por Rabino Shabsi Alpern

 
  Sucesso e felicidade
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Sempre estamos buscando o sucesso e a felicidade, mas estes são objetivos difíceis de serem alcançados. Uma das receitas que promete sucesso e felicidade diz: "Não acredite no impossível." Ora, muitas vezes acreditamos no impossível. A morte, por exemplo. Todos sabemos que somos mortais, mas vivemos cada dia como se fossemos imortais. Acreditamos que por estarmos aqui hoje, estaremos aqui amanhã também. Porém, não é sempre que o amanhã chega. Será que isso não é acreditar no impossível?


Quantas vezes somos solicitados a ajudar alguém carente, a completar um Minyan na sinagoga ou a participar de um projeto comunitário. A resposta clássica é: "Não agora, estou ocupado demais; espere até que eu tenha mais tempo."

Há uma parábola que se enquadra bem aqui. Num país distante, um jovem rei resolveu ser o homem mais sábio da Terra. Convocou todos os mestres e sábios do seu reino e contou-lhes seu desejo. Ordenou-lhes que reunissem toda a sabedoria do mundo em livros, a fim de que pudesse lê-los e aprender a reinar bem. Os sábios começaram esta obra monumental e a enorme tarefa demorou trinta anos para ser realizada.

Um dia, uma longa caravana de cinco mil livros chegou ao palácio. O rei, de meia-idade, encontrava-se muito ocupado com seus planos e afazeres. Olhou para a gigantesca biblioteca à sua frente e disse: "Eu estou ocupado demais para ler tantos livros. Levem-nos e condensem-nos para mim." O trabalho de síntese levou quinze anos e, finalmente, os sábios conseguiram produzir quinhentos volumes.

"Ainda é muito!" - disse o rei. "Bastaria que fizessem cinquenta volumes." A maioria dos sábios já havia morrido. Seus sucessores continuaram o trabalho. Dez anos mais tarde, trouxeram os cinquenta volumes solicitados pelo rei. A esta altura, o rei já estava velho e cansado. "Vocês têm que resumir tudo isto num único volume" - ordenou ele.

Foram necessários mais cinco anos para que lhe apresentassem o volume único de sabedoria condensada Contudo, era tarde demais. O rei estava no leito de morte.

Quantas vezes somos solicitados a ajudar alguém carente, a completar um Minyan na sinagoga ou a participar de um projeto comunitário. A resposta clássica é: "Não agora, estou ocupado demais; espere até que eu tenha mais tempo; espere até que eu esteja garantido, então darei algo para a caridade; espere até que eu me aposente, então terei tempo de ir à sinagoga ou de trabalhar para o bem da comunidade." Contudo, muitas vezes, nem temos a oportunidade de viver o amanhã.

Agora é o momento certo de aproveitar as férias para refletir sobre esta mensagem tão simples, mas profunda, e tentar usar o tempo tão precioso para praticar o bem em todos os sentidos da palavra.

   
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