Como é possível
chegar a uma situação de fome? Aonde está a tecnologia
que levou o homem à Lua enquanto no planeta Terra ele passa fome?
A meu ver, o problema não está em passar fome, mas sim em
seus causadores; são eles que estão passando fome: fome
moral, ética e espiritual. Se esperar até se sensibilizar,
o faminto já morreu.
Em seu livro Oito Capítulos, Maimônides escreve uma frase
que chama muito a atenção e tem muito conteúdo: "A
Lei da Torá proíbe o que proíbe e ordena o que ordena,
para que nos afastemos dos extremos como meio de disciplina."
Parece uma frase ditatorial por suas imposições, porém
este grande sábio, filósofo e médico judeu com certeza
quer nos passar uma mensagem valiosa e atual, apesar de ter sido escrita
há mais de oitocentos anos.
Por natureza, o ser humano possui, em sua grande maioria, tendências
egocêntricas. Desde criança, fala: "É meu"
– minha chupeta, meu velocípede, minha bicicleta, meu fusca,
minha BMW, etc… e se justifica dizendo: "Por que eu tenho que
dar para o outro; afinal eu fiz, eu construí, eu trabalhei…
eu mereço."
É necessário algo superior que ensine de maneira dosada
que você tem certas obrigações morais que, no final,
são para seu próprio benefício, para seu equilíbrio
sentimental e espiritual.
Maimônides conclui sabiamente: "A maioria dos mandamentos da
Torá nos instrui e disciplina os poderes da alma" como por
exemplo a tsedacá (caridade). "Cumprindo os mandamentos ligados
a tsedacá nos afastamos da mesquinharia, tendo como propósito
estabelecer firmemente a bondade dentro de nós."
Bom apetite!