A Percepção
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  TORAH –M@IL com permissão de R. Yossef Zukin.
 

Um dos temas principais da Parashá dessa semana é saber valorizar, o que temos e o que não temos. Avaliar nossos valores e conquistar o que achamos que é relevante para nossas vidas.

As filhas de Tslofchad não tinham recebido uma parte na Terra de Israel e isso para elas era uma questão extremamente sensível e relevante. Perceberem a importância do assunto, acabaram sendo compreendidas e atendidas em seu pedido, pois seguia uma lógica, uma coerência

Muitas vezes não temos foco no que é de valor e deixamos passar momentos, oportunidades bem em frente aos nossos olhos, sem percebermos.

A seguinte história verídica ajuda a ilustrar esse ponto.

Numa manhã fria de Janeiro de 2007, numa estação do Metrô de Washington, ele tocou no violino seis concertos de Bach por cerca de 45 minutos. Durante esse tempo, aproximadamente 2 mil pessoas passaram por aquela estação, a maioria no seu caminho para o trabalho.

Três minutos após começar a tocar, um senhor de cerca de 45 anos percebeu que tinha um músico tocando. Ele diminuiu seu passo e parou por alguns segundos e então correu para conseguir manter sua agenda no horário.

Aos quatro minutos o violinista recebeu seu primeiro dólar: uma mulher jogou o dinheiro na caixa do violino e continuou a andar, sem parar.

Aos seis minutos, um jovem se apoiou na parede para ouvi-lo, então olhou para seu relógio e continuou a andar novamente.

Dez minutos e um menino de três anos parou, mas sua mãe o puxou com pressa. O menino parou novamente para ouvir o violinista e a mãe então lhe puxou com mais força até que o menino voltou a andar, mas sempre olhando para trás. Essa ação se repetiu com várias outras crianças. Cada pai ou mãe, sem exceção, os forçava a andar para a frente.

O músico acabou tocando por 45 minutos. Apenas seis pessoas pararam e ficaram por um tempinho. Aproximadamente vinte lhe depositaram algumas moedas, mas continuaram a andar apressadas. Ele contabilizou U$ 32.

Depois de uma hora; ele parou de tocar e o silêncio tomou conta. Ninguém reparou. Ninguém aplaudiu. Ninguém o reconheceu. Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele tocou os concertos mais intrincados jamais compostos, num violino que vale $3.5 milhões de dólares. Dois dias antes, a plateia esgotou os ingressos de um teatro em Boston onde o preço médio das poltronas era de $100 dólares.

Essa é uma história verdadeira. Joshua Bell tocou como incógnito na estação do metrô. Esse evento foi organizado pelo jornal Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto e prioridade das pessoas.

Pode-se perguntar: num lugar comum, numa hora inapropriada, será que percebemos a beleza? Paramos para apreciá-la? Reconhecemos talento num contexto inesperado? Sabemos dar valor de verdade?

Uma possível conclusão alcançada por meio desse evento poderia ser:

Se não conseguimos conceder nem mesmo um momento para parar e ouvir um dos melhores músicos no mundo tocando uma das músicas mais complexas jamais escritas, com um dos instrumentos mais apurados jamais fabricados... quantas outras coisas estamos perdendo?

 

 

 
   
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