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1.
É costume judaico colocar uma matsevá (pedra tumular) sobre
o túmulo do falecido . Esta é de responsabilidade dos filhos
e demais parentes. Caso o falecido não tenha parente próximo
com condições de fazê-la, passa a ser responsabilidade
da Chevra Kadisha local.
2. Sobre esta pedra deve se escrever o nome do falecido, a data de seu
falecimento e as iniciais das palavras: ‘Tehê nishmatô
tserurá bitseror hachaim’, ou seja, ‘seja sua alma
envolvida no pacote da vida’.
3. Ao escrever o nome do falecido, deve-se escrever o nome de seu pai.
Este é o costume da maioria dos ashkenazim, sendo também
o costume Chabad. No entanto, entre a maioria dos sefaradim escreve-se
o nome da mãe. Há também costumes em que se escreve
ambos os nomes.
4. Deve-se evitar ao máximo escrever na matsevá letras que
não sejam em hebraico, muito menos data não judaica e nomes
não judaicos, pois isto pode prejudicar o falecido.
5. Pode-se escrever na matsevá algumas qualidades do falecido.
No entanto, ao escrever na matsevá uma qualidade que o falecido
não tinha, pode prejudicá-lo. Por este motivo, deve-se evitar
ao máximo escrever tais adjetivos, salvo se tem-se a certeza de
que o falecido possuía estas qualidades. Por este motivo, muitas
pessoas idôneas costumam deixar escrito no testamento que não
escrevam nada em sua matsevá, além de seu nome e data de
falecimento.
6. Muitos chassidim costumam escrever em sua matsevá o nome de
seu mestre, para que isto sirva como mérito para a alma.
7. Mesmo sobre o túmulo de uma criança deve se colocar uma
matsevá. Porém, não se coloca uma matsevá
no túmulo de um feto ou de uma criança que faleceu com menos
de um mês de idade, mas o túmulo deve ser demarcado.
8. É de responsabilidade da Chevra Kadisha averiguar o texto da
matsevá para certificar que não contém erros ou louvores
demasiados.
9. Se o falecido tinha parentes falecidos no Holocausto, ou em outras
guerras, cujos corpos não foram encontrados, costuma-se escrever
seus nomes em sua matsevá.
10. Em alguns cemitérios costuma-se colocar a matsevá de
pé na direção da cabeça do falecido, sendo
este o costume da maioria das comunidades de fora de Israel. Em outros
locais, como em Israel e em algumas comunidades da diáspora, a
matsevá é colocada na horizontal sobre o túmulo.
Cada um deve seguir o costume local, sendo proibido portar-se de maneira
diferente do habitual (salvo se o costume local não for de acordo
com a halachá).
11. Não existe tamanho mínimo para a matsevá, podendo
ser até mesmo uma pequena pedra onde caibam os dizeres, devendo
cada um seguir o costume local. No entanto, deve-se demarcar os limites
do túmulo, independentemente da matsevá.
12. Muitas autoridades rabínicas proíbem plantar sobre o
túmulo árvores, flores ou demais plantas, sendo que o espaço
sobre o túmulo que não é ocupado pela matsevá,
deve ser preenchido com um cimentado, pedras ou simplesmente deixá-lo
com a terra natural. No entanto, existem autoridades rabínicas
que permitem plantar sobre o túmulo um gramado ou outras plantas
rasteiras.
13. Deve-se evitar fazer pedras tumulares muito caras ou com letras douradas,
para não esbanjar dinheiro desnecessariamente. Costuma-se escrever
sobre a matsevá letras gravadas em baixo relevo, pois há
problemas de ler dizeres na matsevá escritos em alto relevo .
14. Pode se fazer uma matsevá larga sobre o túmulo de um
casal, sendo que sobre cada um deve escrever seus dizeres separados.
15. É proibido colocar sobre a matsevá uma foto ou pintura
do falecido ou de qualquer pessoa.
16. Uma matsevá que quebrou ou que se apagou com o tempo pode,
e deve, ser substituída, sendo que a primeira matsevá deve
ser enterrada, já que não pode ser usada para nada.
17. A responsabilidade da manutenção da matsevá é
dos parentes próximos, ou da Chevra Kadisha na falta de parentes.
Quando se coloca a matsevá
18. Há costumes de colocar a Matsevá somente após
doze meses do falecimento ou no dia do primeiro Yohrtsait, outros costumam
colocá-la após o shloshim, ou após onze meses, e
entre muitos chassidim, costuma-se colocá-la no sétimo dia
ou oitavo dia, após levantar-se da shivá .
19. Conforme o costume Chabad, coloca-se a matsevá logo após
a shivá, sendo que se não ficarem pronto os dizeres, coloca-se
apenas a pedra gravando os dizeres posteriormente. Caso não for
possível colocá-la logo após a shivá, coloca-se
o quanto antes.
Costumes do descerramento da Matsevá
20. No dia da inauguração da matsevá, costuma-se
visitar o túmulo, de preferência na presença de um
minyan.
21. Recita-se os Salmos conforme explicado acima, sendo que alguns costumam
acrescentar as iniciais da palavra matsevá, no Salmo 119 (letras
mem, tsadi, bêt e hê) .
22. Na hora de colocar a matsevá costuma-se estudar Mishnayot.
23. Existem várias orações especiais a serem ditas
na hora de colocar a matsevá, sendo que cada um deve seguir seu
costume.
24. Um Cohen não pode se aproximar do túmulo dos pais na
inauguração da matsevá, devendo ficar distante dos
túmulos, conforme as leis descritas no cap.25.
Nota:
A primeira matsevá
de que se tem noticia foi a feita pelo patriarca Yaacov sobre o túmulo
de sua esposa Rachel, como consta no versículo (Bereshit 35, 20):
“E erigiu Yaacov uma Matsevá sobre seu túmulo. Esta
é a Matsevá do túmulo de Rachel até hoje”.
Nossos sábios afirmam que aquele que lê dizeres da matsevá
escritos em alto relevo pode esquecer seus estudos.
Pois um dos motivos de colocar-se a matsevá é para manter
a lembrança do falecido, e durante os doze meses, ele ainda é
bem lembrado.
Pois conforme o ensinamento do Arizal, a alma só encontra o descanso
total após ser colocada sobre ela a matsevá. Porém
conforme o Zohar não se pode colocar a matsevá durante o
shivá, por isto se faz logo após levantar-se do shivá.
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