Rabino. Adoro casamentos.
Sempre que vou procuro dançar o tempo todo. Mas recentemente fui
a um casamento judaico de uma família religiosa. Tudo para mim
era novidade, porém o que achei mais peculiar foi a dança.
Homens e mulheres dançaram separadamente, o tempo todo! Achei estranho.
Um casamento não celebra a união de um homem e uma mulher?
Como é possível separá-los em círculos, um
somente para homens e outro para mulheres?
Resposta do Rabino:
O convidado num casamento judaico não é apenas um observador.
Todo convidado tem uma missão: aumentar a alegria do novo casal.
E faz isso dançando. Quando a felicidade é compartilhada,
é mais profunda e completa.
Porém
dançar num casamento da maneira que a pessoa dançaria num
bar ou em uma balada não tem nada a ver. Aquele tipo de dança
é auto-concentrado – trata-se de mim e de meu par, ou talvez
apenas de mim. Os movimentos e os passos cadenciados são incentivados
mais pela busca por atenção do sexo oposto que pela alegria
que se sente pelos recém-casados. Quando você desliza pelo
salão não faz diferença se os noivos estão
ou não por perto, porque a dança, de qualquer modo, não
é para eles.
Agora falemos
da dança judaica.
Os convidados dançam em círculos separados – as mulheres
ao redor da noiva, e os homens em volta do noivo. O casal é o único
centro de atenção, e a dança tem o único objetivo
de fazê-los felizes e homenageá-los. A separação
dos sexos remove o senso de competição, e todos ficam livres
para se divertirem. Num círculo, ninguém está liderando
ou seguindo, todos são iguais. Não se trata de quem dá
os melhores passos, ou entra mais no ritmo, mas sim de todos juntos criando
um círculo de amor e alegria ao redor do casal.
E além disso, o círculo é infinito – não
tem começo nem fim. Ao dançar em círculo, a família
e os amigos abençoam o casal, para que seu amor não tenha
fim como o círculo, e dure a vida toda e mais ainda.