao contrário, há uma ânsia de falar, especialmente
sobre o falecido." Nem as palavras nem as lágrimas do enlutado
devem ser evitadas ou suprimidas. Isso é análogo ao mundo
da natureza, onde os animais freqüentemente usam estes meios para
se curar; recuperam-se lambendo as próprias feridas.
3 - Não se deve insistir para que o enlutado se "sente"
no banco de shivá, pois essa observação inocente
pode implicar ao enlutado que ele "continua" sofrendo. É
possível que isso cause ressentimento.
4 - O visitante, deve, sempre, mostrar-se sensível aos sentimentos
do enlutado. Há um tempo para todas as coisas, diz-nos a Torá,
e certamente há um tempo para deixar a casa do enlutado. As visitas
não devem ser prolongadas indevidamente, cometendo o equívoco
de acreditar que a presença do visitante traz um grau incomum de
alívio.
Comportamento do enlutado durante a visita
1 - Os cumprimentos não devem ser respondidos durante os primeiros
três dias.
2 - O enlutado deve sentar-se quando as pessoas o consolarem, bem como
quando elas estão para partir. No entanto, especialmente durante
visitas prolongadas, ele não precisa sentar o tempo todo, mas pode
levantar-se e caminhar se quiser.
3 - O enlutado não precisa levantar-se perante qualquer visitante,
não importa sua estatura.
4 - Na hora da refeição na companhia de visitantes, o enlutado
deve sentar-se à cabeceira da mesa num banco mais baixo.
Palavras de condolência
Ao sair, o visitante deve recitar a frase, em hebraico ou português:
Hamakom
yenachem et'chem
b'toch she'ar avelai
Tziyon Vi'yerushalayim
"Que D'us te
conforte entre os outros enlutados de Tsion e Jerusalém."
|