A tragédia ocorrida no domingo, dia 10 de Janeiro, abalou a
cidade do México, o mundo empresarial e comunidades judaicas
no mundo todo com a notícia da morte do empresário Moisés
Saba Masri (46 anos) e membros de sua família.
O mau tempo foi apontado como a causa da queda do helicóptero
que saiu da cidade vizinha de Toluca. No acidente faleceram, além
do empresário, sua esposa, Adela Tuachi, seu filho Alberto com
sua esposa Judith e o piloto.
A família Saba possui negócios em diversas áreas.
As empresas comandadas por Moisés Saba Masri vão das indústrias
farmacêutica e têxtil às telecomunicações.
Era conhecido por ser um grande doador dando tsedacá ajudando
diversdas entidades beneficentes.
Sua mãe encontrou forças para enviar a seguinte carta,
publicada em Notícas da Rua Judaica, do jornalista
Osias Wurman que segue: uma mensagem de força e esperança
dirigida a toda a comunidade judaica.
Por Victoria Masri de Saba
Neste momento, quando a dor é tão intensa e o sofrimento
tão agudo, e quando as palavras de consolo não são
suficientes, e as lágrimas não param de cair, gostaria
de transmitir uma mensagem: O carinho que recebi de todos vocês
me fez sentir que minha tragédia e de minha família não
é uma tragédia pessoal, e sim uma tragédia de todos.
E por isso, antes que nossos corações voltem a se fechar
e a endurecer, quero expressar o que estou sentindo. Esta é uma
grande oportunidade! Não vamos deixar que passe. Esta tragédia
nos afetou, a todos nós. Estamos mais unidos, uns aos outros,
e muito nos fez pensar.
Vamos utilizar este momento para refletir. Vamos analisar nossos caminhos,
se estes são bons, se nossas aspirações são
as corretas, se nossas ações nos levam para o bem, se
nossa fala e língua estão em nosso controle, se nossos
pensamentos são puros. Por um acaso não estamos vivendo
em um mundo contaminado? Cheio de inveja, ódio, rancor e orgulho?
Vamos recordar hoje, que a condição humana é o
maior valor que nos dá a vida, e como tal, sejamos mais humanos.
A vida não pode seguir igual. Devemos mudar, mudar para melhor.
Devemos nos conectar com nossa essência, nossos valores, nossa
missão, nosso Criador. Hoje sabemos que a vida terrena não
é eterna, que em um pequeno instante tudo termina. Antes de tudo,
começemos a viver. Vamos tomar hoje uma decisão. Vou começar
a viver! Vou ser uma pessoa melhor do que fui ontem. Começamos
por algo pequeno, como dizem nossos sábios " Uma mitsvá
leva a outra", e assim, uma pequena boa ação vai
nos levar a uma outra, e a uma outra, como uma bola de neve, que cresce,
transformando nossa vida em uma vida repleta de sentido.
Quando abrir os olhos de manhã, vamos recitar: "Mode Ani",
uma reza onde agradecemos à D’us por poder acordar com
saúde para mais um dia, um agradecimento por uma nova oportunidade
de viver. Começar o dia agradecendo e expressando o bem que recebemos,
buscando alguém para ajudar, tanto com uma tsedaca (caridade),
como um pequeno sorriso ou um conselho.
Se ainda não acende velas de Shabat, comece nesta sexta-Feira.
Se não sabe o prazer que é dar caridade, começe
hoje. Enriqueça sua alma participando de alguma aula de Torá
semanal, participando de algum trabalho voluntário ou em alguma
organização beneficiente. Tratemos hoje de sermos mais
honestos, não mentir, não julgar os outros para mal, e
não usar nossas línguas para falar dos outros. Sejamos
mais sinceros. Vamos começar com algo pequeno, mesmo que seja
bem pequeno, mas que seja positivo, Vamos mostrar à D’us
que sim queremos nos conectar, que este é nosso objetivo.
Este acidente foi um decreto duro que não podemos explicar. Pessoas
boas, de bom coração e amor ao próximo. Pessoas
que cumpriam Shabat, cumpriam Torá e mitsvot. Mesmo assim, D’us,
aceitamos com amor, e por favor, que não aconteça isso
com mais ninguém, nunca mais.
Espero que D’us nos tire este decreto, porque não desejo
isso para ninguém, nem um por cento do sofrimento que estamos
vivendo. Mas devemos saber como reagir e começar algo. Algo pequeno.
Hoje! Peço que minhas palavras não entrem por um lado
e saiam do outro. Não se levante de sua cadeira antes de aceitar
um novo passo, um pequeno passo para melhorar.