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  O Templo em Cada Judeu
 
Por Eli Touger
  A porção desta semana da Torá, Terumá, comunica a ordem de construir um Santuário. D'us disse ao povo judeu: "Façam para Mim um Santuário e Eu habitarei no meio de vocês…" O Santuário, e mais tarde o Templo Sagrado em Jerusalém, foi "o local que D'us escolheu… para colocar Seu Nome." Esta era Sua morada na terra, por assim dizer. Assim como uma pessoa pode relaxar e expressar-se sem inibições em sua própria casa, também o Templo era – e será – o local onde a Divindade revela-se, sem restrições.

No mundo individual de toda pessoa, sua alma repousa em sua mente. Similarmente, no mundo em geral, a presença de D'us repousava no Templo, e isso tornou possível para nós apreciar a Divindade em todo elemento da existência.

Nossos Rabinos ensinam que a palavra hebraica para "dentro" – b'tocham, significa "dentro deles", não "dentro de". Construir um Santuário para D'us não significava meramente erigir uma estrutura onde Sua presença estaria manifesta. Em vez disso, a intenção era de que toda pessoa se tornaria "um santuário em miniatura", pois D'us iria habitar "dentro deles", dentro de todo e cada indivíduo.

Todos os detalhes sobre os quais a porção da Torá discorre possuem paralelos em nosso relacionamento com D'us. Eles não são apenas particularidades que existiam no Santuário há muito tempo, mas são motivos contínuos relevantes ao nosso vínculo com D'us. A Arca no Santo dos Santos onde repousava a Presença Divina refere-se aos recessos que existem dentro do nosso coração. Pois em cada um de nós, há um local de repouso para o Divino.

Similarmente, o Santuário e o Templo continham:

A Menorá, o candelabro de ouro; isso mostra o potencial que todos possuímos de brilhar com a luz Divina e iluminar aquilo que nos cerca;

A Mesa, sobre a qual o Pão da Proposição era colocado; isso representa o nosso potencial de ganhar o sustento; é também um esforço sagrado que merece um local no Santuário;

O Altar, onde os sacrifícios eram levados. Corban, palavra hebraica para sacrifício, tem relação com a palavra karov, que significa "aproximar"; por intermédio dos sacrifícios (hoje expresso em nossas tefilot – preces), nós nos aproximamos de D'us.

Embora não tenhamos mais o Santuário construído por Moshê, nem o Templo em Jerusalém, o santuário existe no coração de cada judeu. Fazermos uma morada para D'us dentro de nós é um elemento inseparável de nossa existência.
     
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