|
O casamento envolve
um total compromisso, seja a primeira, a segunda ou a sétima vez
que a pessoa se casa. Uma atitude positiva, uma determinacão absoluta
de fazer este dar certo, é vital.
Muitos, muitos casais em segundas núpcias têm casamentos
felizes e amorosos. É importante notar, porém, que o destino
de um casamento com frequência depende da atitude original que a
pessoa leva ao relacionamento. Entrar num casamento com baixas expectativas
quanto à sua longa duração pode terminar sendo uma
profecia concretizada. Isso é injusto consigo mesmo e com a pessoa
que se considera o suficiente para pensar em desposá-la.
O segundo casamento muitas vezes vem com desafios únicos. A fina
sensibilidade exigida de pais adotivos ao lidar com os enteados; a ocasional
relutância de certos membros da família em aceitar um segundo
cônjuge; também certas expectativas que os conjuges podem
ter desenvolvido no decorrer de seu primeiro casamento. Preparar-se para
isso lendo sobre esses assuntos, bem como discuti-los com outros que tenham
sido bem-sucedidos ao lidar com esses dilemas, certamente é um
passo inteligente. Porém tenha em mente que um compromisso irrestrito
aliado à compaixão e ao espírito de cooperação
faz com que a pessoa possa resolver a maioria, senão todas, questões
familiares.
Construir sobre o alicerce de ruínas
Para aqueles que estão atando o laço pela segunda vez após
passar pelo sofrimento de um casamento desfeito, há bons motivos
para ficar animado: há razões realistas para ter otimismo
de que a segunda vez pode e será melhor que a primeira. Primeiros
casamentos com frequência trazem pessoas que, impulsionadas por
arroubos de emoção, saltaram para o compromisso do matrimônio
sem considerar corretamente se as respectivas prioridades, valores e disposições
eram apropriadas para cada um. Um primeiro casamento fracassado faz a
pessoa reconhecer que somente amor e paixão não são
bases suficientes para o casamento. Este reconhecimento pode fazer a pessoa
examinar qualquer futuro cônjuge em perspectiva através de
uma lente de clareza e objetividade, aumentando assim as chances de casar-se
com um parceiro realmente compatível.
Na maioria dos exemplos, o casal unido num primeiro casamento é
“bashert” (predestinados um para o outro); compartilham uma
conexão de almas desde que nasceram. Embora suas almas possam combinar
perfeitamente, podem ter personalidades conflitantes, outras prioridades
e/ou ambições. Por que então eles se casaram? Porque
estavam destinados um ao outro. Segundos casamentos apresentam uma oportunidade
de escolher uma pessoa que é compatível com seu estilo de
vida e caráter.
Segundo o Talmud, a qualidade do segundo cônjuge de uma pessoa depende
de seus atos (ao contrário dos primeiros conjuges, que são
determinados antes do nascimento). Assim, aumentar o estudo de Torá
e o cumprimento das mitsvot aumenta bastante as chances de encontrar um
indivíduo qualificado ao lado do qual encontrará felicidade
e paz.
Fidelidade Verdadeira
O sofrimento causado pela perda de um cônjuge é indescritível
para alguém que não passou por esta provação.
O Talmud enfatiza que a morte de um homem é sentida mais agudamente
por sua esposa, e vice-versa. Muitas vezes, por um senso de fidelidade
e lealdade ao cônjuge falecido, a viúva ou viúvo ficam
relutantes em casar-se novamente. A solidão que eles toleram é
apenas um pequeno sacrifício amorosamente dedicado à memória
de seu amado cônjuge.
O pensamento pode ser nobre, mas não é este o caminho que
traz nachas para aquele que partiu. Do seu lugar no céu, a alma
do falecido continua a olhar sua família, e tem imensa satisfação
ao testemunhar suas realizações e conquistas. A cena de
um cônjuge que está solitário e se recusa a prosseguir
com a vida traz muita angústia para a alma do outro. Como as almas
podem desfrutar sua recompensa celestial quando estão vendo o estado
melancólico da pessoa que amaram? Após um período
apropriado de luto, é hora de a esposa ou marido que ainda vive
começar a pensar seriamente em começar um novo capítulo
na vida, com outro indivíduo de quem goste. A alma daquele que
partiu encontra a paz verdadeira quando seu (sua) amado (amada) encontra
novamente a felicidade.
|