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  Um novo começo  
  Por David Zaklikowski  
 

O casamento envolve um total compromisso, seja a primeira, a segunda ou a sétima vez que a pessoa se casa. Uma atitude positiva, uma determinacão absoluta de fazer este dar certo, é vital.

Muitos, muitos casais em segundas núpcias têm casamentos felizes e amorosos. É importante notar, porém, que o destino de um casamento com frequência depende da atitude original que a pessoa leva ao relacionamento. Entrar num casamento com baixas expectativas quanto à sua longa duração pode terminar sendo uma profecia concretizada. Isso é injusto consigo mesmo e com a pessoa que se considera o suficiente para pensar em desposá-la.

O segundo casamento muitas vezes vem com desafios únicos. A fina sensibilidade exigida de pais adotivos ao lidar com os enteados; a ocasional relutância de certos membros da família em aceitar um segundo cônjuge; também certas expectativas que os conjuges podem ter desenvolvido no decorrer de seu primeiro casamento. Preparar-se para isso lendo sobre esses assuntos, bem como discuti-los com outros que tenham sido bem-sucedidos ao lidar com esses dilemas, certamente é um passo inteligente. Porém tenha em mente que um compromisso irrestrito aliado à compaixão e ao espírito de cooperação faz com que a pessoa possa resolver a maioria, senão todas, questões familiares.

Construir sobre o alicerce de ruínas
Para aqueles que estão atando o laço pela segunda vez após passar pelo sofrimento de um casamento desfeito, há bons motivos para ficar animado: há razões realistas para ter otimismo de que a segunda vez pode e será melhor que a primeira. Primeiros casamentos com frequência trazem pessoas que, impulsionadas por arroubos de emoção, saltaram para o compromisso do matrimônio sem considerar corretamente se as respectivas prioridades, valores e disposições eram apropriadas para cada um. Um primeiro casamento fracassado faz a pessoa reconhecer que somente amor e paixão não são bases suficientes para o casamento. Este reconhecimento pode fazer a pessoa examinar qualquer futuro cônjuge em perspectiva através de uma lente de clareza e objetividade, aumentando assim as chances de casar-se com um parceiro realmente compatível.

Na maioria dos exemplos, o casal unido num primeiro casamento é “bashert” (predestinados um para o outro); compartilham uma conexão de almas desde que nasceram. Embora suas almas possam combinar perfeitamente, podem ter personalidades conflitantes, outras prioridades e/ou ambições. Por que então eles se casaram? Porque estavam destinados um ao outro. Segundos casamentos apresentam uma oportunidade de escolher uma pessoa que é compatível com seu estilo de vida e caráter.

Segundo o Talmud, a qualidade do segundo cônjuge de uma pessoa depende de seus atos (ao contrário dos primeiros conjuges, que são determinados antes do nascimento). Assim, aumentar o estudo de Torá e o cumprimento das mitsvot aumenta bastante as chances de encontrar um indivíduo qualificado ao lado do qual encontrará felicidade e paz.

Fidelidade Verdadeira
O sofrimento causado pela perda de um cônjuge é indescritível para alguém que não passou por esta provação. O Talmud enfatiza que a morte de um homem é sentida mais agudamente por sua esposa, e vice-versa. Muitas vezes, por um senso de fidelidade e lealdade ao cônjuge falecido, a viúva ou viúvo ficam relutantes em casar-se novamente. A solidão que eles toleram é apenas um pequeno sacrifício amorosamente dedicado à memória de seu amado cônjuge.

O pensamento pode ser nobre, mas não é este o caminho que traz nachas para aquele que partiu. Do seu lugar no céu, a alma do falecido continua a olhar sua família, e tem imensa satisfação ao testemunhar suas realizações e conquistas. A cena de um cônjuge que está solitário e se recusa a prosseguir com a vida traz muita angústia para a alma do outro. Como as almas podem desfrutar sua recompensa celestial quando estão vendo o estado melancólico da pessoa que amaram? Após um período apropriado de luto, é hora de a esposa ou marido que ainda vive começar a pensar seriamente em começar um novo capítulo na vida, com outro indivíduo de quem goste. A alma daquele que partiu encontra a paz verdadeira quando seu (sua) amado (amada) encontra novamente a felicidade.

 
 
       
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