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  Uma Breve Visão Sobre o Autismo
  Por Tammy Ruggles
 

Se o seu bebê não olha para você quando você fala com ele…
Se ele não tenta brincar com jogos que outros bebês da sua idade estão jogando…
Se ele raramente sorri…
Se ele aponta para as coisas que quer em vez de falar com você…
Se ele pega os brinquedos de vez em quando mas faz a mesma coisa com eles repetidas vezes…
Se ele tem ataques de fúria extrema…


Estes são apenas alguns sinais de que seu filho pode ter autismo. Somente uma ou duas características não significam que seu filho é autista, mas todas juntas podem provocar dúvidas e precisar de uma avaliação profissional feita por um especialista.

Autismo é uma palavra assustadora para os pais. Crianças podem ter, adultos podem ter. Mas o que é? Por que acontece? E como se cuida de um filho autista?

Para começar. O autismo não é apenas um único distúrbio. Na verdade é um de cinco diferentes distúrbios neurológicos que se classificam na categoria de Distúrbios Comportamentais Invasivos. O DSM-IV-TR declara que esse conjunto de distúrbios é um atraso grave e invasivo em numerosas áreas de desenvolvimento.

Os cinco distúrbios desse grupo são: Autismo, Distúrbio de Asperger, Distúrbio Infantil Desintegrante, Distúrbio de Rett e Distúrbio Não-Identificado.

Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças, um em cada 250 nascimentos resulta em autismo, significando que cerca de 1,5 milhão de americanos têm algum tipo de distúrbio. O Departamento de Educação sugere que o número está aumentando, e que na próxima década, somente nos Estados Unidos haverá mais de 4 milhões de casos.

O autismo ocorre com maior frequência em meninos que em meninas, e pode afetar qualquer pessoa, independentemente de raça, renda, educação ou estilo de vida. É visto com frequência como um distúrbio misterioso com origens desconhecidas. Embora não se saiba a causa exata do autismo, acredita-se que seja provocado pela estrutura ou função cerebral anormal. Estudos mostram que há uma diferença entre a estrutura cerebral em crianças autistas e não-autistas.

Pesquisadores estudam constantemente algumas teorias relacionadas à genética, hereditariedade, ambientais, e história de problemas médicos para ajudar a determinar a causa exata, e existe ainda uma teoria nova e controversa sugerindo que as vacinações infantis estejam ligadas ao crescente número de casos de autismo.

Mitos associados ao autismo

  1. É que crianças com autismo não fazem contato visual. Fazem com frequência, mas pode não ser tão frequente quanto as outras crianças, ou tanto quanto os pais gostariam.
  2. É que crianças com autismo não riem nem sorriem. Muitas crianças autistas sorriem.
  3. É que crianças autistas não demonstram afeição nem emoção, embora na verdade, muitas mostrem uma gama de emoções a outros e ao ambiente, sejam emoções negativas ou positivas.
  4. É que crianças autistas não conseguem se comunicar. Algumas o fazem, em diferentes níveis. Algumas falam muito bem, outras se comunicam por meio de desenhos ou sinais.

Sinais e Sintomas
Algumas crianças autistas são tão impassíveis que parecem ser surdas, enquanto outras têm apenas uma pequena demora na fala e no desenvolvimento social. Os sinais e sintomas do autismo variam de leves a graves e podem demonstrar algumas ou todas as características.

O autismo pode ou não ser evidente em crianças até as idades de 2 a 6 anos, mas as características podem ser notadas quando ainda bebês. Outra característica é a comunicação. Crianças autistas às vezes falam “perto” das pessoas, em vez “com as pessoas”, e falam uma frase atrás da outra, em vez de dialogar com os outros. Pode parecer que estão fixadas num único assunto e falarão sem parar sobre aquilo.

Crianças autistas parecem ser apegadas a hábitos. Gostam de movimentos e frases contínuos e repetidos. Balançam e giram brinquedos e objetos repetidamente. Apreciam fazer a mesma coisa da mesma maneira o tempo todo.

Algumas crianças autistas batem a cabeça no chão ou na parede, e até infligem auto-ferimentos. Com frequência expressam suas necessidades em maneiras não-verbais: apontando, gesticulando, agarrando, gritando. Parecem estar aborrecidas sem motivo aparente. Algumas crianças autistas parecem contentes quando estão sozinhas, e até parecem ficar distantes ou desinteressadas em socializar com os outros.

Ataques de fúria, falta de afeição e pouco contato visual também são traços comuns do autismo. Podem surgir padrões de fala ou de brincadeiras pouco usuais, juntamente com fixação em objetos, brinquedos ou outros itens da casa.

Quando reagem à dor, crianças autistas podem ser muito sensíveis a ela, ou não sensíveis o suficiente, e podem não demonstrar um senso adequado de medo ou perigo. Podem também ser hiper-insensíveis a estímulos como visões, sons, cheiros e toque.

Podem ser hiperativas ou inativas, e inconsistentes tanto em talento motor, sejam básicos ou refinados. A porcentagem de crianças autistas que desenvolvem epilepsia é de 20 a 30, e crianças cujo talento verbal diminui até se deteriorar antes dos 3 anos de idade correm risco de terem ataques ou epilepsia. Adolescentes autistas ocasionalmente têm depressão ou dificuldades comportamentais.

Existe uma bateria de testes que apontam ou excluem outras causas para esses sintomas. Não há um teste médico específico para autismo. O diagnóstico é baseado em diversos fatores, incluindo comportamento, talentos verbais e motores, comunicação e desenvolvimento. Como os sintomas são tão relacionados com outros distúrbios, é feita uma bateria de testes que apontam ou excluem outras causas para esses sintomas.

Os pais podem, a princípio, acreditar que o filho está mostrando sinais de retardamento mental, surdez ou outros distúrbios comportamentais ou psicológicos. Sim, algumas crianças autistas podem ter retardamento mental ou problemas psicológicos, mas isto não é necessariamente resultado do autismo. Uma avaliação cuidadosa e o histórico dado pelos pais são fatores importantes para ajudar no diagnóstico do autismo.

O diagnóstico precoce é importante para o desenvolvimento, educação, tratamento e funcionamento da criança autista.

Tratamento
Embora não se conheça cura para o autismo, a estratégia de lidar com a doença inclui cuidar dos sintomas com terapia, intervenção comportamental e apoio familiar, dentro e fora de casa. O tratamento busca melhorar a interação social prejudicada, problemas com comunicação verbal e não-verbal, e repetição obsessiva de rotinas e interesses.

 
 
       
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