índice
  Devolução de Objetos Perdidos
 
 

A Mitsvá de Hashavat Avedá
Se alguém encontrar um objeto perdido, é mitsvá devolvê-lo ao proprietário. Contudo, se o objeto vale menos que uma perutá (cerca de dez centavos de real), não é necessário devolvê-lo. Também não é preciso devolver algo que o dono não possa identificar.

Um exemplo: você encontra uma nota de R$100,00 no chão. Todas as notas de R$100,00 se parecem, e o dono, provavelmente, não a reconheceria. Portanto, o dinheiro é seu. Se o dinheiro, porém, estiver dentro de uma carteira, deve-se guardar a carteira com o dinheiro, até que o dono a reclame. Antes de devolvê-la, pede-se que o dono descreva a carteira. Se a descrição for correta, esta precisa ser devolvida. Colocam-se avisos pela vizinhança, notificando o fato de ter encontrado uma carteira. Não se pode usar a carteira, mesmo se o dono nunca a reclamar.

A mitsvá de devolver os objetos perdidos "aparece" em nossa vida com freqüência. É uma oportunidade de cumprir mais uma mitsvá!

Na época do Bet Hamicdash havia um local fora de Yerushalayim, para guardar objetos perdidos. Quem achasse um objeto, poderia ir até lá e anunciar seus achados; e os que perdessem algo, poderiam lá reclamar suas perdas. Após a destruição do Templo, proclamas de achados e perdidos eram realizados nas sinagogas e Batê Midrashim (casas de estudos).

Histórias

Como Nossos Sábios Cumpriam esta Mitsvá

Certa vez, Rabi Shemuel bar Susretei viajou a Roma. Lá, ouviu um servo real proclamar: "A rainha perdeu um bracelete precioso! Quem quer que o encontre dentro de trinta dias receberá uma recompensa de 1000 peças de ouro. Se o bracelete for encontrado em posse de alguém após os trinta dias, ele será morto!"

A rainha tinha certeza de que a recompensa em moedas de ouro seria um incentivo para que procurassem o bracelete. Esperava que em breve alguém o encontrasse e devolvesse.

Um belo dia, Rabi Shemuel estava andando na praia, quando avistou algo brilhando na areia. O bracelete perdido! Rabi Shemuel guardou o bracelete até que os trinta dias findassem. Só então ele o devolveu à rainha.

"Você sabe que há uma punição por devolver o bracelete após trinta dias?

"Sim," respondeu Rabi Shemuel.

"Porquê, então, você esperou tanto antes de devolver o bracelete?" perguntou ela.

"Queria mostrar a você," explicou Rabi Shemuel, "que a razão de eu ter devolvido o bracelete não é porque a temo, mas porque temo a D’us!"

"Louvado seja o D’us dos judeus!" exclamou a rainha.

A mitsvá de hashavat avedá aplica-se quando trata-se de um proprietário judeu. Contudo, é uma obrigação judaica devolver um objeto perdido a qualquer pessoa, pois nosso comportamento em todas as esferas da vida deve ser o de fazer kidush Hashem (santificar do nome de D’us).

Nossos sábios nos contam também acerca da extraordinária maneira como Rabi Pinchas ben Yair cumpria essa mitsvá. Certa vez, dois judeus deixaram com ele duas medidas de grãos de trigo. Rabi Pinchas semeou-os, e depois armazenou a colheita em seus silos. Sete anos depois, os dois judeus retornaram.

Rabi Pinchas mostrou-lhes um armazém repleto de grãos e disse-lhes: "Tudo isto é de vocês!"

Rabi Pinchas ben Yair era um grande tzadic. Ele fez mais do que a mitsvá requeria. Teria sido suficiente se ele simplesmente guardasse o trigo. Ou, se o trigo estivesse começando a se estragar, ele poderia ter vendido o trigo e entregue o dinheiro aos proprietários.

     
top